quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Denver se prepara para relação pacífica com extraterrestres

Oh, os complexos protocolos do contato interplanetário. O que deveriam fazer os seres humanos quando alienígenas do espaço exterior aparecerem em seus bairros?

É um assunto quanto ao qual Denver pode ganhar clara vantagem sobre cidades rivais menos preparadas, se a maioria dos eleitores responder sim a um referendo sobre a criação de uma Comissão Extraterrestre, na eleição do ano que vem.

O departamento de registro municipal anunciou em carta divulgada na terça-feira que os proponentes da Comissão Extraterrestre haviam conseguido assinaturas suficientes em uma petição e que por isso a iniciativa seria levado a referendo durante as eleições primárias estaduais que serão realizadas em 10 de agosto.

A comissão, que seria financiada por doações e por verbas institucionais do setor privado, teria uma tarefa de dimensões verdadeiramente cósmicas, de acordo com a petição: "Garantir a saúde, a segurança, e a conscientização cultural dos residentes e visitantes de Denver e, no futuro, facilitar a mais harmoniosa, pacífica, mutuamente respeitosa e benéfica coexistência possível entre seres inteligentes extraterrestres e os seres humanos".

A petição precisava de assinaturas equivalentes a 5% do total de eleitores que compareceram às urnas na mais recente eleição municipal de Denver, em 2007, ou 3.974 assinaturas, mas seus proponentes conquistaram 4.211, anunciou Stephanie Malley, a diretora do registro municipal em sua carta ao líder da iniciativa, Jeffrey Peckman, 55, munícipe de Denver.

Peckman declarou em entrevista que nunca teve contato pessoal com alienígenas ¿embora tenha visto uma misteriosa bola de luz verde no céu por sobre Denver, na noite em que Michael Jackson morreu. Mas disse que estava convencido de que existiam indícios suficientes quanto a contatos desse tipo para que uma organização formal seja criada a fim de obter mais informações. Os membros da comissão, disse ele, precisariam ter certos conhecimentos especializados, "ou conhecimentos sobre civilizações extraterrestres".

A votação quanto à comissão não terá custo substancial para a prefeitura de Denver, disse o diretor do serviço eleitoral do município, Michael Scarpello, porque a cidade de qualquer forma precisa cobrir o custo das primárias que serão realizadas no mesmo dia.

Em 2003, Peckman introduziu outro projeto para referendo em Denver, uma proposta de criação de infraestrutura para a redução do estresse social. A proposta obteve o apoio de 32% do eleitorado no referendo, ele afirmou.

Tradução: Paulo Migliacci ME

The New York Times
The New York Times

Astrônomos encontram galáxias mais distantes do universo

Astrônomos dos Estados Unidos conseguiram vislumbrar galáxias que surgiram apenas 500 milhões de anos depois do Big Bang, mais de 13 bilhões de anos atrás. Em, agosto, o Telescópio Espacial Hubble, da Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço (Nasa), obteve a imagem mais profunda do universo conseguida até o momento, em uma banda do espectro próxima ao infravermelho.

O telescópio espacial americano estava utilizando seu mais novo conjunto de olhos, a Wide Field Camera 3 (WFC3), instalada por astronautas em uma missão de manutenção realizada em maio.

Na banda do espectro próxima ao infravermelho, os astrônomos são capazes de detectar galáxias tão distantes, e se afastando com tamanha rapidez, que sua luz se distende mais do que a luz visível, e com isso se torna mais avermelhada. Quanto mais distante um objeto, maior o desvio da luz para o vermelho, conhecido como "redshift.

Nos últimos meses, pesquisadores vêm avaliando os novos dados obtidos pelo telescópio - mostrando uma porção do céu equivalente a cerca de 8% do diâmetro da Lua cheia, observada por 173 mil segundos ao longo de quatro dias-, em busca de galáxias antigas que possam ajudar a aprofundar a compreensão dos cientistas sobre o desenvolvimento do universo. A recordista atual em termos de distância confirmada é uma galáxia avistada em forma de pulso de raios gama, descoberta em abril, com um índice de redshift da ordem de 8,2 pontos.

Agora, o astrônomo Garth Illingworth, da Universidade da Califórnia em Santa Cruz, e seus colegas encontraram indícios provisórios da existência de três galáxias com desvio ao vermelho da ordem de 10 pontos. Isso indicaria que elas já existiam quanto o universo tinha entre 3% e 4% de sua idade atual, e estariam entre os mais antigos objetos já avistados pelo homem. As descobertas foram postas no site da arXiv.org.

"Ainda que não se trate de algo realmente inesperado, localizar galáxias de tempos tão distantes é muito animador", disse Illingworth, que também ajudou a criar um conjunto de imagens e dados baseado nas observações do Hubble e disponível para o público. "Não existe uma prova conclusiva ainda, mas estamos confiantes em que seja isso que estamos de fato observando".

Mais velhas que tudo
A descoberta pela equipe de galáxias com redshift da ordem de 10 pontos não é a primeira. Por exemplo, Rogier Windhorst, da Universidade Estadual do Arizona, em Tempe, e seus colegas reportaram ter identificado 20 galáxias com redshift próximo aos 10 pontos, no mesmo conjunto de dados, ainda que elas não incluam qualquer das três observadas por Illingworth. Windhorst e seus colegas postaram os dados sobre suas observações no site arXiv.org em outubro.

As diversas equipes discordam sobre como exatamente definir essas galáxias distantes, e o que constitui uma detecção definitiva. Illingworth argumenta que os padrões adotados pelo grupo de Windhorst não são suficientemente rigorosos, e que algumas das galáxias detectadas pela outra equipe estavam próximas de galáxias brilhantes e de grande porte, o que poderia ter contaminado os resultados.

"Isso pode ter confundido o software que eles utilizaram e os levado a identificar uma série de objetos que na verdade não eram verdadeiras galáxias com redshift acentuado", ele afirma. Illingworth também aponta que a presença de 20 galáxias com redshift da ordem de 10 pontos em uma região tão pequena do espaço indicaria um índice de formação de estrelas superior ao que vem sendo previsto já há algum tempo.

"Os resultados da observação não batem com aquilo que esperávamos, tanto em termos teóricos quanto em termos lógicos", ele afirmou. Windhorst reconhece que seu grupo "pode ter obtido resultados excessivos", mas acrescenta que o grupo de Illingworth foi "conservador em excesso". Ainda assim, Windhorst apontou que duas das galáxias identificadas pelo pessoal de Illingworth não satisfaziam os critérios de sua equipe para definir um redshift elevado, e que a terceira não havia sido detectada depois do processamento dos dados.

"É bom avaliar as coisas de maneira conservadora, mas não creio que eles tenham conduzido uma redução de dados com a qualidade que poderiam ter atingido", afirmou Windhorst.

Que se faça a luz
Mas a equipe de Illingworth "parece ter realizado um trabalho mais cuidadoso que a de Windhorst", disse o astrônomo Richard Ellis, do Instituto de Tecnologia da Califórnia, em Pasadena. Em 2007, ele reportou galáxias candidatas a apresentar redshift da ordem dos oito a 10 pontos, usando o telescópio Keck, no Havaí.

Ellis acrescentou que a equipe de Illingworth "se esforça muito para justificar as galáxias candidatas", embora ele considere que a detecção dos objetos com alto redshift por apenas um filtro da câmera requeira cautela, já que muitas alegações semelhantes, entre as quais as suas, foram revisadas posteriormente por outros estudiosos, com resultados contraditórios.

"O histórico de alegações sobre a descoberta de galáxias com redshift de 10 pontos é falho, mas ainda assim interessante", ele diz. "Em última análise, ainda temos de descobrir como confirmá-las. Será uma empreitada muito difícil, como provou o trabalho com outras galáxias candidatas já provou".

O Telescópio Espacial Hubble obteve a imagem mais profunda do universo conseguida até o momento Foto: Nature

O Telescópio Espacial Hubble obteve a imagem mais profunda do universo conseguida até o momento

Tradução: Paulo Migliacci ME

Nature
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Estação Espacial Internacional vai comemorar três vezes o Ano Novo

Os cinco tripulantes da Estação Espacial Internacional (ISS, sigla em inglês) receberão três vezes o Ano Novo: segundo a hora de Moscou, de Houston (Texas, EUA) e de Tóquio, informaram hoje fontes de Centro de Controle de Voos Espaciais (CCVE) da Rússia.

"A ISS dá uma volta ao redor da Terra aproximadamente em uma hora e meia. Deste modo, a Estação cruza 16 vezes a fronteira entre o Ano Novo e o Velho. Os cosmonautas poderiam celebrar o Ano Novo o mesmo número de vezes", disse um porta-voz do CCVE, citado pela agência "Interfax".

Acrescentou que, obviamente, os tripulantes da ISS não passarão o dia todo comemorando o Ano Novo, mas haverá três celebrações, uma por cada país representado na tripulação atual da plataforma.

A atual missão permanente na ISS é integrada por dois astronautas russos, Maxim Surayev e Oleg Kotov, dois americanos, Jeff Williams e Timothy J. Creamer, e um japonês, Soichi Noguchi.

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quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Fenômeno chamado de Lua Azul ocorrerá na véspera de Ano-Novo

A véspera do Ano-Novo, 31 de dezembro de 2009, reserva grandes e belas surpresas. Nessa noite, ocorrerá um fenômeno chamado de Lua Azul. Segundo definição popular, uma Lua Azul é a segunda Lua Cheia em um mesmo mês. A frequência de acontecimento é de 1 vez a cada 2 ou 3 anos. As informações são do The Huffington Post.

