sexta-feira, 29 de abril de 2011

Apesar das expectativas, Nasa adia última missão do Endeavour

Após gerar grande expectativa, o lançamento do ônibus espacial Endeavour, que deveria ter partido nesta sexta-feira rumo à Estação Espacial Internacional (ISS) em sua última missão, foi adiado 72 horas devido a um problema técnico de última hora.

O voo está previsto agora para a próxima segunda-feira, 2 de maio, às 15h33 (horário de Brasília), do Centro Espacial Kennedy da Nasa, na base Cabo Canaveral, localizada no estado americano da Flórida.

O Endeavour não pôde partir nesta sexta-feira, apesar da grande expectativa gerada, que contou inclusive com a presença do presidente americano, Barack Obama, e sua família.

O tempo era favorável. O abastecimento do tanque de combustível derivado do petróleo externo começou no início da manhã e os astronautas chegaram a cumprimentar um grupo de pessoas selecionadas pela Nasa - agência espacial americana -, quando receberam o aviso de retorno.

No último momento, quando os técnicos realizavam procedimentos rotineiros antes do voo, detectaram uma falha em um dos dois circuitos de calefação da unidade de potência auxiliar (APU) 1, o que forçou o adiamento da decolagem em 72 horas.

Os calefatores ajudam a manter a temperatura da hidrazina das unidades de potência auxiliares e evitam que ela congele quando o ônibus espacial entra em órbita.

As tentativas para ativar o aquecedor não tiveram êxito e os engenheiros acreditam que o problema possa estar associado à caixa de controle de carga, situada no extremo da popa do Endeavour, ou a um curto-circuito nos cabos que a conectam.

O diretor de lançamentos, Mike Leinbach, indicou em entrevista coletiva que estão esvaziando o tanque externo para que os técnicos possam entrar no compartimento de popa, onde estão os módulos eletrônicos, e avaliar se é necessário substituir a caixa de distribuição ou simplesmente mudar o cabeamento elétrico.

"Tínhamos muita vontade de vê-lo decolar, mas a segurança é o mais importante", disse o diretor do Centro Espacial Kennedy, Robert Cabana.

O presidente Barack Obama chegou ao Centro Espacial Kennedy com sua esposa, Michelle, e suas filhas, Sasha e Malia, tal como estava previsto, visitaram as instalações do local e viram também o Atlantis, que será o último ônibus espacial em operação, na missão prevista para junho.

Durante a visita, Obama teve a oportunidade de se reunir com a tripulação do Endeavour, comandada pelo astronauta Mark Kelly, marido da congressista Gabrielle Giffords, ferida em um tiroteio em janeiro passado.

Giffords, que se recupera em um centro de reabilitação em Houston (Texas), recebeu nesta semana a autorização dos médicos para viajar à Flórida e comparecer ao lançamento, no qual seria seu primeiro ato público após o ataque, no qual seis pessoas morreram e outras 13 ficaram feridas.

Não houve lançamento, mas foi realizado um dos encontros mais esperados do dia. Obama trocou palavras com Kelly antes de conversar com Giffords, a quem visitou no hospital quando ela estava internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

Mais de 250 mil pessoas chegaram a congestionar as estradas de Cabo Canaveral para poder assistir, ainda que de longe, ao último lançamento do Endeavour, mas tiveram que passar o tempo esperando notícias.

A Nasa tinha convidado um grupo de 150 pessoas de todo o mundo para relatar o lançamento em mensagens no Twitter. O venezuelano Alexis Dames, um dos internautas convidados, disse à Agência Efe que o adiamento da decolagem "foi inesperado", mas "as pessoas reagiram positivamente".

A missão, agora agendada para segunda-feira, será a 134ª de um ônibus espacial e a 25ª do Endeavour.

O Endeavour levará o Espectrômetro Magnético Alfa-2 (AMS-2), um instrumento que será instalado na ISS para medir a antimatéria e conhecer mais sobre as origens do Universo. Dezesseis países participaram deste projeto.

Durante os 14 dias que durará a missão, os astronautas devem realizar quatro excursões para fora do Endeavour com o objetivo de fazer experimentos, abastecer os radiadores com amoníaco e instalar ganchos e plataformas de suporte no braço robótico da nave, entre outras operações.

