quinta-feira, 31 de julho de 2008

Nasa: sonda confirma existência de água em Marte

A sonda Phoenix da Nasa confirmou que existe água em Marte, segundo informações divulgadas pela agência espacial norte-americana. De acordo com o comunicado da Nasa, ontem o braço robótico da sonda espacial depositou uma amostra em instrumentos que identificaram vapores de água. "Temos água", disse o cientista William Boynton, da Universidade de Arizona.

A agência especial explicou que a Phoenix havia "tocado e saboreado" o líquido, considerado essencial para o desenvolvimento de todas as formas de vida conhecidas. Para a Nasa, "a descoberta significa que as chances de encontrar vida em outras partes do sistema solar aumentaram bastante".

"Vimos evidência dessa água em forma de gelo antes, mas esta é a primeira vez que a água marciana foi tocada", acrescentou.

William Boynton, acrescentou que tinham sido detectados indícios de água congelada em observações feitas pela nave "Mars Odyssey" e em outros que se diluíram ao serem observados pela "Phoenix" em junho.

"Mas esta é a primeira vez que a água de Marte é testada", acrescentou.

A amostra na qual foi confirmada a presença de água foi extraída de uma perfuração de em torno de cinco centímetros no solo de Marte e onde o braço robótico se deparou com uma rígida camada de material congelado.

Na quarta-feira, a amostra tinha ficado dois dias exposta ao ambiente marciano e a água que continha começou a evaporar, o que facilitou a observação, disse o comunicado.

"Marte está trazendo algumas surpresas", disse Peter Smith, investigador principal da missão, ao se referir ao comportamento diferente do material marciano.

A missão de exploração de Phoenix que desceu em 25 de maio em um setor do pólo norte marciano devia durar três meses e terminaria em agosto.

No entanto, em vista dos sucessos obtidos, foi estendida até 30 de setembro, indicou o comunicado da Nasa.

Segundo a agência, a tarefa deixou de ser apenas procurar água para também explorar condições para um dia ter existido vida no planeta. "A Phoenix desfruta de boa saúde e as projeções no que se refere a sua energia solar são boas e queremos aproveitar este recurso em um dos pontos mais interessantes do planeta", disse Michael Meyer, cientista do Programa de Prospecção de Marte.

A prorrogação vai acrescentar cerca de 2 milhões de dólares a um orçamento de 420 milhões.

Com os novos prazos, os cientistas pretendem escavar duas trincheiras adicionais na sua busca por condições de vida, mesmo que microbiana.

Em junho, os cientistas já haviam anunciado que o solo marciano é mais alcalino do que se previa e continha traços de magnésio, sódio, potássio e outros minerais. Eles consideram a descoberta como "um enorme passo adiante".

Imagem divulgada pela Nasa mostra a sonda investigando o solo marciano
Imagem divulgada pela Nasa mostra a sonda investigando o solo marciano

Com agências internacionais

Cratera mexicana pode fornecer pistas sobre Marte

Uma cratera pré-histórica formada na colisão de um asteróide contra a península mexicana de Yucatán poderia fornecer pistas sobre como era Marte bilhões de anos atrás, afirmaram cientistas da Nasa (agência espacial dos EUA).

A geóloga planetária Adriana Ocampo, da Nasa, escava rochas enterradas a grandes profundidades no sul do México em busca de indícios que as crateras de impacto podem fornecer a respeito da formação de planetas. Segundo Ocampo, o trabalho poderia revelar dados sobre uma cratera gigantesca existente na superfície de Marte.

Há décadas, os astrônomos perguntam-se a respeito da enorme cavidade existente na superfície do planeta vermelho - a maior cratera conhecida do Sistema Solar - e descobertas feitas no mês passado sugerem que a formação pode ter sido resultado do impacto de um asteróide do tamanho da Lua.

A cratera mexicana, conhecida como Chicxulub, apareceu quando um asteróide colidiu contra a Terra 65 milhões de anos atrás, gerando uma catástrofe responsável por dizimar metade das espécies de seres vivos do planeta e por talvez provocar a extinção dos dinossauros.

Ao estudar os destroços esparramados pela colisão, os cientistas podem encontrar perguntas sobre as mudanças radicais na atmosfera que resultariam do impacto de asteróides gigantescos, disse Ocampo, uma colombiana que trabalha para o Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa. A pesquisadora estuda a cratera de Yucatán há uma década.

"Esse é um laboratório natural por causa dos pontos em comum que podemos encontrar em relação a planetas aos quais o homem não consegue chegar, como Marte", disse Ocampo a respeito da cratera terrestre. A cratera de Marte, com 8.350 km de diâmetro, é tão grande que diminuiu a altitude de metade do planeta.

Já a cratera mexicana é muito menor, com 160 km de diâmetro e cerca de 800 m de profundidade, e encontra-se atualmente tampada por rochas e terra acumuladas ao longo de milhões de anos. Os dados coletados em Chicxulub poderiam fornecer pistas ainda sobre se havia ou não água na superfície de Marte muito depois de o planeta ter sido atingido pelo imenso asteróide.

Cientistas encontraram água congelada na superfície do planeta vermelho. Os mares de Marte podem ter desaparecido quando o planeta viu-se bombardeado por meteoros menores responsáveis por mudar sua atmosfera, secando aqueles mares, disse Ocampo.

A cientista procura por pontos em comum entre a cratera de Yucatán, formada quando o sul do México estava submerso, e crateras menores de Marte para ver se consegue detectar padrões semelhantes deixados pela água. Os geólogos espaciais acreditam que o asteróide que atingiu Yucatán provocou um imenso tsunami.

Missão espacial 'fotografa de perto' lua de Marte

Uma missão da Agência Espacial Européia conseguiu fotografar de perto a lua Phobos, que gira em torno do planeta Marte. A espaçonave Mars Express ficou distante apenas 93 quilômetros do astro conseguindo capturar imagens que revelam um corpo celeste parecido com a forma de uma batata.

A lua mede 27 quilômetros em sua maior extensão e acredita-se que ela seja um asteróide capturado ou remanescente do material que formou os planetas.

As fotos mostram ranhuras e crateras em sua superfície que podem ter sido formadas a partir de materiais lançados de Marte após impactos com objetos espaciais. Outros pesquisadores, no entanto, sugerem que elas sejam resultado da sua superfície de regolito - uma camada sólida e rochosa que se forma de restos de materiais compactos e fragmentos de rochas e de solo - ou do próprio solo.

Sua maior cratera tem 10 quilômetros de diâmetro e deve ser resultado de um impacto gigantesco, afirmam especialistas. Segundo a Agência Espacial Européia, as fotos deverão auxiliar uma missão espacial russa que pretende enviar uma nave a Phobos para retirar amostras de sua superfície para exames.

As primeiras imagens da lua em alta resolução foram feitas em 1971. No início do ano, uma sonda da Nasa fotografou o astro a milhares de quilômetros de distância. Phobos foi descoberta pelo astrônomo americano Asaph Hall, em 1877. Sua órbita em torno de Marte diminui 1,8 metro a cada 100 anos, o que significa que, em 50 milhões de anos, o astro poderá colidir com o planeta.

Missão espacial 'fotografa de perto' Lua de Marte
Missão espacial 'fotografa de perto' Lua de Marte

BBC Brasil

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segunda-feira, 28 de julho de 2008

CORREÇÃO: Empresa apresenta nave que fará vôos ao espaço

Diferente do que foi publicado anteriormente pelo Terra na notícia da BBC Brasil Empresa apresenta nave que fará vôos ao espaço, no dia 28 de julho, às 13h18, a SpaceShipOne só tem a capacidade de levar oito pessoas (seis passageiros e dois tripulantes), e não 250. Duzentos e cinqüenta é o número de pessoas que já estão com a passagem reservada para ir ao espaço. A informação foi corrigida na terça-feira, às 7h53.

Empresa apresenta nave que fará vôos ao espaço

A empresa britânica Virgin Galactic inaugurou nesta segunda-feira a WhiteKnightTwo (WK2), a aeronave que levará ao espaço, no ano que vem, sua primeira espaçonave comercial, a SpaceshipTwo.

» Veja mais fotos da nave

Batizada de Eve, em homenagem à mãe do dono da empresa, Richard Branson, a WhiteKnightTwo foi desenvolvida durante quatro anos no Deserto de Mojave, no Estado americano da Califórnia.

De acordo com a Virgin Galactic, a aeronave terá como função transportar a espaçonave a uma altura de 15 km, de onde a lançará para o espaço.

Em questão de segundos, os turistas espaciais vão voar a uma velocidade três vezes superior à do som até que a nave atinja uma distância de 110 km da Terra.

Ausência de gravidade
Durante cerca de cinco minutos, os turistas vão poder deixar seus assentos para viver a experiência da ausência de gravidade e observar o espaço através de grandes janelas circulares situadas nas paredes e no teto da fuselagem.

A nave iniciará em seguida o retorno à Terra. Serão vôos suborbitais, que atingem o espaço, mas não chegam a realizar uma volta completa em torno do planeta.

O primeiro vôo deve transportar 250 turistas espaciais, que pagaram 200 mil dólares para garantir um lugar a bordo. Entre eles está o brasileiro Bernardo Hartogs, de 53 anos.

A Virgin Galactic promete aos turistas espaciais uma experiência "intensa, maravilhosa e verdadeiramente inesquecível".

A SpaceshipTwo ainda está sendo fabricada. A Virgin espera operar os primeiros testes com a WhiteKnightTwo na segunda metade deste ano.

A nave WhiteKnightTwo (WK2) tem capacidade para 250 pessoas
A nave WhiteKnightTwo (WK2) tem capacidade para 250 pessoas

BBC Brasil

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quinta-feira, 24 de julho de 2008

Nasa descobre mistério das auroras boreais

A Nasa diz ter descoberto o mistério das auroras boreais, graças à frota de cinco satélites da missão americana Themis, que conseguiu observar, há um ano, como esses fenômenos se deflagram. Os pesquisadores descobriram que explosões de energia magnética, que ocorrem a um terço da distância Terra-Lua, eram responsáveis por esses fenômenos luminosos, de cores vivas, com predominância do verde, e que se produzem nas regiões próximas aos pólos.

Um processo de "reconexão" entre as cordas magnéticas gigantes que unem a Terra ao Sol e que armazenam a energia dos ventos solares provoca essas tempestades de luzes polares. "A reconexão magnética permite liberar a energia armazenada nessas cordas, dispersando partículas eletrificadas para a atmosfera terrestre", explicou o responsável científico da missão da Nasa, David Sibeck.

"É uma maneira de liberar a energia do Sol absorvida pela Terra", disse ele, em uma teleconferência, mais de um ano depois do lançamento da missão Themis (Time History of Events and Macroscale Interactions during Substorms).