No entanto, de acordo com os cientistas, o nome não está relacionado com a cor do corpo celeste. A Lua Cheia ocorreu em 2 de dezembro e aparecerá novamente a tempo de contagem regressiva do Ano-Novo, na quinta-feira.

O fenômeno será visível nos Estados Unidos, Canadá, Europa, América do Sul e África. O hemisfério oriental poderá comemorar a virada do ano com um eclipse lunar parcial. O eclipse não será visível nas Américas.

O fenômeno é raro e não acontece todos os anos. A última vez ocorreu dia 31 de maio de 2007. Luas New Year's Eve azuis são ainda mais raras, ocorrendo a cada 19 anos. A última vez foi em 1990, o próximo será em 2028. O fato ocorre devido ao ciclo lunar de 29.5 dias, o que torna perfeitamente possível que em um mesmo mês sua fase se apresente cheia por duas vezes.

Fevereiro é o único mês impossível de se ter a Lua Azul, mesmo em anos bissextos. Inclusive é possível um ano não ter Lua Cheia no mês de fevereiro, nesses anos, acontece uma Lua Cheia no final de janeiro e a outra no início de março, ou seja, 2 Luas Azuis no mesmo ano, em janeiro e março. Isto ocorre em média a cada 35 anos.

Segundo o astrônomo da Universidade da Califórnia, em Santa Cruz, Greg Laughlin, as Luas azuis não têm nenhum significado astronômico.

O nome surgiu de uma interpretação errada da revista Sky & Telescope, em 1946. Naquele ano, o astrônomo James Hugh Pruett usou a expressão - até então utilizada apenas pelo "Almanaque do Fazendeiro do Maine" para designar a terceira Lua cheia de uma estação do ano - para dar o nome ao fenômeno.

De acordo com os cientistas, o nome não está relacionado com a cor do corpo celeste Foto: Nasa/Divulgação

De acordo com os cientistas, o nome não está relacionado com a cor do corpo celeste

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Sonda Cassini capta imagem de lua de Saturno

A agência espacial americana, Nasa, divulgou nesta terça-feira uma imagem de Saturno captada no dia 4 de novembro pela sonda Cassini. Na foto, aparece reproduzida a imagem da lua Rhea, captada pela câmera a uma distância de cerca de 808 mil milhas do planeta.

Rhea, com 949 km de diâmetro, orbita além dos anéis à direita da imagem. A lua Tétis não aparece na foto, mas sua sombra pode ser vista refletida sobre o o planeta, à esquerda da imagem. A reprodução mostra um ponto de vista do lado norte iluminado dos anéis.

A captação foi feita com filtros espectrais combinados em vermelho, verde e azul para criar uma visão de uma cor natural.

  Foto: Nasa/Divulgação
A imagem foi captada a uma distância aproximada de 808 mil milhas de Saturno

Cientistas: experimento pode ter encontrado matéria escura

Um experimento enterrado nas profundezas das florestas de Minnesota observou dois eventos que podem ser a primeira detecção direta da matéria escura. A descoberta é tentadora - ainda é possível que partículas convencionais tenham causado o sinal, mas, se confirmada, ela marcará o fim de uma busca de décadas por essas partículas misteriosas.

Os dados do experimento CDMSII (acrônimo em inglês para segunda busca criogênica de matéria escura) também sugerem que a matéria escura deve aparecer nas colisões do Grande Colisor de Hádrons (LHC), o mais poderoso acelerador de partículas no mundo em operação no CERN, o laboratório europeu de física de partículas próximo a Genebra, Suíça.

Observações do astrônomo suíço Fritz Zwicky nos anos 1930 deram as primeiras pistas da existência da matéria escura. Desde então, estudos da estrutura do Universo e da rotação de galáxias confirmaram que deve haver uma forma invisível de matéria formando o cosmos. Essa matéria escura deve corresponder a até 85% de toda matéria no Universo, embora sua identidade seja desconhecida.

Os dois eventos, observados pelo CDMSII em 2007, são assinaturas da forma mais provável de matéria escura, conhecida como partículas massivas de interação fraca (WIMPs, no acrônimo em inglês). Cada partícula pode ser tão massiva quanto um átomo inteiro, mas se revelar apenas raramente na interação com a matéria convencional.

As possíveis WIMPs foram detectadas nos cristais de germânio e silício do experimento, que são esfriados a temperaturas próximas do zero absoluto (-273,15º C). Quando uma WIMP se choca com um desses cristais, isso deve provocar vibrações que aumentam sutilmente a temperatura do detector e também criar uma pequena carga na superfície do cristal. A comparação do tamanho e do tempo dos dois sinais pode ajudar a determinar se eles foram ou não causados por WIMPs.

Uma pista interessante
Os cientistas do CDMSII não estão comentando sobre os resultados até que eles sejam revisados por colegas independentes. Mas em uma série de pronunciamentos nos próximos dias nos EUA e na Europa, os cientistas devem anunciar que seus candidatos a WIMP têm uma massa de 3.060 giga elétron-volts, cerca de 3.060 vezes a de um único próton. A partir de sua análise, eles acreditam que haja uma chance de 75% de que ambos os eventos sejam WIMPs e uma de 25% de que os dois sejam falso-positivos causados por radiação desgarrada.

Três chances em quatro não são o bastante para declarar uma detecção definitiva das esquivas WIMPs, afirma Timothy Sumner, físico do Imperial College London, que lidera um experimento de WIMP rival conhecido como Zeplin-III.

"Estatisticamente, não é convincente", diz ele. A grande pergunta é se o experimento considerou adequadamente a radiação de fundo. Apesar de envolto por tijolos de chumbo e localizado a 750 metros no subsolo da Mina de Soudan, ainda há uma chance de que alguns nêutrons tenham encontrado um caminho até os cristais e imitado os sinais de WIMP. O choque de elétrons desgarrados ou raios gama na superfície do detector também pode criar falso-positivos. É extremamente difícil e crucial conseguir entender e registrar esses ruídos de fundo para confirmar qualquer detecção, afirma Sumner.

Observar dois eventos é um resultado tentador e frustrante para o CDMSII. Se o detector tivesse encontrado cinco WIMPs, os físicos poderiam declarar com confiança uma descoberta, enquanto que se nenhum sinal tivesse sido observado, isso teria restringido ainda mais a possível massa das partículas. ¿O melhor que podemos chamar isso é de pista¿, afirma John Ellis, físico teórico do CERN. "Uma pista interessante."

A caça continua
A possível detecção no CDMSII é a mais recente de uma série de observações de possíveis matérias escuras. Em agosto de 2008, um experimento por satélite de liderança italiana conhecido como PAMELA observou um excesso de antielétrons (pósitrons) que podem ter surgido da aniquilação de partículas de matéria escura.

E em outubro, um satélite da NASA conhecido como Telescópio Especial de Raios Gama Fermi avistou uma névoa de luz de alta energia no centro de nossa Galáxia que também pode ser uma assinatura de matéria escura. Um experimento italiano conhecido como DAMA alegou ter visto matéria escura antes, mas muitos físicos são céticos em relação às descobertas do grupo. Os novos resultados são consistentes com as observações do PAMELA e do Fermi, mas tornam a validade dos resultados do DAMA menos prováveis. Os resultados do CDMSII vão agora estimular os físicos do LHC a verificar a observação.

"O LHC veria isso muito facilmente e com relativa rapidez", diz Ellis, acrescentando que o colisor pode potencialmente gerar um sinal detectável de WIMP até o final do próximo ano. A confirmação de WIMPs nas energias sugeridas pelo CDMSII também forneceria suporte para a supersimetria, uma teoria popular que simultaneamente explicaria a matéria escura e unificaria diversas forças fundamentais.

Mas os cientistas talvez não precisem esperar até lá para saber se o CDMSII está correto. Experimentos como o Zeplin-III estão agora coletando dados e podem dar apoio à observação do CDMSII em questão de meses. "Uma possível confirmação pode ocorrer muito rapidamente", diz Sumner.

Tradução: Amy Traduções

Nature
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Rússia lança satélite americano de telecomunicações

A Rússia lançou nesta terça-feira um satélite americano de telecomunicações a partir do Cazaquistão, informaram duas agências de notícias oficiais.

"O lançamento aconteceu de acordo com as previsões e o satélite alcançará sua órbita às 12H32 locais (7H32 de Brasília)", afirmou uma fonte da agência espacial russa Roskosmos, citado pela RIA Novosti.

O satélite DirectTV-12 deve fornecer acesso a internet e a operadoras de TV fechada a clientes americanos.

AFP
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segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Copérnico será enterrado novamente 400 anos após sua morte

O astrônomo polonês Nicolau Copérnico será enterrado novamente na catedral de Frombork em cerimônia solene no dia 22 de maio de 2010, mais de 400 anos após sua morte, informa a edição de hoje do jornal "Gazeta Wyborcza".

Segundo a diocese de Ermland, no nordeste da Polônia, os ossos do cientista (1473-1543), exumados há quatro anos, serão sepultados sob o altar do templo.

A expectativa é de que as obras de construção do sepulcro, que pesará duas toneladas, comecem em janeiro.

Os restos mortais do astrônomo foram achados em 2005 por arqueólogos poloneses durante escavações nos arredores da catedral de Frombork.

Três anos depois, exames de DNA determinaram que esses restos pertenciam ao astrônomo Copérnico foi o criador da teoria heliocêntrica, segundo a qual o Sol é o centro do Sistema Solar, contrariando a ideia predominante em sua época de que a Terra era quem desempenhava esse papel.