Kelly será o líder da missão STS-134, formada também pelo piloto Gregory Johnson e pelos especialistas Michael Fincke, Greg Chamitoff, Andrew Feustel e pelo astronauta da Agência Espacial Europeia Roberto Vittori.

EFE
EFE - Agência EFE - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização escrita da Agência EFE S/A.

Endeavour não partirá antes de segunda-feira, diz Nasa

O presidente dos EUA, Barack Obama, conversa com o comandante da missão do Endeavour, Mark Kelly,  no centro espacial Kennedy, no Cabo Canaveral, .... Foto: Saul Loeb/AFP

O presidente dos EUA, Barack Obama, conversa com o comandante da missão do Endeavour, Mark Kelly, no centro espacial Kennedy, no Cabo Canaveral, depois de o lançamento do ônibus espacial ter sido adiado

A nave Endeavour não partirá antes de 72 horas devido a um problema técnico, segundo anunciou nesta sexta-feira o diretor de Lançamentos da Nasa (agência espacial americana), Mike Leinbach.

A decolagem estava prevista para as 16h47 (horário de Brasília), mas uma falha em dois dos aquecedores da unidade de potência auxiliar (APU, na sigla em inglês) 1, cuja origem precisa ser investigada, obrigou o adiamento por razões de segurança.

Apesar do anúncio inicial de que o lançamento deveria ser atrasado em 48 horas, Leinbach afirmou ao canal de televisão da Nasa que a nave não partirá "antes de 72 horas" - o lançamento pode ocorrer, portanto, na segunda-feira.

O diretor explicou que os erros foram detectados de última hora, durante os procedimentos de manutenção feitos antes do voo, e embora tenham sido feitas várias manobras para repará-los, não foi possível terminar tudo a tempo.

Apesar de o Endeavour ter três unidades de potência auxiliar, a Nasa ressalta que se trata de uma peça fundamental para os sistemas de controle e a aterrissagem da nave.

"Não poderíamos nos arriscar a sair apenas com um ou dois porque se perdermos um dos que estão bem, corremos um alto risco de que a unidade congele e não funcione", explicou.

A APU tem uma estrutura como a de um motor de avião, mas, ao contrário deste, sua função não é produzir propulsão, mas atuar como fonte de energia, e é uma peça fundamental para a volta dos astronautas à Terra.

Estava previsto que o presidente americano, Barack Obama, e sua família comparecessem ao lançamento. No entanto, para a Nasa, a segurança dos seis tripulantes vem antes de tudo.

"Este é nosso negócio, não voaremos até que a nave esteja preparada", afirmou Leinbach.

Os engenheiros da Nasa estão reunidos e as operações de reparação começarão na tarde desta sexta-feira, depois que o tanque de combustível externo for esvaziado, uma operação que durará mais de uma hora.

Missão e aposentadoria
Ônibus espacial mais jovem da frota original de seis aparelhos da Nasa, o Endeavour transportará à Estação Espacial Internacional (ISS) o espectômetro magnético Alpha 2 (AMS), um módulo experimental em física fundamental que será utilizado para investigar mistérios como a existência da antimatéria ou a natureza da matéria escura, invisível.

O ônibus espacial foi lançado pela primeira vez ao espaço em 1991 e seu último voo, para uma missão de 14 dias, será o número 25 de sua carreira. A tripulação de seis membros é formada por cinco americanos e um italiano, o astronauta Roberto Vittori, da Agência Espacial Europeia.

Quando o Endeavour regressar à Terra, se tornará o segundo ônibus espacial da frota a se aposentar. O protótipo Enterprise nunca voou ao espaço e o Columbia explodiu em 2004 quando voltava à Terra. O Discovery fez seu último lançamento em fevereiro e voltou em março, enquanto o Atlantis partirá para sua última missão em junho.

EFE
EFE - Agência EFE - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização escrita da Agência EFE S/A.

Nasa adia lançamento do Endeavour por problema técnico

A Agência Espacial Americana (Nasa) anunciou nesta sexta-feira o adiamento do lançamento do ônibus espacial Endeavour, que estava marcado para as 16h47 de hoje, no Centro Espacial Kennedy, em Cabo Canaveral, na Flórida.