Por um motivo ainda não esclarecido, que será objeto da continuação da missão por mais um ano, as cordas magnéticas, comumente paralelas, aproximam-se, tocam-se para formar um "U" e arrebentam, explicou Vassilis Angelopoulos, um dos cientistas.

"Essas cordas se encontram em um estado de estresse aumentado, como tiras elásticas bastante esticadas. E a energia liberada pode ser tão poderosa quanto um forte terremoto e atravessar uma região polar em 60 segundos", completou o pesquisador. Essas tormentas boreais intensas também podem provocar interrupções nas comunicações por rádio, perturbações nos sistemas GPS e cortes de energia.

O objetivo final da missão é permitir o desenvolvimento de modelos seguros para prever a ocorrência, o lugar e a intensidade dessas auroras polares.

Segundo a Nasa, as explosões de energia magnética eram responsáveis por esses fenômenos luminosos, de cores vivas, com predominância do verde
Segundo a Nasa, as explosões de energia magnética eram responsáveis por esses fenômenos luminosos, de cores vivas, com predominância do verde

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Veículo espacial altera órbita da ISS

O veículo espacial europeu "Julio Verne" alterou hoje em sete quilômetros a órbita da Estação Espacial Internacional (ISS), segundo informou o Centro de Controle de Vôos Espaciais (CCVE) da Rússia.

O escritório da Agência Espacial Européia (ESA) em Moscou afirmou que os propulsores de Julio Verne foram ativados para elevar a altura da ISS em 7,2 quilômetros e situar a plataforma a 351 quilômetros da superfície terrestre.

"Segundo as primeiras informações, tudo ocorreu como previsto. Os dados exatos da nova órbita serão conhecidos dentro de várias horas, quando a ISS terá dado várias voltas ao planeta", disse o representante da ESA na Rússia, Serguei Suvorov.

A órbita da ISS é elevada três ou quatro vezes por ano, em uma manobra de correção que até pouco tempo utilizava as naves americanos e russas.

Makemake é o 4º planeta anão do Sistema Solar

O mais novo membro da família de planetas anões do Sistema Solar, batizado de Makemake pela União Astronômica Internacional (IAU, na sigla em inglês), se localiza um pouco adiante de Netuno, em uma região conhecida como transnetuniana, informou a agência AFP.

O antigo 2005 FY9, classificado como o quarto planeta anão, recebeu a nova nomenclatura em homenagem ao criador polinésio da humanidade e Deus da fertilidade.

Segundo os astrônomos, o planeta é menor que Plutão (também considerado um planeta anão), possui um brilho mais fraco e coloração avermelhada. Os especialistas acreditam que a sua superfície está coberta por uma camada de gás metano.

Makemake (pronúncia é "maki-maki") foi descoberto em 2005 por uma equipe do Instituto Tecnológico da Califórnia, nos Estados Unidos, chefeada por Mike Brown, e apresentada oficialmente no último dia 15 de julho, na sede da IAU em Paris. Os outros três planetas anões são Ceres, Plutão e Éris.

O planeta anão recebeu o nome de Makemake em homenagem ao criador polinésio da humanidade e Deus da fertilidade
O planeta anão recebeu o nome de Makemake em homenagem ao criador polinésio da humanidade e Deus da fertilidade

Artista divulga 1ª imagem de nave russa que vai à Lua

A primeira imagem oficial de uma espaçonave russa com capacidade para transportar tripulação à Lua foi divulgada por um artista gráfico russo. A nave foi elaborada para substituir a Soyuz, atualmente em uso pela Rússia, e, se um acordo entre as agências russa e européia for fechado, poderá permitir que a Europa participe diretamente do transporte de tripulação ao espaço.

O veículo de 18 a 20 toneladas foi concebido para levar quatro pessoas para a Lua, competindo com o sistema americano Ares/Orion. O artista gráfico Anatoly Zak elaborou as imagens com base em um desenho divulgado pela fabricante russa EKK Energia na Grã-Bretanha, na semana passada, durante o Farnborough Air Show.

Em alguns aspectos, a cápsula se parece com a próxima geração de espaçonaves americanas denominada Orion. Uma das características incomuns da nave parece ser um mecanismo que permitirá uma aterrissagem mais suave na volta à Terra.

A Agência Espacial Européia (Esa, na sigla em inglês) vem conversando com a agência russa Roscosmos sobre um projeto de colaboração no Sistema de Transporte Tripulação Espacial (CSTS, na sigla em inglês) desde 2006.

Cooperação
"Se a Esa e a agência russa chegarem a um acordo, a Europa irá fornecer o módulo de serviço da espaçonave", disse Zak. Esse módulo de serviço usurá tecnologia - como sistemas de propulsão - desenvolvida para o Veículo de Transferência Mecanizado (ATV, na sigla em inglês) da Europa, um veículo não tripulado usado recentemente para enviar suprimentos para a Estação Espacial Internacional.

A Rússia, por sua vez, poderá fornecer o lançador para a nova espaçonave tripulada, que poderá ser um veículo completamente novo ou um foguete já existente modificado.

Segundo Zak, nas negociações com a Europa, a Rússia está insistindo que todas missões tripuladas futuras tenham base em Vostochny, um novo cosmódromo que está sendo desenvolvido na região de Amur, no leste da Rússia. O governo russo quer que o primeiro lançamento no local seja feito em 2018.

Atualmente, todos os lançamentos da Soyuz são feitos do cosmódromo de Baikonur, no Cazaquistão. Outra alternativa seria modificar o lançador europeu Ariane 5, em Kourou, na Guiana Francesa. Para isso, o local teria que ser modificado para oferecer infra-estrutura de apoio à tripulação.

Também é possível que os dois locais tenham um papel a desempenhar em qualquer projeto de colaboração entre as agências russa e européia. Se essa colaboração fracassar, a agência européia poderá desenvolver a sua própria espaçonave tripulada. O assunto será discutido em um encontro de representantes de países europeus em novembro deste ano.

BBC Brasil

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terça-feira, 22 de julho de 2008

Borda da Galáxia de Pinweehl não forma estrelas

Segundo informações publicadas nesta terça-feira pela agência AP, uma investigação do telescópio espacial Spitzer da NASA, mostrou que a zona externa da Galáxia de Pinwheel- também conhecida como Messier 101- não possui matéria orgânica, presente no resto da galáxia.

Esta matéria orgânica é uma espécie de pó formado por hidrocarbonetos aromáticos policíclicos, que são moléculas que contêm carbono e ajudam na formação de estrelas. Os cientistas acreditam que este pó espacial tem potencial até para formar vida.

O telescópio Spitzer descobriu que a concentração de hidrocarbonetos aromáticos policíclicos diminui gradativamente do núcleo até o exterior da Galáxia de Pinwheel, até não ser mais detectada na borda.

Segundo os astrônomos, o material orgânico contido na parte exterior da galáxia está sendo destruído pelas fortes radiações provenientes das estrelas.

As manchas vermelhas e azuis aparentes na imagem registrada pelo telescópio fora da galáxia, podem ser novas estrelas ou galáxias distantes.

Imagem do Spitzer mostra manchas vermelhas e azuis fora da galáxia de Pinwheel, que podem ser novas estrelas ou galáxias distantes
Imagem do Spitzer mostra manchas vermelhas e azuis fora da galáxia de Pinwheel, que podem ser novas estrelas ou galáxias distantes

segunda-feira, 21 de julho de 2008

AEB explica como será teste do novo foguete brasileiro

O presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), Carlos Ganem, anunciou em Brasília (DF) como será o teste do motor do novo veículo lançador de satélites nacional (VLS-1B). A tentativa significa a retomada do projeto de desenvolvimento de um foguete brasileiro.

O teste ocorrerá no próximo dia 6 de agosto, na cidade de São José dos Campos, interior de São Paulo. A duração será de 1 minuto e o custo é de US$ 1 milhão. Quase cinco anos depois do trágico acidente que matou 21 técnicos do Programa Espacial Brasileiro, o projeto do foguete foi totalmente reformulado, a começar pelo motor, origem da explosão ocorrida em 2003.

"Será um teste de bancada, que não faz nenhuma movimentação, a não ser uma simulação do tiro desse motor. Permitirá que nós verifiquemos a quantas andam os aperfeiçoamentos com vistas ao futuro lançamento desse foguete em bases reais, que deve se dar em 2012. Vários requisitos de segurança foram trabalhados, com o fim de atingir melhor performance e uma atualização do escopo técnico do projeto", afirmou Carlos Ganem.

Na supervisão das adequações técnicas está o coordenador de veículos lançados da AEB, Ulisses Côrtes Oliveira. Ele informou que o projeto do VLS-1B passa por uma "revisão crítica" de todos os seus principais componentes. "A parte de proteção térmica estrá sendo testada. Outra alteração foi o aumento do espaço vazio para a expansão dos gases e a mudança mais significativa no sistema de ignição, dispositivo mecânico de segurança, que evita que a energia transite por circuitos de forma indesejada", explicou Oliveira.

Segundo o presidente da AEB, um valor compatível com o alvo tecnológico mirado pelo projeto do lançador de satélites. "Os números em um programa espacial surpreendem pela magnitude, mas surpreendentes também são os benefícios que se gera para toda a sociedade brasileira. Não há mais programas de telecomunicações que não se possam apoiar em satélites; você não faz monitoramento convincente de tráfego aéreo sem satélites, não se faz comunicações diplomáticas e governamentais com segurança sem satélites", argumentou Ganem.

O cronograma do governo prevê dois laçamentos experimentais antes do procedimento completo e oficial estimado para 2012. Em 2010 seria lançada um primeira versão do VLS-1B sem carga, parcialmente abastecida, e no ano seguinte uma segunda versão, com tanques cheios. "É um passo importante para testar, além dos motores, toda a geometria da rede elétrica e das torres", ressaltou o coordenador Oliveira.

Carlos Ganem explicou como será o teste do motor do novo foguete brasileiro (VLS-1B)
Carlos Ganem explicou como será o teste do motor do novo foguete brasileiro (VLS-1B)

França propõe à UE criação de um centro de pesquisa sobre mudança climática

A ministra de Pesquisa e Educação Superior francesa, Valérie Précresse, propôs aos países da UE e da Agência Espacial Européia (ESA) a criação de um centro de pesquisa sobre a mudança climática e de uma estação de monitoração espacial para assuntos de segurança.

Segundo a ministra da França, país que ocupa a Presidência rotativa da União Européia (UE), a Europa está em "um momento-chave" no desenvolvimento da política espacial.

A afirmação é similar a que Précresse havia feito antes da reunião que começou esta manhã entre os ministros da UE responsáveis pelo espaço, para avançar no objetivo de uma política espacial européia.