EFE
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Satélite da Nasa capta atividade vulcânica nas Filipinas

A agência espacial americana, Nasa, divulgou uma imagem de atividades vulcânicas do vulcão Mayon, nas Filipinas. A foto, de 15 de dezembro, foi obtida pelo Advanced Land Imager (ALI), equipamento que compõe o satélite Earth Observing-1, da Nasa.

Milhares de pessoas que vivem na zona de perigo do vulcão foram forçadas a fugir para abrigos de emergência em meados de dezembro de 2009. Pequenos terremotos, lavas incandescentes e cinzas sugeriram que uma grande erupção estava a caminho. Na noite de 14 de dezembro, o observatório local elevou o nível de alerta para 3, que significa "magma está perto da cratera e erupção explosiva e perigosa é iminente."

A atividade do vulcão é acompanhada de perto pelos vulcanólogos desde julho, quando o Mayon aumentou sua atividade, após quase três anos em inatividade. A pior das 45 erupções conhecidas do vulcão foi em 1814, quando causou a morte de cerca de 1,2 mil pessoas e soterrou a cidade de Cagsawa, batizada de "Pompeia filipina".

Na imagem, em cor natural do Mayon, uma pequena nuvem de cinzas e vapor está soprando para o oeste do cume Foto: Nasa/Divulgação

Na imagem, em cor natural do Mayon, uma pequena nuvem de cinzas e vapor está soprando para o oeste do cume

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Brasil presidirá Comitê de Satélites de Observação da Terra

Representado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o Brasil presidirá em 2010 o Comitê de Satélites de Observação da Terra (Ceos, na sigla em inglês), que reúne 28 agências espaciais e 20 organizações nacionais e internacionais. Estabelecido em 1984, o Ceos é responsável pela coordenação global de programas espaciais civis e pelo intercâmbio de dados de satélites de observação da Terra em benefício da sociedade.

No encerramento da 23ª Reunião Plenária do Ceos, realizada em Phuket, na Tailândia, o diretor do Inpe, Gilberto Câmara, foi anunciado oficialmente como novo presidente do comitê para 2010. O Ceos e outras 51 organizações, além da Comissão Europeia, fazem parte do Grupo de Observações da Terra (GEO, na sigal em inglês), um painel intergovernamental implantado por uma série de cúpulas em nível ministerial, envolvendo 75 países.

O objetivo do GEO é estabelecer, nos próximos dez anos, um Sistema Global de Sistemas de Observação da Terra (Geoss), cuja finalidade é conceber um futuro no qual as decisões e ações em prol da humanidade serão subsidiadas por informações e observações da Terra de forma coordenada, compreensível e sustentável.

Segundo o Inpe, a presidência do Ceos reforça o reconhecimento mundial do Brasil como líder na disseminação do uso de dados de satélites, por ter sido o primeiro a adotar uma política de acesso livre, com o Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres (CBERS, na sigla em inglês), em 2004.

O intercâmbio de dados de satélites proporcionado pelo Ceos une esforços e permite, segundo o Inpe, a obtenção de mais informações para o estudo do desmatamento, previsão de desastres naturais, conservação da biodiversidade, entre outras aplicações importantes no atual cenário de mudanças climáticas.

Com informações da agência Fapesp

JB Online
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Brasil participa de buscas por planetas fora do Sistema Solar

A Agência Espacial Francesa (Cnes) anunciou esta semana, durante a comemoração dos três primeiros anos em órbita do satélite franco-europeu-brasileiro CoRoT (Convection, Rotation and planetary Transits), a decisão de prosseguir com a missão por mais três anos. O projeto do satélite CoRoT é uma parceria internacional de laboratórios franceses e de mais seis países europeus, além do Brasil.

O principal objetivo do projeto é buscar exoplanetas (planetas que não fazem partem do Sistema Solar). A busca é principalmente por planetas pequenos rochosos, parecidos com a Terra, locais onde as superfícies sólidas ou líquidas poderiam oferecer condições para o surgimento de vida.

"É importante ressaltar que planetas maiores, como Júpiter e Saturno, no caso do Sistema Solar, têm sua camada mais externa composta por gases", explica o professor do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da USP, Eduardo Janot, presidente do comitê CoRoT-Brasil.

Alcântara
Outra função do CoRoT é o estudo de oscilações estelares através das variações de emissão de luz das estrelas, os estelemotos, algo como terremotos que ocorrem nas estrelas. Esses fenômenos permitem analisar a propagação dessas vibrações até o interior das estrelas, o que ajuda a entender o comportamento destes corpos celestes e até mesmo fazer algumas analogias com o comportamento do Sol.

Além da Agência Espacial Francesa, participam laboratórios científicos da Alemanha, Áustria, Bélgica, Espanha, Holanda e Itália, na Europa. No Brasil, os principais centros de pesquisas astronômicas nacionais participam do projeto.

Para França, foram enviados cinco pesquisadores brasileiros que auxiliaram no desenvolvimento de um software de tratamento dos dados enviados pelo satélite. Outra participação brasileira é com o Centro Espacial de Lançamentos de Alcântara, no Maranhão, que abriga umas das três bases terrestres para as quais o satélite envia os dados coletados. "Com a entrada da Base de Alcântara no projeto, houve um aumento de 80 para 120 mil estrelas observadas", aponta Janot.

Lançado em dezembro de 2006, a missão do satélite deveria durar três anos, mas os resultados foram tão positivos que os coordenadores do projeto dos diversos países participantes decidiram dar continuidade aos trabalhos do CoRoT.

Dentre as principais descobertas do satélite nos último três anos estão uma dezena de exoplanetas, além centenas de outros astros que necessitam de observações do solo para que possam ser enquadrados como exoplanetas. O principal destaque nesta área vai para o CoRoT 7-b, o primeiro planeta rochoso descoberto fora do Sistema Solar com massa e densidade próximas a da Terra.

Dentro sismologia estelar ¿ aquela que analisa, entre outros fenômenos, os estelemotos ¿, o satélite descobriu novos tipos de variações de luz, muitas delas até então desconhecidas pela astronomia. "A descoberta dessas novas variações abre espaço para novas perspectivas no conhecimento estelar e na física das estrelas", diz Janot.

Com a continuação do Projeto CoRoT, algumas pesquisas devem ser aprofundadas. Uma delas é o enfoque nos estudos destes pequenos planetas rochosos, planetas os quais podem abrigar alguma forma de vida. Outro enfoque da pesquisa com exoplanetas será a busca pelas chamadas ¿Super Terras quentes¿, planetas com uma massa um pouco maior do que a Terra e mais próximos de suas estrelas.

Com informações da agência USP

JB Online
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quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Tripulação da Estação Espacial incorpora espírito natalino

Membros da tripulação da ISS usam gorros de Papai Noel em comemoração ao Natal Foto: Nasa/Divulgação

Membros da tripulação da ISS usam gorros de Papai Noel em comemoração ao Natal

A tripulação da Estação Espacial Internacional (ISS) também incorporou o espírito natalino. Com gorros de Papai Noel, de duendes e até uma árvore de Natal, eles participaram de uma videoconferência com suas bases na Rússia, Japão e Estados Unidos de dentro do Módulo de Serviço Zvezda, na seção russa da ISS.

Os astronautas que ocupam atualmente as instalações da plataforma orbital são os americanos Jeffrey Williams, comandante de turno, e T.J. Creamer, os russos Maxim Suraev e Oleg Kotov, comandante da Soyuz, e o japonês Soichi Noguchi. A ISS orbita a Terra 16 vezes por dia a cerca de 400 km de altitude em uma velocidade de 28 mil km/h e é capaz de monitorar 90% da superfície do planeta.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Nave espacial russa Soyuz chega à ISS

A nave espacial russa Soyuz chegou nesta quarta-feira à Estação Espacial Internacional (ISS), levando três astronautas - japonês, americano e russo- a bordo, informou o centro russo de controle de voos espaciais (TSUP).

"Tudo ocorreu como o previsto, de forma automática", às 01h48 de Moscou (20hH48 Brasília), assinalou um responsável do centro, citado pela agência Interfax.

O foguete havia decolado na segunda-feira do cosmódromo de Baikonur (Kazaquistão), às 03h52 local (19h52 domingo), no primeiro lançamento tripulado noturno e no inverno.

A tripulação é formada pelo russo Oleg Kotov, o americano Timothy Creamer e o japonês Soichi Noguchi. Sua missão é prosseguir com os trabalhos de alta tecnologia a bordo da ISS.

Os três permanecerão na ISS durante seis meses, realizando cerca de 40 experiências científicas, além de participar da montagem do novo módulo espacial russo.

O trio substituirá a atual tripulação, composta pelo belga Frank De Winne, o canadense Robert Thirsk e o russo Roman Romanenko.

AFP
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Veja melhores fotos da superfície terrestre tiradas do espaço

O Parque Nacional do Jaú, na Amazônia, terceiro maior parque do mundo em floresta tropical, foi fotografado pelo Landsat 7 Foto: Nasa/Divulgação

O Parque Nacional do Jaú, na Amazônia, terceiro maior parque do mundo em floresta tropical, foi fotografado pelo Landsat 7

O programa Landsat da Nasa, agência espacial americana, desde 1972 enche os olhos dos cientistas ao monitorar e mapear as feições da superfície da Terra a partir do espaço. Confira algumas das imagens que mais impressionaram os astrônomos captadas com perspectivas originais e cores vivas.