Segundo uma nota no site da Nasa, o adiamento foi necessário devido a problemas com os aquecedores da unidade 1 de força auxiliar da nave - o conserto deve levar pelo menos 48 horas.

"O novo lançamento não deve acontecer antes de domingo", disse George Diller, porta-voz da agência.

A Nasa está preparando uma grande cerimônia para o último lançamento da história do Endeavour, que será aposentado após a missão. O presidente Barack Obama deverá assistir com sua família ao lançamento.

Ônibus espacial mais jovem da frota original de seis aparelhos da Nasa, o Endeavour transportará à Estação Espacial Internacional (ISS) o espectômetro magnético Alpha 2 (AMS), um módulo experimental em física fundamental que será utilizado para investigar mistérios como a existência da antimatéria ou a natureza da matéria escura, invisível.

O ônibus espacial foi lançado pela primeira vez ao espaço em 1991 e seu último voo, para uma missão de 14 dias, será o número 25 de sua carreira. A tripulação de seis membros é formada por cinco americanos e um italiano, o astronauta Roberto Vittori, da Agência Espacial Europeia.

Quando o Endeavour regressar à Terra, se tornará o segundo ônibus espacial da frota a se aposentar. O protótipo Enterprise nunca voou ao espaço e o Columbia explodiu em 2004 quando voltava à Terra. O Discovery fez seu último lançamento em fevereiro e voltou em março, enquanto o Atlantis partirá para sua última missão em junho.

Fotos contam história do ônibus espacial Endeavour

11 de março de 2011 - O Endeavour é levado à plataforma de lançamento 39 A, em Cabo Canaveral, na Flórida.  O ônibus espacial mais jovem da frota .... Foto: Getty Images

O ônibus espacial mais jovem da frota original de seis aparelhos se prepara para última missão nesta sexta-feira

Após 19 anos a serviço da agência espacial americana (Nasa), o Endeavour se prepara para a última missão, que terá início às 16h47 (horário de Brasília) da base de Cabo Canaveral (Flórida), no Centro Espacial Kennedy. Uma grante festa é organizada para marcar a aposentadoria do mais jovem ônibus espacial, desenvolvido após a tragédia envolvendo o Challenger, em 1986.

Confira a história do Endeavour em fotos ampliadas

A útlima missão do Endeavour é comandada por Mark Kelly, marido da congressista americana Gabrielle Giffords, que se recupera de um disparo em 8 de janeiro durante um ato público em Tucson, no Arizona. Ela deve acompanhar o lançamento, assim como o presidente americano Barack Obama. Após a missão de 14 dias, que será o número 25 de sua carreira, o Endeavour vai ficar exposto para seus admiradores no California Science Center, em Los Angeles.

Putin demite diretor da Agência Espacial Russa

O primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, demitiu nesta sexta-feira o diretor da Agência Espacial Russa, Anatoli Perminov, que havia sido criticado pelo fracasso do lançamento em dezembro de três satélites Glonass.

O decreto, assinado por Putin, destitui de suas funções Perminov, 65 anos, porque ele atingiu a idade limite para trabalhar na administração pública. Putin nomeou o vice-ministro russo da Defesa, Vladimir Popovkine, como novo diretor da Agência Espacial.

AFP
AFP - Todos os direitos de reprodução e representação reservados. Clique aqui para limitações e restrições ao uso.

Nasa inicia preparação para lançamento do Endeavour

EUA - 2h40  - Estrutura de serviço rotativo é revertido para a preparação para o lançamento da nave espacial Endeavour, nas primeiras horas da .... Foto: AFP

Será o último voo do ônibus espacial

A Agência Espacial Americana (Nasa) começou nas primeiras horas da madrugada desta sexta-feira a preparar a estrutura de serviço rotativo no Centro Espacial Kennedy para o lançamento do ônibus espacial Endeavour, em Cabo Canaveral, na Flórida. O lançamento, que será o último voo do Endeavour - o penúltimo de um ônibus espacial americano, está programado para ocorrer às 16h47 (de Brasília).