Sobre esta reunião informal, que é preparatória para o Conselho da UE de ministros do espaço, que será realizada em setembro, em Bruxelas, a ministra francesa se mostrou convencida de que o encontro "oferecerá a possibilidade de levar uma política espacial audaz, autônoma e coerente".

Sobre o centro de pesquisa sobre a mudança climática, a França propõe que sirva para fornecer dados e para a prestação de serviços aos cientistas sobre simulação digital.

Além disso, a França propõe a criação, neste mesmo âmbito ambiental, de uma rede européia de referência para a mudança climática, para elaborar relatórios sobre o tema em nível regional e sub-regional.

Na reunião, Précresse também apresentará aos ministros europeus a proposta de criação de uma estação espacial européia de monitoração, que garanta a segurança na Europa, tanto em assuntos de Defesa e segurança militar, como de proteção cidadã frente a possíveis ameaças derivadas do lixo espacial.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Governo retoma projeto de foguete nacional

O Comando Geral de Tecnologia da Aeronáutica está prestes a testar o motor de um novo veículo lançador de satélites nacional (VLS). Com isso, o governo retoma o projeto de desenvolvimento de um foguete brasileiro, o VLS-1B.

Quase cinco anos depois do trágico acidente que matou 21 técnicos do Programa Espacial Brasileiro, o projeto do foguete foi totalmente reformulado, a começar pelo motor, origem da explosão ocorrida em 2003.

Segundo a assessoria de imprensa da Agência Espacial Brasileira (AEB), o motor será testado na cidade de São José dos Campos (SP), no próximo dia 6.

De acordo com informações apuradas pela TV Brasil, o custo do teste, que vai durar apenas um minuto, é de 1 milhão de dólares.

Se tudo correr bem, uma primeira versão do VLS-1B será lançada em 2010, sem carga e parcialmente abastecida. Em 2011, uma segunda versão do foguete será testada, desta vez com os tanques cheios.

O lançamento oficial com o veículo completo está previsto para 2012.

Agências querem prorrogar permanência da ISS

Algumas das principais parceiras responsáveis pela estação espacial internacional (ISS) vão propor a seus Governos que seja prolongada a permanência na mesma para depois de 2015, segundo informaram hoje em entrevista coletiva.

"Todos estamos de acordo de que é tecnicamente viável prorrogar sua permanência", afirmou o chefe da agência espacial russa Roscosmos, Anatoli Perminov.

A declaração foi feita após uma reunião em Paris que contou com chefes das cinco agências espaciais dos Estados Unidos (Nasa), do Canadá (CSA), do Japão (JAXA), da Rússia e européia (ESA) para avaliar o estado da missão e seu futuro.

O responsável da Nasa, Michael Griffin, expressou sua esperança de que a estação continue sendo utilizada enquanto for produtiva.

"Ter uma data fixa de expiração não é realista", disse.

O transporte para a estação foi outro dos temas que foram destacados, já que a Nasa deixará de utilizar seus ônibus espaciais em 2010, por isso, dependerá dos vôos das naves russas Soyuz e Progress.

Na opinião de Griffin, uma das lições aprendidas com a ISS é que o mundo necessita de outro sistema de transporte espacial.

"Necessitamos de um sistema de transporte robusto, confiável e múltiplo", disse.

A chegada em janeiro do "Columbus" e do módulo de experimentação japonês "Kibo" permitiu às cinco agências serem sócias não só na Terra, mas também no espaço, destacou o responsável da ESA, Jean-Jacques Dordain.

O projeto da ISS "levará inexoravelmente a uma próxima etapa, a de contar com um posto avançado sobre a lua", declarou Griffin, que reconheceu que a construção da estação demorou e custou mais do que o previsto.

Francesa ganha viagem espacial recolhendo lixo

A francesa Mathilde Epron será um dos turistas espaciais pioneiros da Europa. Ao recolher uma embalagem de chocolate que estava fora do cesto de lixo, Mathilde encontrou o número vencedor em um concurso que tinha como prêmio uma passagem para os mais altos limites da atmosfera terrestre.

O porta-voz da Nestlé na França confirmou que Epron ganhou o prêmio e que ela tem direito a um dos quatro lugares do avião.

A aeronave foi construída pela Rocketplane, uma empresa que fabrica aviões destinados a proporcionar vôos baratos para o espaço.

A francesa Mathilde Epron ganhou uma viagem espacial ao recolher uma embalagem  de chocolate fora do lixo
A francesa Mathilde Epron ganhou uma viagem espacial ao recolher uma embalagem de chocolate fora do lixo

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Estudo: campo magnético cresce rápido em galáxia

Os campos magnéticos crescem dentro das galáxias com uma rapidez que até agora não se conhecia, segundo um estudo publicado na revista científica "Nature".

Neste estudo, tenta-se lançar luz sobre a origem e a evolução dos campos magnéticos das galáxias atuais.

A pesquisa, dirigida pelo cientista Francesco Miniati, do Instituto Federal de Tecnologia da Suíça, demonstra que os mecanismos dinâmicos que atuam mediante as turbulências interestelares são os responsáveis pelo crescimento dos campos magnéticos dentro das galáxias.

O estudo também demonstra que a zona de uma galáxia onde há quásares - corpos celestes de pequeno diâmetro e grande luminosidade, que emitem grandes quantidades de radiação em todas as freqüências e que constituem o astro mais afastado no universo - está separada dos campos magnéticos que existem nessa mesma galáxia.

Nasa pede urina para testes em novo banheiro

A agência espacial americana, Nasa, está incentivando funcionários do Centro Especial Johnson, em Houston, no Estado do Texas, a doarem amostras de urina para os testes que serão realizados com o banheiro da nova cápsula especial Orion, informa a agência AP. A espaçonave, ainda em fase de construção, levará os astronautas à nova missão na Lua, prevista para 2020.

Segundo John Lewis, um dos engenheiros responsáveis pelo projeto, são necessários 30 litros de urina por dia - cerca de 8 galões -, inclusive nos finais de semana, para testar um novo sistema de tratamento de resíduos que será utilizado durante os seis meses em que os astronautas estiverem em solo lunar.

Lewis explicou que "a urina é um problema porque é muito sólida e pode entupir o sistema de ventilação". Para ele, manter o sistema de ventilação limpo é "realmente um desafio".

A impossibilidade de produzir urina falsa para os testes com os banheiros das naves espaciais é uma das razões para a Nasa manter a longa tradição de recolher amostras dos funcionários. A Hamilton Sundstrand, construtora contratada pela Nasa para o projeto, realizará o recolhimento entre os dias 21 e 31 de julho.

A urina recolhida será usada em testes do banheiro da cápsula espacial Órion, que fará nova viagem à Lua em 2020
A urina recolhida será usada em testes do banheiro da cápsula espacial Órion, que fará nova viagem à Lua em 2020

Novas provas apontam que Marte foi coberto por água

Pesquisadores dos Estados Unidos afirmam que minerais encontrados no solo de Marte mostram que o planeta já esteve coberto por lagos, rios e outros ambientes hídricos capazes de abrigar vida, segundo a agência Reuters. Em junho, a sonda Mars Phoenix Lander encontrou gelo na superfície marciana, mas o material está muito congelado e coberto de poeira vermelha.

Em artigo na revista Nature, um grupo de cientistas mostra que esse gelo é um resquício de uma época mais quente e úmida. "Isso é realmente animador, porque estamos encontrando dezenas de locais onde futuras missões podem pousar para tentar entender se Marte já foi habitável e, em caso positivo, procurar sinais de vida passada", disse John Mustard, participantes do estudo, da Universidade Brown, de Providence, Rhode Island.

"Os minerais presentes na antiga crosta de Marte mostram uma variedade de ambientes úmidos", acrescentou Mustard. A equipe usou um equipamento chamado Crism ("espectrômetro compacto de reconhecimento por imagens para Marte", na sigla em inglês) e outros instrumentos da Mars Reconnaissance Orbiter para avaliar as cores refletidas na luz do Sol. Isso ajuda a determinar que minerais há ali.

Os minerais argilosos teriam de ter sido formados a temperaturas relativamente baixas, disseram os pesquisadores. "O que isso significa para a habitabilidade? É muito forte", disse Mustard. "Não era um caldeirão tão quente, fervente. Era um ambiente benigno, temperado, rico em água durante um longo período".

Segundo informações publicadas pela agência AFP, os resultados demonstram uma rica diversidade no solo de Marte, o que permitiria eventualmente a vida no planeta, na era Noachiana, entre 4 bilhões e 600 milhões e 3 bilhões e 800 milhões de anos atrás.

Estas conclusões se encaixam na análise da missão Phoenix Mars Lander, que, além de gelo, encontrou também solo alcalino, que poderia ter abrigado vida. "A grande surpresa desses novos resultados é como a água de Marte foi impregnante e duradoura, e como os ambientes úmidos eram diversos", disse Scott Murchie, pesquisador-chefe do Crism no Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins, em Laurel, Maryland.

Em relação ao desaparecimento dos rios e lagos, que teriam recoberto alguns planaltos de Marte, os cientistas estimam que foi por culpa da degradação da atmosfera e da conseqüente evaporação da água no espaço.

terça-feira, 15 de julho de 2008

Cosmonautas russos concluem caminhada espacial

Os cosmonautas russos Serguei Volkov e Oleg Kononenko completaram hoje sua segunda caminhada em torno da Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês).

"Os dois concluíram com sucesso todas as tarefas do dia", indicou a transmissão televisiva da atividade extraveicular, minutos antes de os cosmonautas fecharem a escotilha da nave Soyuz, às 20h04 (de Brasília), após quase seis horas de trabalho.

"Todos em terra estão muito felizes com o trabalho feito, tudo foi muito profissional", acrescentou.

Durante a incursão, a quase 400 quilômetros da superfície terrestre, Volkov e Kononenko recolheram um experimento científico e instalaram novos equipamentos na fuselagem do módulo russo.

Os dois também deram continuidade à instalação de um sistema de acoplamento no módulo de serviço "Zvezda", para que este receba um laboratório móvel no ano que vem.

A instalação do sistema de acoplamento havia sido deixada de lado na caminhada espacial que os dois cosmonautas fizeram na quinta-feira passada para retirar um dos eixos explosivos do mecanismo da nave "Soyuz".

A falha desse eixo explosivo, que será levado à Terra para ser examinado pelos especialistas, provocou um problema no módulo de separação no retorno da Soyuz em abril deste ano e no ano passado.

O plano de trabalho da caminhada de hoje incluiu ainda a instalação de um aparelho que será utilizado em um experimento relacionado à previsão de tremores de terra e de uma plataforma que permitirá a fixação dos pés dos cosmonautas, para que estes possam ficar com as mãos livres.