O primeiro satélite do projeto foi lançado em 1972 e o mais recente, batizado de Landat 7, partiu em direção ao espaço em 15 de abril de 1999. O Landsat 7 orbita a 705 km da Terra e é capaz de fotografar uma área de 185 km de extensão com resolução de 30 m.

Confirmação de água na Lua foi grande sucesso da Nasa em 2009

A confirmação de que há água na Lua e de que o satélite não é absolutamente árido como se pensava foi uma das conquistas mais importantes em 2009 para a Nasa, agência espacial americana. Outro de seus grandes avanços foi a missão que chegou pela última vez para reparar e melhorar as operações do telescópio espacial Hubble, assim como a incansável exploração de Marte com suas sondas e seus veículos Spirit e Opportunity.

A Nasa também incluiu entre os acontecimentos de destaque do ano a confirmação de que há metano em Marte junto com os estudos sobre a redução das camadas de gelo nos pólos terrestres. No dia 9 de outubro, a Nasa abriu um novo capítulo na ciência, quando a sonda LCROSS (Lunar Crater Observation and Sensing Satellite) revelou que o impacto de um de seus foguetes na cratera Cabeus, perto do polo sul da Lua, confirmou a presença de água no satélite natural da Terra.

O impacto criado pela etapa superior do foguete Centauro, da LCROSS, revelou uma superfície de material antes congelado proveniente da cratera que se transformou em vapor como resultado da colisão. Esse material, que não tinha recebido a luz do sol durante bilhões de anos, foi detectado pelos instrumentos da sonda e pelos telescópios espaciais e terrestres.

Os estudos confirmaram todas as suspeitas: o hidrogênio detectado nos polos só podia ser originado pela existência de água. "As evidências de vapor de água nessa superfície criada pelo impacto da 'Centauro' são múltiplos. A concentração e distribuição de água e outras substâncias requer um maior estudo, mas podemos assegurar que há água em Cabeus", afirmou Anthony Colaprete, cientista do Centro Ames de Pesquisas da Nasa.

Mas não foi só a descoberta de água que provocou a alegria dos cientistas, que afirmaram que as análises revelam que há outros materiais que poderiam ser úteis para futuras explorações tripuladas a outros planetas utilizando a Lua como plataforma. "A compreensão total dos dados transmitidos pelos instrumentos da LCROSS demorará um tempo tanta é sua riqueza", afirmou Colaprete.

"Além da água em Cabeus há outras substâncias misteriosas. As regiões permanentemente sombrias da Lua são armadilhas gélidas que recolheram e conservaram material durante bilhões de anos", acrescentou o cientista. A Nasa, concentrada em terminar a construção da Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês), dedicou em setembro uma missão do ônibus espacial "Atlantis" para reparar e atualizar os instrumentos do observatório espacial Hubble.

Durante cinco caminhadas espaciais, os tripulantes da nave fizeram manutenção no telescópio e se despediram pela última vez dele com a esperança de que continue abrindo novas portas do universo nos próximos anos. O telescópio, que não voltará a receber outra missão de serviço, funcionará durante os próximos anos até que finalmente seja atraído pela gravidade terrestre e se desintegre em seu choque com a atmosfera.

Desde que começou a funcionar, em 1993, o Hubble captou imagens de corpos e fenômenos nunca observados, como estrelas rodeadas por pó cósmico que poderiam se transformar em sistemas planetários, imagens de galáxias em colisão, além de ter constatado a existência de buracos negros no centro das constelações. Além disso, determinou que o universo nasceu do Big Bang há 13,7 bilhões de anos e que as formações planetárias são similares no universo.

Segundo uma lista divulgada em seu site, outros eventos importantes deste ano para a Nasa foram o desenvolvimento de foguetes experimentais para os futuros veículos espaciais e o aumento da cooperação espacial na comunidade global.

EFE
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Cientistas russos podem enviar macaco em missão a Marte

O primeiro ser vivo a chegar em Marte pode ser um macaco, e não um ser humano. A Rússia, primeiro país a colocar primatas em órbita em 1983, está estudando a possibilidade de preparar macacos em simulações com o objetivo de enviá-los ao planeta vermelho - uma decisão que pode provocar polêmica com organizações que defendem os animais. As informações foram noticiadas nesta terça-feira pelo jornal britânico The Telegraph.

"Temos planos para retornar ao espaço", disse Zurab Mikvabia, diretor do Instituto de Patologia Experimental e Terapia na Geórgia, que forneceu os animais para o programa de 1980. Segundo ele, o instituto já está em negociações preliminares com a Academia Cosmonáutica da Rússia para dar início aos testes. No início, conforme Mikvabia, "o objetivo era enviar pessoas quando foi construído o Marte-500 (projeto em que 6 voluntários ficaram confinados em uma cápsula por 120 dias para simular uma viagem ao planeta vermelho)".

"Dada a duração do voo até Marte e os raios cósmicos para os quais ainda não temos proteção adequada durante uma viagem tão longa, as discussões se direcionaram para o envio de um macaco, em vez de uma pessoa", disse o diretor. A estimativa de viagem proposta pela ESA, agência espacial europeia, é de 520 dias, cerca de um ano e meio. Durante o percurso, o animal seria acompanhado, cuidado e alimentado por um robô.

domingo, 20 de dezembro de 2009

Nave Soyuz decola com três astronautas rumo à ISS

Três astronautas, um japonês, um russo e um americano, decolaram nesta segunda-feira (hora local) do centro espacial russo de Baikonur, situado na estepe do Casaquistão, rumo à Estação Espacial Internacional (ISS).

A nave decolou no horário previsto, 03h52 local (19h52 de Brasília), do centro de Baikonur.

A tripulação é composta pelo russo Oleg Kotov, o americano Timothy Creamer e o japonês Soichi Noguchi. Sua missão é continuar com os trabalhos de alta tecnologia a bordo da ISS.

Eles vão substituir o belga Frank De Winne, o canadense Robert Thirsk e o russo Roman Romanenko, que voltaram à Terra no último dia primeiro, depois de seis meses a bordo da ISS, cuja capacidade foi duplicada no final de maio para poder receber seis astronautas.

AFP
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sábado, 19 de dezembro de 2009

Rússia aprova nova tripulação da ISS

Uma comissão estatal russa aprovou hoje a composição da nova tripulação que no domingo irá para a Estação Espacial Internacional (ISS) na nave "Soyuz TMA-17".

A tripulação, como se esperava, será integrada pelo cosmonauta russo Oleg Kotov e os astronautas Timothy Creamer (EUA) e Soichi Noguchi (Japão), informou a agência oficial de notícias russa "RIA Novosti".

A nave "Soyuz TMA-17" será lançada da base de Baikonur (Cazaquistão) às 19h52 (Brasília) de amanhã e se acoplará à plataforma orbital às 20h58 de terça-feira.

Os astronautas, que formam a expedição permanente número 23 da ISS, trabalharão durante seis meses na plataforma orbital, onde se juntarão à tripulação atual, formada pelo russo Maxim Suráyev e o americano Jeff Williams.

EFE
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sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Acelerador de partículas bate novo recorde

O experimento do "Big Bang" na Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (Cern) bateu novos recordes de colisão de partículas esta semana, e agora ficará fechado por dois meses a fim de se preparar para uma atividade com energia ainda maior, informou o centro de pesquisa na sexta-feira.

As atividades do Grande Colisor de Hádrons (LHC) são parte de uma experiência para recriar as condições existentes imediatamente após o Big Bang, que deu origem ao universo, a fim de compreender a natureza da matéria.

"Este primeiro período de atividade serviu a seu propósito: testando todos os sistemas do LHC, proporcionando dados de calibragem para os experimentos e mostrando o que precisa ser feito para preparar a máquina para um período sustentado de atividade sob uma energia maior", disse o diretor-geral do Cern, Rolf Heuer."Não podíamos ter pedido um jeito melhor de encerrar 2009", acrescentou num comunicado.

Os cientistas do Cern provocaram a colisão de feixes a 2,36 trilhões de elétrons-volt (TeV), um novo recorde, coroando as operações do acelerador de partículas mais potente do mundo, desde que foi reativado em novembro.

Um TeV é aproximadamente a energia usada por uma mosca num vôo, mas, quando concentrada numa única partícula subatômica, se torna muito mais potente.

O Cern havia estabelecido o recorde anterior em 30 de novembro, após circular os primeiros feixes em 23 de novembro ao redor do seu túnel de 27 quilômetros sob a fronteira entre a França e a Suíça, perto de Genebra. Isso derrubou o recorde de 1,96 TeV para uma colisão, estabelecido por um colisor do Fermi National Accelerator Laboratory, nos Estados Unidos.

Reuters
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Cientistas acham cratera submarina que pode ser de meteorito

Cientistas portugueses encontraram uma depressão no fundo do Oceano Atlântico, ao sul das ilhas de Açores, que dizem poder se tratar de uma formação resultante do impacto de um meteorito. A depressão tem um formato circular, com seis quilômetros de diâmetro e uma ampla cúpula e, devido ao seu formato, foi chamada de "Ovo Frito". Os cientistas calculam que a colisão ocorreu em algum momento nos últimos 17 milhões de anos.

"Para termos certeza, precisamos coletar amostras e fazer um perfil das camadas de sedimento para determinar se as formações são resultantes de um impacto", afirmou o cientista Frederico Dias, do grupo de pesquisa Estrutura de Missão Para a Extensão da Plataforma Continental (EMEPC).

"Precisamos também verificar todos os sinais que são consistentes com um impacto de alta velocidade, como vidro gerado no derretimento e, claro, escombros; e os chamados cones estilhaçados (rochas que sofreram choque)", acrescentou o pesquisador em entrevista à BBC.