Cosmonautas da ISS têm nova missão espacial

Os tripulantes russos da Estação Espacial Internacional (ISS), Serguei Volkov e Oleg Kononenko, iniciaram nesta terça-feira uma caminhada espacial para instalar novos equipamentos científicos no segmento russo da plataforma.

» Veja mais fotos dos cosmonautas

Os cosmonautas abriram a escotilha de saída da porta Pirs às 14h08 do horário de Brasília, como estava programado, disse um porta-voz do Centro de Controle de Vôos Espaciais da Rússia à agência Interfax.

Está previsto que esta caminhada espacial, a quase 400 quilômetros da superfície terrestre, tenha uma duração aproximada de seis horas, o tempo assegurado pelas reservas de oxigênio dos escafandros.

Volkov e Kononenko devem colocar no casco do segmento russo Zvezda um mecanismo de referência para o acoplamento de um módulo científico que será enviado à estação no próximo ano. Esta tarefa ficou pendente da caminhada espacial que os dois astronautas realizaram na última sexta-feira, no curso da qual retiraram um dos eixos explosivos do mecanismo de descida da nave "Soyuz", ao lado da plataforma orbital.

O objeto será levado à Terra para ser examinado pelos especialistas. Segundo a Roscomos, a agência espacial russa, a ativação errada de um desses eixos causou a descida descontrolada, em queda livre, das duas últimas naves "Soyuz", em outubro de 2007 e abril deste ano.

O plano de trabalho da nova missão inclui a instalação de um aparelho chamado Vsplesk, que será utilizado em um experimento relacionado ao prognóstico de tremores de terra, e de uma plataforma que permitirá fixar os pés dos cosmonautas para que tenham as mãos livres.

Além disso, Volkov e Kononenko retirarão um contêiner do equipamento Biorisk, empregado nas experiências para estudar o impacto do espaço cósmico nos microorganismos. Como é comum nestes casos, o terceiro tripulante da ISS, o americano Greg Chamitoff, supervisionará o trabalho dos companheiros da nave "Soyuz".

Essas naves acopladas à ISS ficam à espera do final de cada expedição e da chegada da substituta e servem também de salva-vidas. Assim, no caso de qualquer imprevisto, Chamitoff estará pronto para recolher os colegas e voltar à Terra.

Cosmonautas Serguei Volkov e Oleg Kononenko trabalham para instalar novos equipamentos no segmento russo da ISS
Cosmonautas Serguei Volkov e Oleg Kononenko trabalham para instalar novos equipamentos no segmento russo da ISS

Novas fotos mostram vulcões e campo magnético em Mercúrio

O planeta Mercúrio está repleto de vulcões e de outras surpresas, revelam dados iniciais da espaçonave Messenger, da Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço (Nasa) dos Estados Unidos - a primeira a conduzir uma investigação aprofundada do menor planeta do Sistema Solar, nos últimos 30 anos. A nave Messenger é a segunda enviada da Terra a Mercúrio, depois da missão norte-americana Mariner 10, que pousou no planeta em 1973.

» Veja mais fotos de Mercúrio

As imagens obtidas em Mercúrio revelam uma superfície dinâmica, marcada por crateras e vulcões. Também apontam para novos dados quanto ao campo magnético de Mercúrio, que espelha o da Terra mas em escala muito menor. Além disso, mostram também falhas geológicas generalizadas, relíquias de um tempo no qual a superfície do planeta, já congelada, passou por um colapso espetacular, por sobre um núcleo ainda ardente mas em retração.

Uma série de estudos que analisam a passagem da espaçonave pela região de Mercúrio foi publicada pela revista Science.

James Head, geocientista planetário da Universidade Brown, em Providence, Rhode Island, e principal autor de um dos estudos, disse que, ao contrário do que aconteceu na Terra, os traços dos anos de formação de Mercúrio não estavam ocultos pelo efeito da erosão e dos elementos sobre as formações geológicas. "É um capítulo que falta na história da Terra¿, ele afirmou. ¿Mercúrio agora poderá passar a ocupar o lugar que merece no estudo planetário comparativo".

Vulcões e impactos As questões sobre a atividade vulcânica de Mercúrio remontam aos primeiros estudos conduzidos sobre a Lua, aponta Head. Algumas das áreas de relevo mais elevado da Lua apresentavam uma coloração escura, em contraste com as regiões circundantes, devido a fluxos de basalto vulcânico, de acordo com os trabalhos de pesquisadores anteriores.

Em outras áreas, porém, era impossível distinguir as planícies e os altiplanos com base na coloração. Quando a espaçonave Apollo 16 pousou perto de um desses planaltos, os astronautas puderam contemplar "processos de impacto em praticamente toda a região. As planícies lisas na verdade deviam essa consistência aos resíduos ejetados dos planaltos de impactos vizinhos", disse Head.

Assim, quando a espaçonave Mariner 10 passou por Mercúrio nos anos 70 e observou uma situação semelhante de baixo contraste entre as áreas mais baixas e as mais altas da superfície, isso levou cientistas planetários a desenvolverem a teoria de que o planeta também tinha sofrido um número incalculável de impactos. Parte da missão da Messenger era colocar em teste essa teoria.

"Nós absolutamente pudemos ver provas conclusivas, de um tipo que antes não havíamos localizado - as fendas vulcânicas", disse Head. A Messenger, ou Mercury Surface, Space Environment, GEochemistry and Ranging - veículo de pesquisa da superfície e ambiente espacial, geoquímica e mensuração de Mercúrio - também enviou imagens de depósitos estranhos, em formato de rim, que podem ter origem vulcânica, bem como de grandes crateras de impacto perto da bacia de Caloris, a mais recente das bacias de impacto de grande porte conhecidas em Mercúrio.

Magnetismo planetário Mas o que está acontecendo sob a superfície do planeta é que deixou os cientistas planetários realmente intrigados. A Terra e Mercúrio são os dois únicos planetas rochosos que ainda dispõem de um campo magnético, ainda que no caso de Mercúrio ele seja 100 vezes menos intenso que o da Terra.

A Lua e Marte apresentam algumas regiões e algumas rochas magnetizadas - talvez os vestígios finais de um magnetismo que anteriormente cobria toda sua área. O campo magnético de Mercúrio talvez signifique que o núcleo do planeta está em estado parcialmente derretido, e libera energia à medida que se resfria e que os fluidos internos se movimentam - um fenômeno conhecido como "dínamo". Ou talvez o que está sendo detectado sejam os últimos suspiros de energia liberados por uma crosta que já se solidificou por inteiro.

"Com os dados obtidos até hoje, não posso formar uma hipótese clara sobre a origem do campo magnético", disse Jean-Luc Margot, da Universidade Cornell, o diretor científico do projeto Messenger, que conduziu um estudo sobre o assunto em 2007 mas não está envolvido com os relatórios publicados pela Science. "Sabemos que um núcleo parcialmente derretido é necessário para que haja um dínamo. Sabemos que o núcleo do planeta está parcialmente derretido. Disso não decorre que um dínamo atualmente em atividade esteja gerando o campo magnético".

Brian Anderson é especialista em física espacial na Universidade John Hopkins e principal autor de outro dos novos estudos. "O fato de que o campo magnético parece ser muito simples e não tenha variado em termos de força desde a visita da Mariner 10 pareceria limitar as possibilidades em termos de modelos viáveis de dínamo", de acordo com Anderson.

Os pesquisadores também localizaram mais falhas geológicas geradas por deslizamentos do que foi o caso na missão Mariner 10, revisando as estimativas de até que ponto Mercúrio foi comprimido em seus anos iniciais. Os números mais recentes propõem uma compressão um terço mais intensa do que a calculada originalmente. Isso significa que o planeta em dado momento começou a se contrair sob si mesmo, e passou por uma redução dramática de tamanho enquanto encolhia, sugerem os cientistas do projeto Messenger. As rugas resultantes em sua superfície podem apresentar comprimento de até 600 quilômetros.

Mais para ver Os pesquisadores esperam revelar mais sobre o movimentado planeta ainda este ano. Durante a próxima passagem da Messenger por Mercúrio, no final de 2008, a expectativa é de que a espaçonave obtenha imagens de 30% da superfície do planeta. Enquanto isso, a Agência Espacial Européia (ESA) está planejando lançar em 2013 a missão BepiColombo, que será composta por dois veículos orbitais cuja missão será estudar o campo magnético do planeta.

Anderson acredita que quanto mais missões, melhor, porque Mercúrio continua a ser um lugar muito misterioso. Há, por exemplo, o caso do ferro desaparecido. Mesmo que Mercúrio seja composto por mais de 60% de ferro, em termos de peso, o minério é relativamente escasso na superfície do planeta. Isso é incomum, se comparado aos demais planetas nas órbitas internas do Sistema Solar. E um relatório sobre estudo comandado por Thomas Zurbuchen, da Universidade do Michigan em Ann Arbor, revela que a superfície de Mercúrio está gerando um grande volume de partículas de ferro dotadas de carga que cercam o planeta e formam uma cauda longa, semelhante à de um cometa.

"Você vê partículas de ferro borbulhando nas atmosferas de Vênus, da Terra e de Marte, e até mesmo, em menor quantidade, na Lua", disse Anderson, "mas essa é a primeira vez que o vemos borbulhando na superfície mesma do planeta".

Imagens obtidas em Mercúrio revelam uma superfície dinâmica, marcada por crateras e vulcões
Imagens obtidas em Mercúrio revelam uma superfície dinâmica, marcada por crateras e vulcões

Tradução: Paulo Migliacci ME

China pode chegar à Lua antes dos EUA, diz Nasa

A China é capaz de enviar uma missão tripulada à Lua na próxima década se quiser, disse o diretor da Nasa (agência espacial dos Estados Unidos), Michael Griffin. A agência americana pretende enviar astronautas à superfície lunar até 2020 com sua nova nave espacial Orion. Mas é possível que os primeiros seres humanos na Lua desde a missão Apollo 17 em 1972 estejam fincando no solo a bandeira chinesa, e não a americana.

Em 2003, a China se tornou o único país a colocar um homem em órbita além dos Estados Unidos e da Rússia. Em entrevista à BBC News durante visita a Londres, Griffin disse: "Certamente é possível que a China queira colocar gente na Lua, e se desejar fazer isso antes dos Estados Unidos, com certeza ela pode. Em termos de capacidade técnica, ela pode, absolutamente."

Autoridades chinesas dizem que não há plano e não há cronograma para uma missão à Lua, e manifestaram dúvidas sobre a possibilidade de realizar uma até 2020.

Plano ambicioso
O diretor da agência espacial chinesa, CNSA, Sun Laiyan, disse no ano passado, contudo, que uma excursão lunar é inevitável.