Os cientistas também encontraram outra formação semelhante, porém menor, a oeste da primeira formação. Dias apresentou a descoberta do suposto impacto na Reunião de Outono da União Geofísica Americana em San Francisco, Estados Unidos, a maior reunião anual de cientistas especializados em geofísica.

Picos centrais
A cratera, identificado pela primeira vez durante uma análise para mapeamento da plataforma continental portuguesa, em 2008, está a uma profundidade de dois quilômetros abaixo do nível do mar, a cerca de 150 quilômetros do arquipélago de Açores.

A cúpula no centro da cratera - que seria a "gema" do Ovo Frito - tem cerca de três quilômetros de diâmetro e cerca de 300 m de altura. Ela é cercada por uma vala em anel que fica de cerca 110 m abaixo do solo ao redor da cratera.

Os cientistas portugueses já descartaram a possibilidade de a formação ter origem vulcânica, pois eles não encontraram vestígio de fluxo de lava dentro da estrutura ou em seus arredores. A segunda cratera encontrada pelos cientistas fica a oeste da primeira formação, entre três e quatro quilômetros de distância, e é bem menor.

"Fica bem ao lado. Se o ''Ovo Frito'' é uma cratera, esta (formação) também pode ser uma", afirmou Frederico Dias. A equipe de cientistas portugueses já tem uma terceira expedição à região marcada para o começo de 2010 e, nesta viagem, vão usar um veículo operado por controle remoto para tentar recolher amostras do fundo do mar para análise.

A apresentação dos detalhes a respeito da formação perto de Açores na reunião em San Francisco dividiu os cientistas participantes a respeito da teoria do impacto de um meteorito, de acordo com Dias. "Mesmo se não for uma cratera formada por um impacto, ainda assim é uma formação interessante", afirmou o cientista português.

BBC Brasil
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quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Adiado lançamento de satélite europeu na Guiana Francesa

O lançamento do satélite militar Helios 2B, previsto inicialmente para o último dia 9 e depois para hoje, foi novamente adiado e, se possível, acontecerá amanhã na base espacial de Kuru, na Guiana Francesa.

O consórcio espacial europeu Arianespace confirmou o adiamento da missão, sem dar mais detalhes, apenas informando que a contagem regressiva foi paralisada minutos antes do momento do lançamento, previsto para 13h26 (14h26, Brasília).

"Buscaremos fazer uma nova tentativa amanhã", anunciou o presidente de Arianespace, Jean-Yves Le Gall. O primeiro adiamento foi por problemas técnicos detectados no foguete Ariane 5, que deverá pôr em órbita o novo satélite de observação militar.

Uma vez posto em órbita, o Helios 2B poderá observar qualquer ponto da Terra sincronizado com o Sol para garantir a mesma iluminação nas fotografias tiradas sobre um mesmo ponto e evitar assim a possível distorção de imagens.

As Forças Armadas poderão utilizar depois essas imagens para preparar missões e estudar possíveis ameaças, assim como para elaborar mapas de zonas pouco conhecidas, especialmente de países em conflito, ou para se preparar para catástrofes meteorológicas.

EFE
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Astrônomos alemães descobrem mar na lua Titã de Saturno

Astrônomos alemães descobriram na lua Titã, que orbita em torno do planeta Saturno, um gigantesco mar, superior ao Cáspio, considerado o maior mar interno da Terra. Nesta quinta-feira, o Centro Alemão Aeroespacial (DLR) anunciou que o mar de Titã, descoberto por membros do instituto de estudos planetários de Berlim do DLR, tem uma superfície de até 400 mil quilômetros quadrados.

Batizado como "Krake Mare", o mar descoberto no satélite de Saturno não é composto de água, mas de metano líquido ou de outro tipo de hidrocarboneto. O mar está no polo norte de Titã e sua descoberta foi possível pelas imagens obtidas com a sonda americana Cassini do satélite de Saturno. Um espectômetro de mapeamento visual e infravermelho (VIMS, na sigla em inglês) permitiu ver um brilho, similar ao reflexo do sol sobre o mar.

A novidade astronômica será apresentada amanhã na convenção anual da União Americana de Geofísica (AGU, na sigla em inglês) em San Francisco, ocorreu um ano após a descoberta de um mar de etano líquido no polo sul de Titã.

Com um diâmetro de 5,150 mil quilômetros, Titã é o segundo maior satélite de nosso sistema solar - depois de Ganimedes, que orbita em torno de Júpiter - e o único que conta com uma densa atmosfera.

Por causa de sua atmosfera carregada de nitrogênio, Titã é um satélite considerado interessante, já que se parece com o antigo estado da Terra.

Os cientistas alemães entendem que na natureza só pode brilhar assim uma superfície líquida.

O nome do mar, "Krake Mare", tem origem em um monstro marinho das sagas nórdicas, um polvo ou lula gigante que atacava os navios e devorava os marinheiros.

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Astrônomos descobrem planeta parecido com a Terra

Reprodução artística mostra a Super Terra próximo à estrela GJ1214 Foto: ESO/Divulgação

Esta ilustração mostra como o planeta recém-descoberto pode estar orbitando sua estrela vizinha, que é menor do que o sol da Terra

Um grupo de astrônomos descobriu um novo planeta muito parecido com a Terra, maior do que ela, e que poderia ter mais da metade de sua superfície coberta por água, mostra um estudo publicado na revista especializada Nature. A "Super-Terra", como está sendo chamado o planeta (cujo nome oficial é GJ 1214b), está a 42 anos-luz de distância em outro sistema solar, e seu raio é 2,7 vezes maior que o da Terra.

Sua descoberta, relatada no estudo do Centro Harvard-Smithsonian de Astrofísica, representa "um grande passo à frente" na busca por mundos semelhantes à Terra, estimou Geoffrey Marcy, da Universidade da Califórnia, que escreveu um comentário sobre a "Super-Terra" na Nature. O que ainda falta descobrir é a composição gasosa de seu entorno, destacou.

O GJ 1214b tem uma órbita de 38 horas em torno de uma estrela pequena e fraca, que foi vista pela primeira vez por oito telescópios terrestres comuns - não muito maiores daqueles usados por observadores amadores, de acordo com o Centro Harvard-Smithsonian.

Sua relativa proximidade torna possível estudá-lo a ponto de determinar sua atmosfera. "Isso faria dele a primeira 'Super-Terra' com atmosfera confirmada - mesmo que esta atmosfera provavelmente não seja boa para a vida como a conhecemos", explicou David Charbonneau, que coordenou a equipe de pesquisa.

A temperatura do novo planeta, no entanto, é muito alta para abrigar formas de vida como as terrestres, explicaram os cientistas do Centro Harvard-Smithsonian em uma nota. Sua densidade sugere que "é composto por cerca de três quartos de água e gelo, e um quarto é rocha", segundo a pesquisa. "Há também fortes indícios de que o planeta possua uma atmosfera gasosa".

Os cientistas calcularam a temperatura do GJ 1214b entre 120 e 280 graus Celsius - apesar da estrela central de seu sistema solar ter cerca de um quinto do tamanho do Sol. "Apesar de sua temperatura alta, este parece ser um mundo de água", disse Zachory Berta, estudante que primeiro identificou indicações da presença do planeta.

"É muito menor, mais frio e mais parecido com a Terra do que qualquer outro exoplaneta", indicou Berta em uma nota. Exoplaneta ou planeta extra-solar é qualquer um localizado fora do nosso Sistema Solar. Berta explicou que parte da água da "Super-Terra" provavelmente está em estado cristalino, que existe em ambientes com pressão atmosférica pelo menos 20 mil vezes superior à encontrada ao nível do mar em nosso planeta.

Entretanto, numa comparação com o CoRoT-7b - outro planeta descoberto pelos cientistas que apresenta semelhanças com a Terra -, o GJ 1214b é bem mais fresco, segundo os astrônomos. O CoRoT-7b, por outro lado, tem densidade próxima à da Terra (5,5 gramas por centímetro cúbico) e parece ser rochoso, enquanto o novo planeta aparenta ser bem menos denso, com 1,9 grama por centímetro cúbico.

"Para manter a densidade do planeta tão baixa assim é preciso que contenha grandes quantidades de água", afirmou Marcy. "Deve haver uma enorme quantidade de água, pelo menos 50% de sua massa".

AFP
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quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

ESA divulga imagem de berçário de estrelas

As duas regiões brilhantes são áreas onde as grandes estrelas recém-nascidas utilizam hidrogênio para brilhar    Foto: ESA/Divulgação

As duas regiões brilhantes são áreas onde as grandes estrelas recém-nascidas utilizam hidrogênio para brilhar

A agência espacial Europeia, ESA, divulgou nesta quarta-feira, 16 de dezembro, uma imagem de um "berçário estelar" com cerca de 700 estrelas recém-formadas. A imagem, obtida pelo telescópio Herschel, revela uma surpreendente e intensa atividade.

A imagem mostra uma nuvem escura há mil anos-luz de distância, na constelação de Aquila, ou Águia. A constelação abrange uma área de 65 anos-luz de diâmetro, e até o momento, nenhum satélite havia conseguido imagens tão nítidas da região.

Graças à sensibilidade superior do Herschel, os astrônomos conseguiram obter a primeira imagem do interior da Águia.

Redação Terra

Cientistas descobrem planeta parecido com a Terra

Um grupo de astrônomos descobriu um novo planeta muito parecido com a Terra, maior do que ela, e que poderia ter mais da metade de sua superfície coberta por água, revelou um estudo publicado nesta quarta-feira na revista especializada Nature.