Há uma percepção entre alguns especialistas da indústria espacial de que o longo domínio dos Estados Unidos sobre a exploração espacial está acabando à medida que outros países entram nessa área.

Sobre a importância de se chegar à Lua primeiro, Griffin preferiu não se comprometer. "Eu não sou um psicólogo, então não posso dizer se tem importância ou não. Seria apenas uma opinião e eu não quero dar uma opinião numa área em que não sou qualificado."

Um relatório recente da empresa de consultoria americana, Futron, disse que outros países estão expandindo sua capacitação espacial em um ritmo surpreendente, "ameaçando a liderança espacial dos Estados Unidos".

A China enviou duas missões tripuladas ao espaço nos últimos cinco anos. A primeira foi em 2003 e manteve o astronauta Yang Liwei 21 horas em órbita da Terra a bordo da nave Shenzhou 5. Na segunda, dois chineses a bordo da Shenzhou 6 passaram cinco dias em órbita. Uma outra missão tripulada deve partir em outubro, pouco depois dos Jogos Olímpicos de Pequim.

Colaboração
Griffin disse que os Estados Unidos e a China agora estão dando os primeiros passos para uma colaboração na exploração do espaço.

"Eu acho que é sempre melhor para nós encontrarmos áreas onde possamos colaborar ao invés de brigar", disse o representante da Nasa, lembrando que a primeira cooperação entre americanos e soviéticos ocorreu em 1975, "virtualmente no auge da Guerra Fria".

"E isto levou, 18 anos depois, à discussão sobre o programa da Estação Espacial Internacional em que agora estamos envolvidos", disse ele.

Índia
O programa espacial da Índia é menor que o da China, mas está avançando bastante. O país vai lançar sua sonda não tripulada Chandrayaan para a Lua ainda neste ano. A Índia também anunciou planos ambiciosos para um programa tripulado.

Desde que assumiu o posto na Nasa em 2005, Griffin esteve à frente da implementação de um plano do presidente George W. Bush com o objetivo de levar os americanos de volta à Lua até 2020 e enviá-los, em algum momento, a Marte.

BBC Brasil

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segunda-feira, 14 de julho de 2008

Rússia dobrará orçamento de programa espacial em 2009

A Rússia dobrará os gastos com o programa espacial em 2009, cuja quantia vai se aproximar do valor investido pela antiga União Soviética, anunciou hoje o subdiretor da agência espacial russa Roscosmos, Vitali Davidov.

"O aumento afetará todas as esferas do programa espacial federal, e não só a cosmonáutica tripulada", afirmou Davidov à agência "Itar-Tass", mas sem especificar qual foi o orçamento de 2008 nem até que nível exatamente chegará em 2009.

O orçamento da Roscosmos em 2007 foi de US$ 1,340 bilhão e a despesa do programa espacial soviético em 1989 chegava a US$ 3,280 bilhões.

Ainda com o aumento, Rússia aplicará menos dinheiro em suas atividades espaciais do que França, Japão, União Européia (UE) e Estados Unidos, país cujo orçamento é de US$ 17 bilhões.

Davidov disse que, embora a Duma ou Câmara dos Deputados ainda tenha que aprovar em agosto o orçamento do ano que vem, o Ministério das Finanças já garantiu o aumento à Roscosmos.

"Todas as naves espaciais cujas decolagens estão previstas para os próximos três anos serão lançadas", ressaltou.

Entre outras coisas, o dinheiro distribuído à Roscosmos será utilizado para desenvolver uma nova nave espacial que substitua a existente, a "Soyuz".

A Rússia iniciou no ano passado os preparativos para conquistar a Lua e Marte, com o objetivo de que suas naves não tripuladas cheguem à superfície lunar e ao planeta vermelho até 2015.

Cientistas russos dizem que o primeiro vôo tripulado russo a Marte poderia acontecer já em 2020, ainda sem descer à superfície marciana, mas se limitando a estudar o planeta com a ajuda de aparelhos automáticos controlados desde a órbita.

Estudantes desenvolvem satélite miniatura

Estudantes da Universidade de Tecnologia de Dresden, na Alemanha, desenvolveram um satélite em miniatura. Chamado SOMP Cubesat, o pequeno satélite deve medir a concentração de oxigênio a uma altura de 450 km e está programado para entrar em ação em 2010, informa a agência AP.

O SOMP faz parte do projeto estudantil de medição de oxigênio dentro do Grupo de Pesquisa Estudantil para Engenharia de Naves Espaciais (STARD). Ele começou a ser construído em 2006 com orientação dos professores da universidade e seu desenvolvimento foi acompanhado pela agência espacial alemã (DLR).

Estudantes desenvolveram satélite miniatura para pesquisar quantidade de oxigênio
Estudantes desenvolveram satélite miniatura para pesquisar quantidade de oxigênio

Asteróide duplo passa no espaço próximo à Terra

Um asteróide navega pelo espaço próximo ao nosso planeta, segundo informações do site LiveScience. Depois de dividir-se em duas pedras gigantes que orbitam entre si, o objeto estará mais próximo da Terra nesta segunda-feira, dia 14 de julho, a cerca de 1,4 milhão de milhas (dois milhões de quilômetros) do planeta. É uma distância quase seis vezes maior do que a existente entre a Terra e a Lua. Não há perigo de haver um choque com a Terra.

Os objetos, catalogados como 2008 BT18, foram descobertos pelo programa de pesquisa MIT LINEAR em janeiro.

Mas os cientistas querem saber mais sobre asteróides binários porque um dia eles poderão atravessar o nosso caminho. E desviar um binário fora do curso poderia ser consideravelmente mais desafiador do que alterar a trajetória de uma única rocha.

Imagens do radar do Observatório Arecibo, em Porto Rico, realizadas nos dias 6 e 7 de julho "mostram claramente dois objetos", disse Lance Benner do Jet Propulsion Laboratory da Nasa. Os objetos têm o tamanho estimado de 600 metros de altura e 200 metros de diâmetro. O maior faz uma rotação completa em seu eixo em cerca de três horas.

Observações suplementares do radar Goldstone da Nasa, no deserto de Mojave na Califórnia, devem trazer mais informações sobre a densidade, formas e da órbita do par.

Asteróides, muitas vezes, soltam pedaços o que faz com que a formação em pares seja bastante comum. Os cientistas anunciaram no início do mês de julho que binários podem ser criados quando a energia da luz solar divide um asteróide em dois.

Embora a maioria dos asteróides movem-se em um cinturão entre Marte e Júpiter, alguns são lançados deste espaço e cruzam o nosso caminho em torno do sol. Cerca de 15% destes asteróides próximos da Terra são binários, mas poucos deles vêm tão perto.

O asteróide 2008 BT18 continua classificado pela NASA como "potencialmente perigoso" porque a sua órbita futura não foi totalmente determinada.

Asteróides são conhecidos por mudar de rumo ao longo do tempo e, segundo observações, uma grande rocha chamada Apophis irá alterar o seu curso significativamente durante sua passagem pela Terra em 2029. A gravidade da Terra irá curvar a trajetória da rocha ao redor do sol. Dependendo de como essa interação acontecer, a Apophis tem uma pequena chance de bater no nosso planeta em 2036. Os cientistas, no entanto, esperam que a probabilidade de impacto diminua ou que ela evapore durante a aproximação.

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Astronautas retiram explosivo de nave Soyuz

Dois astronautas da Estação Espacial Internacional (EEI) fizeram uma caminhada espacial na última quinta-feira, para remover uma trava explosiva da nave russa Soyuz, que está acoplada à Estação Espacial.

» Veja mais fotos dos astronautas

Recebendo instruções de controladores da NASA, eles desconectaram a trava explosiva com sucesso da nave, que os levará de volta à Terra.

A missão foi arriscada. Uma eventual explosão da trava - comparável a de um rojão - poderia ferir ou até representar um risco maior aos astronautas. Mas engenheiros da missão russa asseguraram que a retirada dela garantiria uma volta segura à Terra.

Astronauta realizou reparos na nave
Astronauta realizou reparos na nave

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Telescópios da Nasa encontram "fábrica de estrelas"

Telescópios que examinam fatos ocorridos há mais de 12 bilhões de anos localizaram uma galáxia que funcionava como fábrica de estrelas. Essa remota galáxia está (ou esteve) gerando até 4 mil estrelas por ano.

A nossa Via Láctea, por exemplo, gera apenas dez estrelas por ano, segundo o estudo divulgado na quarta-feira. "Esta galáxia está passando por um forte 'baby boom', produzindo a maioria das suas estrelas de uma só vez", disse Peter Capak, do Centro Científico Spitzer da Nasa, ligado ao Instituto de Tecnologia da Califórnia.

"Se nossa população humana tivesse sido produzida num surto similar, a maioria de todas as pessoas vivas hoje em dia teria a mesma idade", comparou ele em nota à imprensa.

Em artigo na revista Astrophysical Journal Letters, Capak e seus colegas disseram ter usado vários telescópios, inclusive o Spitzer e o Hubble, ambos da Nasa, para localizar essa antiga galáxia, que fica a 12,3 bilhões de anos-luz (ou seja, sua luz levou 12,3 bilhões de anos para chegar aos arredores da Terra).

Estima-se que o Universo tenha 13,4 bilhões de anos, o que significa que a galáxia estava "parindo" estrelas quando o Universo tinha apenas 1,3 bilhão de anos.

Imagens dos telescópios mostram a formação das novas estrelas, gases e outras galáxias que não produzem estrelas
Imagens dos telescópios mostram a formação das novas estrelas, gases e outras galáxias que não produzem estrelas

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Cosmonautas iniciam caminhada para analisar Soyuz

Os tripulantes russos da Estação Espacial Internacional (ISS) iniciaram hoje, com quase uma hora de atraso, uma caminhada para examinar o módulo de descenso da nave Soyuz TMA-12, encostada na plataforma orbital. Os cosmonautas Sergey Volkov e Oleg Kononenko abriram a escotilha e saíram ao espaço às 15h56 (de Brasília), para uma missão que durará aproximadamente seis horas, segundo informou o Centro de Controle de Vôos Espaciais da Rússia.

O terceiro tripulante da ISS, o americano Greg Chamitoff, supervisiona o trabalho de seus companheiros de dentro da nave Soyuz, e em caso de qualquer imprevisto, estará pronto para recolher os russos e retornar à Terra.

A caminhada deveria ter começado às 15h12 (em Brasília), mas se atrasou por causa da Nasa, que, segundo o CCVE, não assegurou a comunicação da ISS com a Rússia, que corre a cargo da agência espacial americana quando a estação está fora do alcance dos meios técnicos russos. A agência espacial russa, Roscosmos, explicou que o objetivo da saída ao exterior é examinar o estado dos mecanismos de separação do módulo de descida, que anteriormente apresentaram problemas em duas ocasiões.

"A principal missão desta saída é revisar e abrir mecanicamente um dos cinco fechamentos que unem o módulo de descida com o compartimento de equipamentos da 'Soyuz'", disse às agências o porta-voz da Roscosmos, Aleksandr Vorobiov.

O programa russo de vôo não incluía esta saída ao espaço, que a Roscosmos estabeleceu depois que dois módulos de descida da "Soyuz", em outubro de 2007 e abril deste ano, voltaram à Terra em regime de queda livre, com as conseqüentes sobrecargas para os tripulantes. A "Soyuz TMA-11", na qual, em 19 de abril, retornaram da ISS o astronauta russo Yuri Malenchenko, sua colega da Nasa Peggy Whitson e a primeira astronauta sul-coreana Yi So-yeon, aterrissou a 420 km do local previsto.

Devido à queda livre, ou trajetória balística, os tripulantes da nave tiveram que suportar sobrecargas de entre 8 e 9g (aceleração da gravidade), frente aos 3 ou 4 freqüentes em uma descida normal, e a sul-coreana precisou ser hospitalizada dias mais tarde por dores nas costas. Uma fonte da indústria espacial russa declarou, após o incidente, que os tripulantes da "Soyuz" "se salvaram por milagre".

Uma comissão estabeleceu que a causa das descidas descontroladas foi a ativação errada de um dos eixos cilíndricos que separam o módulo de retorno, onde se encontram os tripulantes, do resto da nave "Soyuz" quando o primeiro entra nas camadas densas da atmosfera. O sistema de separação conta com cinco fechamentos, cada um dotado de um eixo cilíndrico.

A tarefa de Volkov e Kononenko é extrair um desses eixos para trazê-lo à Terra, onde será examinado pelos especialistas, enquanto a operação de volta da "Soyuz" será realizada com os quatro restantes, segundo a Roscosmos. O CCVE ressaltou que esta é a primeira caminhada dos dois austronautas russos, e que a missão se complica pelo fato de que nunca fizeram ensaios na Terra.

Caso tudo ande bem e haja tempo, os astronautas instalarão ainda no porto do módulo russo Zvesda um referente para o acoplamento de um pequeno aparelho de pesquisa que previsivelmente será enviado à plataforma orbital em 2009.

Os cosmonautas Sergey Volkov e Oleg Kononenko saíram ao espaço para uma missão de cerca de seis horas
Os cosmonautas Sergey Volkov e Oleg Kononenko saíram ao espaço para uma missão de cerca de seis horas

Nasa e ESA podem enviar missão não tripulada a Marte até 2020

A Nasa e a Agência Espacial Européia (ESA) consideram a possibilidade de enviar uma missão espacial não tripulada a Marte antes de 2020, segundo afirmaram hoje especialistas destas duas organizações, em uma conferência sobre a prospecção do Planeta Vermelho.

Os representantes da Nasa e da ESA, reuniram-se com membros da japonesa Jaxa e da russa Roscosmos, em uma conferência de dois dias que terminou hoje em Paris, onde debateram de maneira preliminar uma missão MSR (Mars Sample Return).

Na conferência, foram apresentados os resultados do grupo internacional de estudo IMARS, que avalia a possibilidade de enviar ao Planeta Vermelho um equipamento robótico capaz de retornar à Terra com amostras obtidas para posterior análise.

A missão, que pode ser realizada antes de 2020, permitiria ao ser humano avaliar se está ou não só no Universo, além de fornecer maiores conhecimentos sobre as características geológicas do planeta, e informações sobre uma "eventual missão tripulada a Marte".

No entanto, trata-se apenas de uma aproximação preliminar pois "não está dito qual pode ser o papel da Europa", segundo explicou à Agência Efe o responsável de projetos avançados do Deimos, Augusto Caranagno. Ele acrescentou que o papel desse continente na iniciativa será decidido em uma conferência ministerial em 2011.

Até lá, a Europa avaliará a missão em nível global e os elementos-chave para "o desenho do problema das tecnologias associadas", acrescentou.

Os representantes de todas as agências que participaram do encontro concordaram que a missão está mais próxima de realizar-se do que antes do encontro, e insistiram também que, caso seja levada adiante, nenhum país ou grupo de países deve tentar capitalizar o êxito do projeto, devendo este permanecer como um êxito global.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Lua: indícios de água são encontrados na superfície

Os vestígios de água encontrados nas rochas da Lua remontam à superfície do satélite terrestre há 3 bilhões de anos, afirmam três geólogos em um estudo publicado na revista Nature.

Os cientistas analisaram amostras de rochas vulcânicas, recolhidas durante as missões Apollo 11, 15 e 17, que não apresentavam as características geoquímicas de meteoritos ou de cometas, mas que continham, no entanto, toda uma variedade de elementos voláteis, entre eles a água.

Até hoje, acreditava-se que os supostos vestígios de água perto dos pólos da Lua tinham origem no impacto de meteoritos ou cometas. Erik Hauri, do Instituto Carnegie, em Washington, e seus colegas, chegaram à conclusão que havia água na superfície das amostras graças a um novo método de espectometria de massa, que permite identificar a presença de água em quantidades mínimas.

Os geólogos calcularam depois que o manto e a superfície da Lua deviam conter uma quantidade de água semelhante à da Terra durante sua formação, há 4,5 bilhões de anos. "Esses resultados geram várias perguntas", escreveu em um comentário na revista Nature o geólogo francês Marc Chaussidon.

"Em que se transformou esta água da formação da Lua? E se a Lua não foi criada seca, de onde vinha a água?". Atualmente, a maioria da água lunar evaporou por causa das elevadas temperaturas diurnas na superfície do satélite, que podem superar os 100°C.

Pedras trazidas da Lua há quase 40 anos ainda mostram segredos

No laboratório, as pedras lunares parecem corriqueiras - basalto cinza escuro, um mineral esbranquiçado conhecido como anortosito e misturas desses dois materiais com o acréscimo de cristais. Mas, passados quase 40 anos do pouso dos astronautas do Programa Apollo na Lua, as porções da Lua que eles trouxeram à Terra continuam a revelar aos cientistas segredos sobre o satélite. » Veja mais fotos das pedras da Lua

"Nós chamamos esta pedra de 'rocha gênese', porque ela se formou mais ou menos na época em que a Lua se solidificou, cerca de 4,5 bilhões de anos atrás", diz Carlton Allen, apontando para uma pedra clara, do tamanho e forma de um apagador, que repousa em uma caixa de vidro cheia de nitrogênio inerte.

"Sabemos que o Big Bang aconteceu 14,5 bilhões de anos atrás", disse Allen, "e esta rocha tem um terço dessa idade. Não se pode encontrar matéria sólida mais velha, em nosso sistema solar".

Allen é curador de astromateriais no Centro Espacial Johnson, que abriga o Laboratório de Amostras Lunares, uma instalação segura inaugurada em 1979 para abrigar 382 quilos de pedras e amostras de solo lunares recolhidas pelos astronautas norte-americanos em seis visitas.

As pedras obtidas na superfície lunar, que ficaram inalteradas, preservadas em um vácuo desde sua formação, oferecem oportunidades de investigação da origem e evolução do sistema solar que não estão disponíveis em qualquer outro lugar, e o estudo se aprofunda com cada nova geração de cientistas e instrumentos científicos.

A cada ano, um conselho de avaliação científica considera novas propostas de pesquisa, e os curadores enviam cerca de 400 amostras lunares a entre 40 e 50 cientistas de todo o mundo. Quase todas elas têm menos de um grama de peso. "Não as distribuímos; apenas emprestamos", afirma Allen. "Não prevemos que nosso estoque se esgote".

Ao longo dos anos, as amostras permitiram muitas observações originais sobre o nosso vizinho astronômico mais próximo. Com base nas amostras, aprendemos quando a Lua foi formada, provavelmente como resultado (embora continue a haver controvérsias a respeito) do choque entre um planetóide e a Terra em sua juventude, o que arremessou ao espaço uma nuvem de destroços que se congregaram para formar a Lua.

As amostras confirmaram que impactos de asteróides e meteoros, e não atividade vulcânica, criaram a vasta maioria das crateras que definem a topografia lunar, enquanto uma barragem constante de meteoritos, micrometeoritos e radiação levou ao derretimento do leito rochoso, criando um cobertor de poeira e terra solta - conhecido como rególito - que recobre a superfície lunar.

E conhecer a idade das rochas lunares, que pode ser calculada com precisão da ordem de 20 milhões de anos, permitiu que os cientistas estabeleçam uma norma de comparação que permite que datem as características geológicas do Sistema Solar. A superfície da Terra, uma das mais jovens topografias do sistema, está mudando constantemente, em resultado de falhas, dobras, movimentos e acomodações causados por erupções, terremotos e explosões. Em contraste, a Lua apresenta uma das topografias mais antigas. "É difícil conceber intelectualmente um lugar onde nada acontece", diz Allen. "Mas é isso que a Lua é".

Nos últimos anos, as rochas ajudaram os pesquisadores a responder a questões práticas surgidas depois que o presidente Bush lançou, em 2004, propostas que levariam a um retorno à Lua, em 2020, com o estabelecimento de uma base permanente. Os planejadores estão usando as rochas para estudar o efeito pernicioso do rególito sobre as máquinas e a saúde dos astronautas. Eles estão aprendendo como extrair oxigênio e outros elementos vitais das rochas e terra lunares. E precisam compreender de que maneira proteger os espaços de habitação contra a mortífera radiação que atinge a superfície da Lua sem descanso.

As amostras - um total de 2,2 mil - são mantidas em caixas cheias de nitrogênio, em um cofre de aço inoxidável localizado no segundo piso do laboratório de 1,2 mil metros quadrados, e são transferidas a outras porções do edifício por um sistema de tubos de ar comprimido. Os técnicos preparam o material para remessa usando caixas dotadas de aberturas equipadas com luvas, usando ferramentas e recipientes esterilizados.

As amostras são numeradas e separadas com base nas missões que as recolheram. Todas as missões Apollo que pousaram na Lua, a começar da Apollo 11, em 1969, e até a Apollo 17, em dezembro de 1972, pousaram em locais equatoriais, mas o terreno era diferente em cada caso, e as amostras refletem as diferenças. A rocha-gênese foi recolhida pelos astronautas da Apollo 15 perto de Hadley Rille, no limite entre um dos "mares" - depressões no terreno - lunares e o altiplano.

A chegada das primeiras pedras da Lua, em 1969, era muito aguardada pelos cientistas. "Não tínhamos idéia do que a Lua era feita", relembra Allen, e as duas primeiras décadas de pesquisa se concentraram nas questões básicas - a idade e composição das pedras lunares e a origem e evolução da geologia e dos traços topográficos salientes da Lua.