A "Super-Terra", como está sendo chamado o planeta (cujo nome oficial é GJ 1214b), está a 42 anos-luz de distância em outro sistema solar, e seu raio é 2,7 vezes maior que o da Terra.

Sua descoberta, relatada no estudo do Centro Harvard-Smithsonian de Astrofísica, representa "um grande passo à frente" na busca por mundos semelhantes à Terra, estimou Geoffrey Marcy, da Universidade da Califórnia, que escreveu um comentário sobre a "Super-Terra" na Nature. O que ainda falta descobrir é a composição gasosa de seu entorno, destacou.

O GJ 1214b tem uma órbita de 38 horas em torno de uma estrela pequena e fraca, que foi vista pela primeira vez por oito telescópios terrestres comuns - não muito maiores daqueles usados por observadores amadores, de acordo com o Centro Harvard-Smithsonian.

Sua relativa proximidade torna possível estudá-lo a ponto de determinar sua atmosfera. "Isso faria dele a primeira 'Super-Terra' com atmosfera confirmada - mesmo que esta atmosfera provavelmente não seja boa para a vida como a conhecemos", explicou David Charbonneau, que coordenou a equipe de pesquisa.

A temperatura do novo planeta, no entanto, é muito alta para abrigar formas de vida como as terrestres, explicaram os cientistas do Centro Harvard-Smithsonian em uma nota.

Sua densidade sugere que "é composto por cerca de três quartos de água e gelo, e um quarto é rocha", segundo a pesquisa. "Há também fortes indícios de que o planeta possua uma atmosfera gasosa".

Os cientistas calcularam a temperatura do GJ 1214b entre 120 e 280 graus Celsius - apesar da estrela central de seu sistema solar ter cerca de um quinto do tamanho do Sol.

"Apesar de sua temperatura alta, este parece ser um mundo de água", disse Zachory Berta, estudante que primeiro identificou indicações da presença do planeta.

"É muito menor, mais frio e mais parecido com a Terra do que qualquer outro exoplaneta", indicou Berta em uma nota. Exoplaneta ou planeta extra-solar é qualquer um localizado fora do nosso Sistema Solar.

Berta explicou que parte da água da "Super-Terra" provavelmente está em estado cristalino, que existe em ambientes com pressão atmosférica pelo menos 20 mil vezes superior à encontrada ao nível do mar em nosso planeta.

Entretanto, numa comparação com o CoRoT-7b - outro planeta descoberto pelos cientistas que apresenta semelhanças com a Terra -, o GJ 1214b é bem mais fresco, segundo os astrônomos.

O CoRoT-7b, por outro lado, tem densidade próxima à da Terra (5,5 gramas por centímetro cúbico) e parece ser rochoso, enquanto o novo planeta aparenta ser bem menos denso, com 1,9 grama por centímetro cúbico.

"Para manter a densidade do planeta tão baixa assim é preciso que contenha grandes quantidades de água", afirmou Marcy. "Deve haver uma enorme quantidade de água, pelo menos 50% de sua massa".

AFP
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Arianespace colocará satélite Gaia em órbita em 2012

O consórcio espacial europeu Arianespace anunciou nesta quarta que conseguiu o contrato para colocar em órbita o satélite de observação astronômica Gaia em 2012.

O satélite sucederá o "Hipparcos", pioneiro na astronomia espacial, que foi lançado ao espaço também pelo Arianespace em 1989, afirmou o consórcio, em comunicado.

Gaia, que pesa 2,1 mil quilos, será construído pela Astrium e permitirá observar mais de 1 bilhão de objetos espaciais, afirmou a nota. O satélite será colocado em órbita por um foguete russo Soyuz a partir da base de lançamento de Kuru, na Guiana francesa.

O presidente do Arianespace, Jean-Yves Le Gall, disse que é o quinto contrato que o consórcio assina em 2009 para lançamentos do foguete Soyuz a partir de Kuru.

EFE
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Nasa divulga imagem de agrupamento de estrelas

A agência espacial americana, Nasa, divulgou uma imagem de um agrupamento de estrelas jovens conhecido como R 136. A imagem, obtida a partir da comparação entre fotografias captadas pelo telescópio espacial Hubble, mostra centenas de estrelas azuis cercadas por nuvens brilhantes. As informações são da agência AFP .

O agrupamento estelar está localizado no centro da Nebulosa da Tarântula, também conhecida como 30 Dourados ou NGC 2070. A maioria das estrelas têm entre 2 a 3 milhões de anos. O R 136 produz a maior parte da energia que torna a nebulosa visível e contribui para a forma aracnídea dos filamentos dessa nebulosa.

A nebulosa está localizada suficientemente perto da Terra, por este motivo, o Hubble pode captar imagens de estrelas individuais, dando informações importantes para os astrônomos sobre o nascimento das estrelas e sua evolução.

As nebulosas, compostas por nuvens de poeira, hidrogênio e plasma, são constantemente lugares de formação estelar. Os agrupamentos são regiões compostas por milhares de galáxias.

Redação Terra

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

ISS terá relógio atômico para provar teoria da relatividade

O laboratório europeu Columbus, da Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês), terá um relógio atômico com uma margem de erro de um segundo por 300 milhões de anos para provar a teoria da relatividade do físico alemão Albert Einstein, informou nesta terça-feira a Agência Espacial Europeia (ESA).

O relógio, conhecido como PHARAO, estará ligado a outro, também atômico, chamado Maser Espacial de Hidrogênio, com o qual formará o Conjunto de Relógios Atômicos Espaciais, uma rede conhecida por sua sigla em inglês ACES.

A rede será lançada ao espaço durante o segundo semestre de 2013 e, quando estiver em órbita, será utilizado um braço teleguiado para instalá-la sobre a plataforma externa do Columbus, orientado em direção à Terra, acrescentou a ESA.

A ACES servirá, entre outras funções, para fornecer mais exatidão à escala de Tempo Universal Coordenado (UCT, na sigla em inglês).

O sinal da rede, que será enviado para a Terra por meio de "hiperfrequências específicas", permitirá estabelecer conexões entre os relógios espaciais e terrestres, infirmou a ESA.

O Centro Nacional de Estudos Espaciais da França (CNES) será o encarregado de desenvolver e financiar o relógio, enquanto a ESA fará o mesmo com a rede ACES e integrará o relógio PHARAO no laboratório Columbus da ISS, explicou a agência espacial.

EFE
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Cisco e Nasa lançam parceria para monitoramento climático

A Cisco Systems e a Nasa lançaram nesta terça-feira um plano de US$ 100 milhões para monitorar os recursos do planeta, visando melhorar a transparência dos compromissos nacionais sob os novos acordos climáticos.

Líderes e ministros de mais de 190 países estão se reunindo esta semana para tentarem chegar a um acordo sobre um pacto climático global que sucederá o Protocolo de Kyoto.

Provas de concordância com os comprometimentos do novo acordo, como por exemplo a redução nas emissões de CO2 para preservar as florestas, dependerão de um monitoramento mais sofisticado do que o disponível agora.

O objetivo do Planetary Skin Institute é ajudar as instituições públicas, privadas, acadêmicas e governamentais a compartilhar suas informações, como por exemplo através de fontes online.

"Muita informação está disponível, mas é altamente descentralizada, em milhares de formatos diferentes e milhares de lugares diferentes", disse Juan Carlos Castilla-Rubio, da Cisco.

"Nos próximos 3 anos precisamos de pelo menos US$ 100 milhões para fazer isso funcionar. Temos compromisso com metade do valor e esperamos atingir a meta no mês que vem".

A joint-venture sem fins lucrativos teria como objetivo melhorar o monitoramento de emissões carbono e de sistemas de alimentos e níveis de escassez de água.

Uma rede global será formada por sete hubs, montados no Brasil, Índia, China, África, Japão, União Europeia e Estados Unidos.

COP-15
A Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, de 7 a 18 de dezembro, que abrange 192 países, vai se reunir em Copenhague, na Dinamarca, para a 15ª Conferência das Partes sobre o Clima, a COP-15. O objetivo é traçar um acordo global para definir o que será feito para reduzir as emissões de gases de efeito estufa após 2012, quando termina o primeiro período de compromisso do Protocolo de Kyoto.

Reuters
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segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Telescópio espacial da Nasa vai cartografar o cosmos

O telescópio espacial Wise foi lançado na base da Força Aérea de Vandenberg, na Califórnia Foto: AFP

O telescópio espacial Wise foi lançado na base da Força Aérea de Vandenberg, na Califórnia

A Nasa lançou ao espaço na segunda-feira o seu novo telescópio espacial de infravermelho, numa missão de dez meses que pode revelar objetos nunca antes vistos, como asteroides próximos à Terra ou galáxias muito distantes.

Faltava pouco para o alvorecer na Base Aérea Vandenberg, na região central da Califórnia, quando um foguete Delta 2 decolou para levar o Explorador de Levantamento Infravermelho de Campo Amplo ("Wise", na sigla em inglês) até uma órbita polar 525 quilômetros acima da Terra.

"Todos os sistemas parecem bem, e estamos a caminho de ver o céu inteiro como nunca se viu antes", disse William Irace, gerente de projeto da missão no Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa, em Pasadena.

O instrumento de US$ 320 milhões deve varrer os céus buscando a radiação infravermelha - um brilho de calor - emitida por objetos que sejam frios, distantes ou cercados de poeira demais para serem vistos por telescópios convencionais.

Os sensores desse telescópio são cerca de 500 vezes mais sensíveis do que os do último dispositivo de infravermelho lançado em 1983. Com eles, será possível obter imagens com definição análoga a de fotografias.

Um dos fenômenos que o Wise vai investigar será o das numerosas estrelas mortas, chamadas anãs marrons - bolas de gás bem menores que o Sol, sem massa suficiente para desencadear as reações internas típicas de estrelas.

Opticamente invisíveis, supõe-se que as anãs marrons sejam mais numerosas que as estrelas no universo próximo. Algumas delas podem estar mais perto do Sol do que a estrela mais vizinha, Proxima Centauri, que fica a quatro anos-luz.

Ainda mais perto da Terra, o Wise deve encontrar centenas de asteroides e cometas desconhecidos, inclusive obtendo informações sobre sua composição.

No outro extremo do seu espectro de visão, o telescópio tentará observar aglomerados estrelares ultraluminosos há 10 bilhões de anos-luz. Acredita-se que essas galáxias sejam encubadoras de novas estrelas, e que seu brilho seja até 1 trilhão de vezes superior ao do Sol, embora a maior parte dessa luz seja emitida em infravermelho.

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Agência espacial americana lança satélite de cartografia

O telescópio espacial Wise foi lançado na base da Força Aérea de Vandenberg, na Califórnia Foto: AFP

nasa satélite cartografia-afp (619 e capas)

A Nasa, a agência espacial americana, lançou nesta segunda-feira um novo telescópio espacial, o Wise (de Wide-field Infrared Survey Explorer). O aparelho, que vai orbitar a Terra, deverá escanear o espaço durante nove meses com o objetivo de mapear o cosmos em luz infravermelha.

O lançamento, adiado na sexta-feira passada por problemas em um dos motores do foguete, aconteceu às 14h09 GMT da base da Força Aérea Vandenberg na Califórnia (oeste).

O WISE orbitará a 500 km sobre a superfície da Terra. Para o final de sua missão, calcula-se que o WISE terá tirado quase 1,5 milhão de fotografias de todo o céu.

AFP
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domingo, 13 de dezembro de 2009

Britânicos se preparam para boa visibilidade de chuva de meteoros

Amantes da astronomia se preparam para observar, na noite neste domingo, o pico da chuva de meteoros Geminids, que ocorre anualmente.

Astrônomos dizem que, este ano, por causa da coincidência com a proximidade da Lua Nova, o fenômeno terá melhor visibilidade.

Na Grã-Bretanha, os meteoros começarão a ser vistos a partir das 20h (hora local, 18h em Brasília), mas o ápice será após as 22h (hora local, 20h em Brasília).

Segundo Robert Massey, do Observatório Real em Greenwich, será possível avistar até cem meteoros por hora. De acordo com especialistas, no Brasil o fenômeno terá seu pico entre as 23h deste domingo e as 4h da segunda-feira (hora de Brasília), mas sua visibilidade será baixa.

As chuva de meteoros ocorrem quando a Terra atravessa uma "nuvem" de poeira deixada por cometas que passaram perto do Sol.

O calor solar derrete parte do cometa, liberando fragmentos.

BBC Brasil
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Astrônomos testemunham explosão de grande estrela

Astrônomos assistiram à morte violenta daquela que constituía provavelmente a estrela de maior massa que já foi detectada. A explosão da supernova, que durou meses, foi estimada como tendo gerado o equivalente a mais de 50 sóis de diferentes elementos, que no futuro poderão se tornar componentes na formação de novos sistemas solares.

A explosão - designada SN2007bi - foi avistada como parte de um levantamento digital cujo objetivo era a busca de supernovas, empreendido por astrônomos do Observatório de Palomar, perto de San Diego, Califórnia.

Uma das supernovas observadas era especialmente digna de atenção, recorda Avishay Gal-Yam, astrônomo do Instituto Weizmann de Ciência, em Rehovot, Israel, e membro da equipe que conduziu o levantamento.

A detonação foi observada pela primeira vez em 6 de abril de 2007 mas, diferentemente da maioria das supernovas, seu brilho não desapareceu em questão de semanas, e ela continuou queimando por meses, em ritmo muito forte.

"Foi um processo muito, muito lento", disse Gal-Yam. "Voltei a observar depois de uma semana, depois de duas semanas, depois de um mês e depois de cinco meses, e o brilho continuava mais ou menos o mesmo".

Observações posteriores com alguns dos mais poderosos telescópios disponíveis no planeta - entre os quais os do Observatório W. M. Keck, no topo do Mauna Kea, Havaí, e os do Observatório de Paranal, no Chile- revelaram uma supernova que diferia de todas as demais.

Em artigo para a revista Nature, Gal-Yam e seus colegas reportam que a explosão provavelmente envolveu uma estrela supermaciça, com pelo menos 200 vezes mais massa que o nosso Sol. O tipo de supernova produzido pela detonação - uma supernova de "instabilidade provocada por partes de partículas" - já havia sido previsto em teoria, eles afirmam, mas jamais observado.

A explosão gerou volume diversas vezes superior ao do Sol de níquel-56, radiativo, e vastas quantidades de elementos mais leves, como carbono e silício. Gal-Yam diz que foi o decaimento nuclear do níquel que manteve o brilho da explosão por meses.

Colosso estelar
"Trata-se definitivamente de algo que jamais havíamos visto no passado", diz Gal-Yam. "Não existem estrelas desse porte em nossa galáxia ou nas galáxias mais próximas. Tratava-se de uma estrela realmente espetacular".

Alguns astrônomos sugeriram que seria impossível que estrelas crescessem a tamanhos mais que 150 vezes maiores que a massa do Sol, em parte porque os poderosos ventos solares serviriam para dispersar o material excedente. Uma pesquisa com as estrelas de nossa galáxia, a Via Láctea, parecia sustentar essa ideia de que existe um limite para o tamanho das estrelas.

As estrelas da Via Láctea são feitas principalmente de hidrogênio e hélio, e contêm apenas um pequeno percentual de elementos atômicos mais pesados como parte de sua massa. No entanto, as estimativas quanto às estrelas de maior massa no universo são de que elas contenham proporções ainda menores de elementos mais pesados, o que permitiria que crescessem mais e tivessem brilhos muito superiores, antes de expirarem em forma de espetaculares supernovas de instabilidade provocada por pares de partículas.

Os fótons gerados no interior da estrela exercem pressão para fora e impedem que essas gigantes entrem em colapso, pelo menos até que elas envelheçam a ponto de perder o brilho. Assim que a estrela começa a se contrair, sua temperatura interna sobe, o que faz com que os fótons se convertam em pares de elétrons e pósitrons (as antipartículas dos elétrons). Essas novas partículas não exercem a mesma pressão de expansão sobre a estrela que os fótons originais exerciam, e o resultado é um colapso cada vez mais acelerado, seguido por uma imensa explosão do núcleo estelar.

As supernovas de instabilidade provocada por pares de partículas haviam sido previstas teoricamente décadas atrás mas nenhuma havia sido avistada até agora, disse Norbert Langer, astrofísico da Universidade de Bonn, na Alemanha.

Além de oferecer confirmação quanto a uma velha teoria, a nova supernova pode também permitir novas percepções sobre a juventude do universo. Os astrônomos acreditam que o universo fosse quase inteiramente formado de hidrogênio e hélio pouco antes do Big Bang. A ideia é de que esses elementos tenham formado estrelas gigantescas que arderam por breves períodos, com brilho intenso, antes de explodir, criando elementos mais pesados que no futuro viriam a resultar na formação de planetas, e pessoas.

"Existe um interesse já antigo na evolução e morte dessas primeiras estrelas", diz Langer. A morte da supernova pode propiciar algumas pistas.

E também suscita algumas questões, acrescenta Langer. A mais notável é que a supernova parecia não conter hidrogênio. Já que os elementos leves são considerados importantes em uma estrela como essa, é "algo de estranho" que o hidrogênio não esteja presente na supernova, disse Langer.

Gal-Yam concorda: "Deveríamos tê-lo detectado com certa facilidade", afirma. "Creio que tenha sido removido, com grande eficiência, por algum mecanismo (desconhecido)".

Nature
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sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Nasa adia lançamento de telescópio por problema em motor

A Nasa adiou para a próxima segunda-feira o lançamento do telescópio espacial Wise, previsto anteriormente para hoje, por um problema em um dos motores de propulsão.

O Wise (cujo nome vem da sigla em inglês para Explorador de Estudos em Infravermelho) vai partir com a missão de detectar a presença de objetos próximos à Terra e confeccionar um mapa do céu a partir de câmeras infra-vermelhas.

O lançamento estava previsto para as 12h33 (horário de Brasília) na base Vandenberg, da Força Aérea americana, no estado da Califórnia, e foi remarcado para as 12h09 de segunda-feira.

Os responsáveis pela missão já estão trabalhando para resolver o problema. Uma peça do motor que acreditam ser a causadora da falha técnica será substituída.

A única preocupação para hoje era o tempo, já que nuvens espessas ameaçavam adiar em um dia a partida, mas, segundo os meteorologistas da Nasa, as previsões para na segunda-feira são favoráveis.

O telescópio foi instalado na quarta-feira em um foguete, que será encarregado de colocá-lo em órbita, a 525 quilômetros de distância da terra, para a captação, durante nove meses, de milhões de imagens que permitirão traçar um mapa do céu.

Segundo explicou a Nasa, as câmeras do telescópio vão focar inicialmente os chamados "objetos próximos" à Terra, ou seja, cometas e asteroides cujas órbitas em torno ao Sol os aproximam a nosso planeta.