A Lua se desenvolveu inicialmente como uma bola de magma quase líquida, coberta por uma fina camada de minerais mais leves. A crosta se tornou o anortosito branco, que flutuava por sobre o magma e veio a formar os altiplanos. O basalto irrompeu posteriormente e se solidificou mais tarde nos mares, mais baixos.

O anortosito e outras rochas semelhantes nos altiplanos e a lava de basalto nos mares são os componentes básicos da Lua. Outras rochas são conhecidas como "breccias" - rochas esmagadas e quebradas, fundidas pelo calor das colisões de impacto e ejetadas das crateras resultantes.

Os pesquisadores afirmam que os altiplanos apresentam mais crateras que os mares. Isso significa que tenham sofrido mais impactos, de modo que as rochas dos altiplanos são relativamente mais velhas. Mas quando obtiveram amostras das rochas puderam determinar sua idade absoluta em anos.

Isso permitiu que eles criassem uma referência aplicável a qualquer outra parte do Sistema Solar. A Lua demonstrou que um local com rochas de uma determinada idade teria número previsível de crateras de dimensões diferentes. E já que o ritmo de impacto é provavelmente semelhante em todo o sistema, as datas lunares poderiam ser usadas como referência para estimar a idade de superfícies em outros astros.

"Isso foi muito importante - determinar que os impactos são um fenômeno significativo e fundamental com efeito não só sobre a Lua e os planetas mas sobre a vida em si", diz Paul Spudis, geólogo planetário do Instituto Lunar e Planetário de Houston. "Nós sabíamos que impactos aconteciam, mas até que as rochas fossem obtidas os considerávamos como acidentes geológicos".

Isso mudou. No começo dos anos 80, os cientistas conseguiram demonstrar que depósitos de minerais e cristais terrestres com 65 milhões de anos de idade eram bastante semelhantes aos encontrados rotineiramente na amostras lunares. Isso resultou na teoria, hoje amplamente aceita, de que o impacto de um asteróide contra a Terra resultou na extinção dos dinossauros.

Os cientistas lunares agora acreditam que essa percepção possa ter implicações ainda mais amplas. Análises de amostras e crateras de impacto lunares demonstraram que a superfície da Lua era sólida 4,3 bilhões de anos atrás, mas as rochas de impacto mais antigas encontradas entre as amostras tinham 3,9 bilhões de anos.

Alguns pesquisadores sugeriram que os impactos sobre a Lua começaram a escassear 4,3 bilhões de anos atrás, e depois foram retomados de forma violenta em um "cataclismo" ocorrido 400 milhões de anos à frente. E, caso esse cataclismo tenha afetado a Lua, ele com certeza afetou a Terra ¿e no período em que a vida estava apenas começando.

"Isso é muito controverso", diz Charles Shearer, cientista lunar na Universidade do Novo México e presidente do comitê de revisão científica do laboratório. "É importante que obtenhamos amostras de outros terrenos".

E isso explica em parte os atrativos do projeto lunar de Bush, que planeja uma base perto do pólo sul da Lua e a exploração de toda a superfície do satélite, incluindo a face oculta. São possibilidades "que realmente entusiasmam a classe científica", diz Allen.

Bem, nem todo mundo. "É muito difícil justificar a Lua como meta primária de um programa espacial tripulado - não há muito de novo a descobrir", disse Robert Zubrin, presidente da Sociedade Marte e crítico da exploração lunar renovada. "Se queremos um desafio, Marte é o melhor. Ou pretendemos inspirar a juventude atual repetindo os feitos de seus avós?"

Um desses avós é Lawrence Taylor, 70, geólogo lunar e especialista em rególito na Universidade do Tennessee. Ele desenvolveu maneiras de extrair oxigênio da poeira lunar e, com base no conhecimento de que o rególito contém minério de ferro, patenteou um método que permite transformá-lo em vidro, por microondas. O material seria usado como revestimento para locais de pouso de espaçonaves ou estradas.

"Muita gente me procura, agora", disse Taylor. "Antes, as pessoas me contactavam apenas por curiosidade, mas agora estou em posição de destaque na comunidade científica".

Rocha lunar é exibida no Instituto Lunar e Planetário em Houston, Texas.

Rocha lunar é exibida no Instituto Lunar e Planetário em Houston, Texas.

Tradução: Paulo Migliacci ME

terça-feira, 8 de julho de 2008

Ônibus espacial se despede em 2010

Após mais de 30 anos de serviço, o ônibus espacial americano fará seu último vôo em 31 de maio de 2010, antes de se aposentar e depois de ter sido um elemento-chave na construção da Estação Espacial Internacional (ISS).

As três naves que compõem a frota espacial americana - Discovery, Endeavour e Atlantis - serão retirados de atividade, em setembro de 2010, anunciou a Nasa, nesta terça-feira.

O ônibus ainda deve fazer um total de dez vôos. Dois estão programados para acontecer ainda em 2008: um, no dia 8 de outubro, para uma missão de reparo e manutenção do telescópio espacial; e outro, em 10 de novembro, para abastecer a ISS com provisões e peças. Outros cinco acontecerão em 2009, e três, em 2010, acrescentou o porta-voz da Nasa, Rob Navias.

O último vôo será realizado pelo Endeavour, rumo à ISS, em 31 de maio de 2010. Sua missão será levar peças sobressalentes "importantes", que serão instaladas do lado de fora da Estação, entre elas, antenas de comunicação e um tanque de gás de alta pressão.

Depois disso, a Nasa utilizará um novo tipo de veículo, parecido com a cápsula Apollo, que será lançado por um foguete e se destinará às missões de exploração humana na Lua e em Marte.

As novas naves são a cápsula Orion, "batizada com o nome da estrela mais brilhante e visível no céu" e seu lançador, o foguete Ares, "nome de um deus grego associado a Marte", segundo a Nasa.

O primeiro vôo habitado da Orion deve acontecer, no mais tardar, em 2014, enquanto que o primeiro vôo à Lua está previsto, no máximo, para 2020.

O ônibus espacial, primeiro veículo concebido para ser reutilizável, fez seu primeiro vôo em 12 de abril de 1981, decolando do centro espacial Kennedy, no Cabo Canaveral (Flórida, sudeste dos EUA). Na época, era o Columbia.

Ao todo, foram seis espaçonaves construídas: Enterprise, um veículo de teste, que nunca voou ao espaço, Columbia, Challenger, Discovery, Atlantis e Endeavour. Das cinco em atividade, duas jamais retornaram. A Challenger explodiu pouco depois da decolagem, em 28 de janeiro de 1986, e a Columbia se desintegrou em 1º de fevereiro de 2003, em seu reingresso na atmosfera. Cada uma levava sete astronautas. Toda a tripulação morreu.

O acidente do ônibus espacial Columbia retardou, consideravelmente, os lançamentos da Nasa para a ISS, que foram retomados somente em julho de 2005. Nesse meio tempo, apenas os russos e sua nave Soyouz enviaram astronautas ao espaço.

Quando se aposentar, o Discovery terá feito 38 vôos; o Atlantis, 32; e o Endeavour, 25. Cerca de 35 missões terão sido enviadas para a ISS, a maior estrutura já montada pelo Homem no espaço e uma etapa fundamental na conquista de Marte.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Nasa anuncia última missão para conserto do "Hubble"

O ônibus espacial "Atlantis" partirá em 8 de outubro para um último conserto do telescópio espacial "Hubble" na primeira das oito missões dessas naves da Nasa (agência espacial americana), antes de elas se aposentarem.

Um comunicado da agência espacial americana indicou que a última missão deste ano será realizada pela "Endeavour", que sairá no dia 10 de novembro até a Estação Espacial Internacional (ISS) durante o processo de construção do complexo em órbita terrestre.

Além desses, outro membro da frota que fará suas últimas viagens é o "Discovery", cujo vôo inaugural ocorreu em 1984.

O comunicado acrescentou que até o fim de 2010, ano em que os populares ônibus espaciais serão retirados de circulação, serão realizadas outras seis missões e que serão preparados outros dois vôos até a ISS.

A Nasa esclareceu que as datas anunciadas para este ano, assim como para 2009 e 2010, estão condicionadas aos programas de lançamento de outras naves e outros detalhes técnicos.

No entanto, acrescentou que refletem o compromisso da Nasa de completar a construção da ISS e de continuar a transição para as novas naves que substituirão os ônibus espaciais.

A agência espacial deve substituí-los com o programa "Constellation", que construirá as naves "Orion", as quais entrarão em operação em 2015.

Entre 2010 e 2015, a nave russa "Soyuz" fornecerá provisões e realizará substituições de peças na ISS.

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Phoenix analisará fragmentos de gelo em forno

Os cientistas da missão americana Phoenix preparam-se para realizar a primeira análise de fragmentos de gelo marciano na próxima semana, segundo comunicado publicado pela Nasa. Mas esta análise num dos oito fornos do instrumento TEGA (Thermal and Evolved-Gas Analyzer), único da sonda que pode aquecer o material, poderia ser a última em meio ao temor dos cientistas da repetição do curto-circuito registrado há alguns dias.

"Na medida em que não há meios de avaliar a probabilidade de um outro curto-circuito, ficamos com a hipótese mais prudente e consideramos que o próximo estudo do TEGA poderá ser o último", escreveu Peter Smith, da Universidade do Arizona (sudoeste), responsável científico da missão Phoenix.

O TEGA é muito importante para determinar se o solo e o gelo de Marte contêm componentes orgânicos ou à base de carbono, que são essenciais à vida. O TEGA pode aquecer amostras do solo marciano em até mil graus Celsius.

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Campo magnético revela composição da superfície de Mercúrio

Cientistas americanos determinaram a composição da atmosfera e da superfície de Mercúrio através da medição das partículas carregadas em seu campo magnético, revelou um estudo publicado hoje pela revista "Science".

Segundo os cientistas da Universidade de Michigan, essa atmosfera contém silicatos, sódio, enxofre e até íons de água. Os íons são átomos ou moléculas que perderam ou ganharam elétrons passando a ter carga elétrica positiva ou negativa.

Por outro lado, a magnetosfera está repleta de espécies iônicas, tanto atômicas quanto moleculares e é mais complexa que a de Io, uma lua de Júpiter que possui atividade vulcânica.

Essa medição foi feita pelo Espectrômetro de Plasma de Imagem Rápida (FIPS) da sonda "Messenger", que realizou em janeiro deste ano a primeira de três aproximações previstas para Mercúrio.

"Agora sabemos mais de Mercúrio, muito mais do que podíamos imaginar", apontou Thomas Zurbuchen que dirige as operações de FIPS na sonda.