O Wise vai proporcionar dados sobre seu tamanho e composição e responderá muitas dúvidas através de informações que não podem ser obtidas por telescópios de luz visível.

As câmeras serão dirigidas também para os pontos mais distantes do universo para estudar galáxias, buracos negros e poeira cósmica que não podem ser detectados a partir da luz visível, e permitirão aos cientistas saber mais sobre a formação das galáxias.

EFE
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Cientista fala sobre a lógica circular do universo

Circulando não muito tempo atrás pela mostra de Vasily Kandinsky, exposta no propício ambiente espiralado do Museu Guggenheim, me deparei com uma das pinturas mais ilustres, embora traiçoeiramente batizada, do mestre russo: Several Circles (vários círculos).

Esses "vários" círculos, observei, estavam mais para três dúzias, cada um deles parecendo sair da tela, boiando sobre a justaposição astuciosamente exuberante de suas diferentes cores, tamanhos e aparente translucidez. Soube que na época em que Kandinsky pintou a obra, em 1926, ele havia começado a colecionar enciclopédias e periódicos científicos; assim, enquanto observava a pintura com um sorriso enorme e estúpido em meu rosto, pensei em leveduras se desenvolvendo, um sol de halo azul salpicado de satélites, ou a própria vida surgindo do descuidado caldo primordial.

Também descobri a crescente relação de amor de Kandinsky com o círculo. O círculo, escreveu ele, é "a forma mais modesta, mas se afirma incondicionalmente". Essa forma é "simultaneamente estável e instável", "grosseira e suave", "uma única tensão que carrega incontáveis tensões dentro de si". Kandinsky amou o círculo a tal ponto que finalmente a forma suplantou em sua imaginação visual a longamente aclamada primazia de um emblema de sua juventude russa, o cavalo.

Peculiarmente, a vida do artista seguiu uma forma circular: ele nasceu em dezembro de 1866 e morreu no mesmo mês em 1944. Já que estamos em dezembro, gostaria de homenagear Kandinsky por meio de sua forma geométrica favorita, celebrando o círculo e saudando a esfera. A vida como conhecemos deve ser vivida em rodadas e o mundo natural está repleto de objetos circulares em qualquer escala que observarmos.

Deixe um corpo celeste se tornar grande o bastante para a gravidade atuar e teremos uma bola. Estrelas são bolas gigantescas, geralmente simétricas, de gás radiante, enquanto a definição tanto de planetas como Júpiter quanto de plutoides como Plutão é de um objeto celestial em órbita de uma estrela que seja massiva o bastante para ser largamente redonda.

Em um nível mais terrestre, globos oculares fazem jus a seu nome sendo redondos como bolinhas de gude, e, como a cantiga de Jonathan Swift de pulgas sobre pulgas, essas orbes da alma são inscritas por íris circulares que, por sua vez, são cravadas por pupilas circulares. Ou pense nas curvas do seio humano e seu alvo formado por auréola e mamilo.

Nossos óvulos e os de muitas outras espécies não têm de forma alguma o formato de um ovo, mas são esféricos, e quando você observa óvulos humanos em um microscópio, eles parecem sóis de calmaria com as coroas de Kandinsky por trás. Gotas de chuva iniciam sua vida nas nuvens não com os contornos de pêra das lágrimas de um desenho, mas como globos líquidos, amontoados de moléculas de água que se condensaram ao redor de partículos de poeira ou sal e, então, mutuamente se prenderam umas às outras na forma arredondada da menor resistência. Somente quando as gotas de chuva caem é que elas perdem sua simetria, a parte inferior se achata enquanto a de cima permanece arredondada, uma forma às vezes parecida com a de um pão de hambúrguer.

Às vezes, circularidade é uma matéria de pura física. "O formato de todo objeto representa o equilíbrio de duas forças em oposição", explica Larry S. Liebovitch, do Centro de Sistemas Complexos e Ciências Cerebrais da Universidade Florida Atlantic. "Você consegue coisas redondas quando essas forças são isotrópicas, ou seja, sentidas igualmente em todas as direções."

Em uma estrela, a gravidade puxa a massa do gás para dentro em direção a um ponto central, enquanto a pressão empurra o gás para fora, assim, as duas forças em competição chegam a uma détente dinâmica - "simultaneamente estável e instável", poderíamos dizer - na forma de uma esfera. Para um planeta como a Terra, a gravidade atrai a rocha majoritariamente fundida em direção ao núcleo, mas as rochas e seus elétrons hostis empurram de volta com igual veemência. Plutoides são massivos o suficiente para a gravidade superar a teimosia da rocha e aplainar seus blocos individuais, mesmo eles não sendo os corpos gravitalmente dominantes do pedaço.

Em nuvens chuvosas, as gotículas de água são excepcionalmente grudentas, enquanto a extremidade levemente positiva de uma molécula d¿água busca a extremidade levemente negativa de outra. Mas, novamente, elétrons mutuamente hostis põem limite à intimidade molecular, criando uma configuração ajustada na forma de uma bola. "Uma esfera é a maneira mais compacta para um objeto se formar", disse Denis Dutton, teórico evolucionário da Universidade de Canterbury, na Nova Zelândia.

Uma esfera também é resistente. Para uma dada superfície, é praticamente mais forte do que qualquer outro formato. Se você quiser criar um recipiente seguro usando o mínimo de material, disse Liebovitch, faça esse recipiente redondo. "É por isso que quando se assa uma salsicha, ela sempre se rasga ao longo do corpo", disse, ao invés de se rasgar na circunferência. A parte curvada tem a força tênsil de uma esfera, o longo eixo, a de um retângulo: sem chances.

A confiabilidade de um envoltório esférico pode ajudar a explicar alguns dos objetos redondos encontrados entre os seres vivos, como o formato de partes do corpo que supostamente têm alguma relação com seu propósito. Ovos são bens valiosos na natureza, e se uma embalagem redonda é a opção mais segura, faça-os absolutamente redondos como o caviar. Entre muitas aves, é claro, ovos são ovais e não redondos, uma característica que biólogos atribuem tanto à passagem árdua do ovo através do oviduto, quanto ao fato de ovos ovais rolarem em círculo ao invés de numa linha reta, tendo assim menos chances de cair de um ninho.

Mesmo assim, os cientistas admitem que não entendem sempre as pressões evolucionárias que esculpem um dado formato com base em carbono. Enquanto estudava a córnea na Faculdade de Médicos e Cirurgiões da Universidade de Columbia, Liebovitch se perguntou por que o globo ocular é redondo. "Parecia ser sua característica mais saliente", disse.

Ele explorou as opções. Para auxiliar o foco? Mas apenas uma pequena região da retina está envolvida no foco, disse, e todo o invólucro esférico parece supérfluo para as necessidades ópticas da região fóvea. Para permitir que o olho gire facilmente na órbita e se direcione rapidamente para essa e aquela direção? Mas aves e outros animais com olhos fixos também têm globos oculares salientes e redondos. "As razões não estão realmente claras", disse.

E para inspiração especulativa, nada supera a variedade de hipóteses estabelecidas para explicar a circularidade do seio feminino humano. É uma imitação das nádegas. É um lugar conveniente de se armazenar gordura para tempos difíceis. É um sinal de fertilidade, um sinal de juventude, um sinal de saúde, um símbolo de riqueza. Seios grandes enfatizam a cintura comparativamente menor da mulher, que é onde recai o interesse masculino. Quanto a mim, ainda espero que alguém explique por que o bíceps bem desenvolvido de um homem se parece com um seio errante.

Seja qual for a inspiração, nossos olhos redondos são atraídos por coisas redondas. Jeremy M. Wolfe, da Escola de Medicina de Harvard, e seus colegas descobriram que a curvatura é uma característica básica que usamos ao realizar uma busca visual. Talvez estejamos procurando por rostos, uma nova oportunidade para conversar.

Ao estudar macacos resos, Doris Tsao, do Instituto de Tecnologia da Califórnia, e seus colegas identificaram um conjunto de células cerebrais que responde fortemente a imagens de rostos, sejam de macacos ou não. O único outro tipo de estímulo visual que provocou esses neurônios identificadores de rosto, segundo Tsao, foram objetos redondos - relógios, maçãs e semelhantes. A pesquisadora suspeita que os resultados devem ser parecidos com humanos. Nós fazemos do rosto um fetiche. "Se você tem um objeto redondo com dois pontos no meio", disse ela, "isso instantaneamente atrai sua atenção".

Ou talvez o círculo acene não por sua semelhança ao rosto humano, mas como uma marca da arte humana. Dutton, autor de ¿The Art Instinct¿, aponta que formatos perfeitos são extremamente raros na natureza. ¿Veja uma bola de sinuca¿, disse. ¿É impossível imaginar que ela pudesse sair da natureza.¿ Estamos predispostos a reconhecer ¿artefatos humanos¿, disse, e a circularidade pode ser uma marca de nosso trabalho. Quando a natureza imita o meticuloso Michelangelo, ficamos impressionados.

"As pessoas vêm ver as rochas moreaki da Nova Zelândia", disse, "e soltam 'oh' e 'ah' porque elas são impressionantemente esféricas". Os artistas, por sua vez, usaram o círculo como o símbolo do divino: em mandalas, rosáceas, a flor de lótus de Buda, as auréolas dos santos cristãos. Para Kandinsky, disse Tracey Bashkoff, curadora da exposição no Guggenheim, o círculo fazia parte de uma "linguagem cósmica" e era a ligação com um plano mais espiritual e sublime. Uma rodada de aplausos! Nós voltamos a Kandinsky.

Tradução: Amy Traduções

The New York Times
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