O planeta mais próximo do Sol recebeu visitas da sonda Mariner 10 entre 1974 e 1975 e desde suas primeiras observações os cientistas tinham especulado sobre a influência do campo magnético e dos ventos solares sobre a superfície e a fina atmosfera do planeta (exosfera).

De acordo com a análise preliminar dos dados apresentados pelo Messenger, os cientistas apontam que é possível que as moléculas detectadas no ambiente espacial de Mercúrio tenham sido desalojadas da superfície e da exosfera pelos ventos solares que são uma corrente de partículas carregadas.

Esse vento procedente do Sol castiga Mercúrio e lança as partículas da superfície e da atmosfera para o espaço, onde foram medidas por FIPS.

"É como se tivéssemos feito uma perícia de Mercúrio. Esta aproximação realizou uma primeira verificação da composição da superfície do planeta", disse.

Cientistas: fenômeno comprova teoria de Einstein

O ofusque de duas estrelas neutrônicas a 1,7 mil anos luz da Terra confirmou um efeito cósmico citado pelo físico alemão Albert Einstein há quase um século em sua Teoria da Relatividade, segundo um estudo divulgado hoje pela revista Science.

Os cientistas utilizaram o telescópio da Fundação Nacional das Ciências para realizar durante quatro anos um estudo sobre duas estrelas neutrônicas chamadas pulsares, que emitem ondas de rádio.

Dentre quase 2 mil pulsares identificadas, este é o único caso em que as estrelas giram ao redor uma da outra, explicou René Breton, da Universidade McGill, em Montreal, no Canadá.

Além disso, o plano de sua órbita está perfeitamente alinhado com a visão do telescópio desde a Terra de modo que, quando uma passa por trás da outra, o gás ionizado que a rodeia ofusca o sinal do pulsar.

Quando isto ocorre, a magnestosfera de um pulsar absorve as ondas emitidas pelo outro, permitindo aos astrônomos determinar sua orientação espacial.

Em 1915, Einstein profetizou que em um sistema de dois objetos de massas enormes, como estas estrelas neutrônicas, a força gravitatória de uma, além de seu movimento de rotação, modificaria o eixo de rotação da outra em um fenômeno chamado na astronomia de precessão.

"Acho que se Einstein vivesse, estaria feliz com estes resultados", indicou Michael Kramer, do Centro de Astrofísica de Jodrell Bank da Universidade de Manchester. Além de Breton e Kaspi, participaram do estudo outros cientistas do Canadá, Reino Unido, Estados Unidos e França.

PSR J0737-3039A/B é único sistema com duas estrelas de neutrônicas orbitando uma a outra
PSR J0737-3039A/B é único sistema com duas estrelas de neutrônicas orbitando uma a outra

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Lançamento de foguete Ariane é adiado para próxima segunda-feira

O quarto lançamento de um foguete Ariane deste ano, que deveria pôr em órbita, na próxima sexta-feira, dois satélites, foi adiado para segunda-feira, 7 de julho, por um problema técnico, anunciou hoje o consórcio espacial europeu Arianespace.

"O adiamento foi decidido após a descoberta de uma anomalia na interface elétrica entre a plataforma de lançamento Ariane-5 e sua mesa de lançamento", explicou em comunicado o Arianespace, que assinalou que a nova data para a operação deve permitir substituir o equipamento danificado.

O foguete levará dois satélites destinados à transmissão direta de televisão, o ProtoStar I, do operador americano ProtoStar, e o BADR-6, da Arabsat.

Agência espacial russa fará nave Soyuz turística

A agência espacial russa Roscomos informou hoje em comunicado a assinatura de um acordo com a companhia americana Space Adventures para começar a financiar a construção de uma nave turística Soyuz.

Segundo o texto, a Roscosmos "fechou um acordo com um dos investidores, que começará a financiar a construção de uma nave Soyuz com data de lançamento prevista para 2011".

A Space Adventures, que detém os direitos exclusivos para o envio de turistas à Estação Espacial Internacional (ISS) a bordo das naves Soyuz, informou no dia 11 sobre o acordo com a Roscosmos para o lançamento da "primeira missão privada" à plataforma orbital, segundo a agência oficial Itar-Tass.

A primeira viagem turística à ISS em uma Soyuz, pilotada por um astronauta profissional e na qual viajarão dois turistas espaciais, está prevista para o segundo semestre de 2011.

A Space Adventures já organizou as viagens de cinco turistas espaciais à ISS em naves russas que viajavam em missão oficial à plataforma orbital, a preços entre US$ 20 milhões e US$ 40 milhões.

O próximo turista a acompanhar uma missão oficial ao espaço será Richard Garriott, filho do ex-astronauta americano Owen Garriott, cujo vôo está previsto para 12 de outubro.

Segundo a Roscosmos, "o conteúdo dos acordos com os investidores permite supor que uma iniciativa similar (de construção de uma nave turística), conseqüência do interesse do mercado internacional pelos vôos comerciais pilotados, poderá ter continuidade após 2011".

Hubble fotografa restos de supernova muito brilhante

O telescópio espacial Hubble capturou em imagem os restos de supernova que explodiu há mil anos. A foto mostra uma fita delicada flutuando em nossa galáxia, que é um gás remanescente de uma explosão estelar, segundo o Daily Mail.<

» Veja foto ampliada da supernova

A supernova era provavelmente a estrela mais brilhante já vista pelos humanos, e utlrapassava Vênus como o objeto mais brilhante no céu à noite, e só não era mais brilhante que a Lua.

Ela era visível mesmo durante o dia por semanas, e permaneceu visível a olho nu por pelo menos dois anos e meio antes de ficar mais fraca.

A imagem se baseia em um composto de observações feitas com uma avançada câmera para pesquisas do Hubble, com imagens de fevereiro de 2006, e de uma câmera planetária do telescópio em azul, verde-amarelado e cores próximas ao infra-vermelho, registradas em abril deste ano.

Gás da supernova parece uma fita flutuante
Gás da supernova parece uma fita flutuante

Sistema solar tem forma assimétrica e abaulada, diz estudo

O sistema solar não tem forma arredondada, mas é assimétrico e apresenta abaulamento, conforme pode ser deduzido dos dados enviados por uma nave espacial que viaja pelo espaço há mais de 30 anos, e cujos resultados são publicados pela revista científica Nature em seu último número.

Dirigida por Edward Stone, catedrático de Física no Instituto de Tecnologia da Califórnia, nos Estados Unidos, a pesquisa está concentrada no estudo da heliosfera, que é uma espécie de bolha magnética criada pelo vento gerado pelo Sol e que envolve nosso sistema planetário.

Segundo os dados enviados pelo Voyager 2, a nave atravessou a fronteira do sistema solar em um local mais próximo ao sol do que o previsto, o que indica a existência de uma irregularidade na heliosfera.

Os cientistas deduzem que a nave saiu do sistema solar por uma grande deformação da heliosfera que poderia ser explicada pelo efeito de um campo magnético de caráter local que a atrairia em direção à estrela solar.

O Voyager 2 partiu da Terra em 1977 com a missão de estudar os planetas de Júpiter e Saturno. Após finalizar sua tarefa, a nave continuou viajando até sair do sistema solar, de onde continua enviando informações à Terra.

Atualmente, o Voyager 2 resiste em condições de frio e escuridão; diante da ausência de energia solar, a nave se alimenta de baterias nucleares que produzem energia ilimitada.

terça-feira, 1 de julho de 2008

Cosmonautas da ISS farão reparos na nave Soyuz

Cosmonautas da ISS farão reparos na nave Soyuz

Os cosmonautas russos da Estação Espacial Internacional (ISS) vão retirar durante caminhada espacial um eixo cilíndrico da Soyuz TMA-12 que supostamente causou as aterrissagens balísticas das duas naves anteriores, informou hoje um porta-voz do setor aeroespacial russo.

"Os cosmonautas examinarão a Soyuz para detectar possíveis danos, separarão a camada superior do revestimento da nave que protege a fechadura com os eixos cilíndricos", disse a fonte citada pela agência "Interfax".

Os eixos cilíndricos têm a função de separar a cápsula de desacoplamento do cargueiro no momento de sua entrada na atmosfera. Segundo o porta-voz, a explosão do eixo número cinco foi a causa da queda livre da Soyuz TMA-10 em outubro de 2007 e da Soyuz TMA-11, em abril deste ano.

Para evitar outro problema semelhante, os cosmonautas realizarão na madrugada do dia 10 uma corrida especial não-programada para examinar a Soyuz TMA-12, que está acoplada à ISS e na qual voltarão à Terra em outubro.

Essa será a primeira caminhada espacial dos russos Sergei Volkov e Oleg Kononenko e terá a duração de seis horas. O americano Gregory Chamitoff, terceiro tripulante da ISS, supervisionará o trabalho de seus companheiros do interior da plataforma.

A segunda missão de Volkov e Kononenko será instalar na superfície da ISS um porto para o acoplamento de um pequeno módulo de pesquisa que deve ser enviado à plataforma em 2009.

"A aterrissagem balística traz uma sobrecarga pouco agradável para a tripulação, mas está dentro das formas de pouso previstas", disse o diretor do departamento de vôos tripulados da Agência Espacial Federal Russa, Alexei Krasnov.

Empresa abre reservas para casamento no espaço

Uma empresa japonesa abriu, nesta terça-feira, as reservas para um novo serviço que oferece aos casais a possibilidade de fazer a cerimônia de casamento no espaço.

A iniciativa é da empresa japonesa de organização de eventos First Advantage e da companhia aeroespacial americana Rocketplane.

Quem quiser se casar no espaço terá que pagar U$ 2,4 milhões (R$3,8 mi) pelo serviço.

O vôo para realização da cerimônia dura uma hora e é feito a 100 quilômetros da superfície terrestre a bordo do Rocketplane XP, uma aeronave que combina características de avião e foguete.

Além do padre, o casal pode ainda chamar dois convidados para participar da cerimônia dentro da aeronave. No entanto, para fazer a viagem espacial, tanto o casal quanto os convidados devem fazer um treinamento de quatro dias.

O serviço oferece ainda a chance de o casamento ser acompanhado em terra, num salão especial para convidados, que poderão assistir ao vivo as imagens da cerimônia no espaço.

O preço inclui também um vestido de noiva especial, álbum de fotos e vídeo, além do vôo de avião até o espaçoporto de onde a aeronave irá decolar.

Em entrevista, um porta-voz da empresa First Advantage afirmou que nesta terça-feira - primeiro dia das inscrições - a companhia já recebeu cerca de 15 consultas sobre o serviço, a maioria feita por homens.

A empresa informou ainda que não há limite de idade para o serviço. No entanto, é pré-requisito que os noivos passem por um rigoroso exame médico para comprovar o estado de saúde, que deve estar em excelentes condições. Os primeiros casamentos serão realizados a partir de 2011.

BBC Brasil

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