A Nasa está preparando uma grande cerimônia. O presidente Barack Obama assistirá com sua família ao lançamento da nave. Será a primeira vez que um presidente americano irá a um lançamento desde Bill Clinton, que o fez em 1998.

Outra presença que irá chamar a atenção é a da congressista Gabrielle Giffords. Em janeiro, ela foi atingida por um tiro na cabeça durante um ato político, e após meses de reabilitação poderá despedir-se de seu marido Mark Kelly, o astronauta que comandará o último voo da nave.

O voo trata-se do último realizado pelo Endeavour antes de se aposentar. Ainda neste ano será lançado o Atlantis e, com isso, o programa espacial americano, que já tem 30 anos, terá fim.

Com informações da agência AFP.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Congressistas americanos propõem retorno à Lua até 2022

Um grupo de congressistas que reivindica a liderança dos Estados Unidos no espaço apresentou um projeto de lei para que o homem volte à Lua até 2022, para promover a prospecção, o comércio e a ciência.

O congressista republicano Bill Posey submeteu à tramitação parlamentar o projeto de lei H.R. 1641 "Reafirmando a liderança americana no espaço", que está disponível para consulta pública no site do Congresso.

Apelidado de "projeto de lei para voltar à Lua", o texto indica que a Nasa deve voltar à Lua até 2022 e desenvolver ali uma presença humana.

Os legisladores consideram esta proposta como uma maneira de promover o comércio e a ciência, bem como um trampolim para a prospecção de Marte e outros planetas.

Os copatrocinadores do projeto de lei foram os congressistas republicanos Rob Bishop, Pete Olson e Frank Wolf (presidente da subcomissão de verbas de Comércio, Justiça e Ciência) e a democrata Sheila Jackson-Lee. Todos eles representam estados com interesses econômicos na indústria espacial.

O presidente americano, Barack Obama, decidiu acabar em 2009 com o programa Constellation, o plano da Nasa de voltar à Lua, depois que a comissão independente Augustine advertiu que seriam necessários gastos extras de US$ 55 bilhões.

O programa Constellation foi anunciado em 2004 pelo então presidente George W. Bush, cujo objetivo era iniciar os preparativos para o retorno da Lua em 2020, quando o satélite natural da Terra deveria, segundo os planos iniciais, ser utilizada como plataforma para missões a Marte.

No entanto, os planos de Bush para sua visão do que deveria ser a prospecção espacial das próximas décadas não estabeleceram um orçamento definido, segundo a comissão Augustine.

EFE
EFE - Agência EFE - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização escrita da Agência EFE S/A.

Astronautas do Endeavour desafiam terráqueos a partida de xadrez

Os astronautas Greg Chamitoff e Greg Johnson, que partem nesta sexta-feira rumo à Estação Espacial Internacional (ISS), desafiaram nesta quinta os terráqueos a uma partida de xadrez que será realizada durante os 14 dias que eles estarão em missão.

Esta será a segunda partida cósmica da história. A Nasa (agência espacial americana) e a Federação de Xadrez dos Estados Unidos (USCF) organizaram a primeira em 2008, quando Chamitoff, a bordo da ISS, competiu com os movimentos dos jogadores da Terra.

O público ganhou aquela partida graças à ajuda dos campeões de xadrez da Escola Primária Stevenson, em Bellevue (Washington), mas Chamitoff não se dá por vencido e quer a revanche.

"O xadrez é um grande jogo que desafia a mente e ajuda os jovens a desenvolverem habilidades de pensamento crítico que serão úteis em matemática, ciências e todos os aspectos de suas futuras carreiras", disse Chamitoff.

Ele e Johnson, que viajarão a bordo do ônibus espacial Endeavour, jogarão xadrez durante os 14 dias de missão na Estação Espacial Internacional, a quase 400 quilômetros de distância da Terra. O jogo será retransmitido pela USCF no site "http://www.uschess.org/nasa2011".

A partida será interativa e o público pode sugerir ou votar em uma jogada de xadrez antes de os membros da Federação decidirem como responder aos movimentos dos astronautas.

A Nasa e a USCF utilizarão as redes sociais Twitter e Facebook para notificar aos participantes sobre a situação da partida e o momento para votar sobre os movimentos.

"Esperamos que o entusiasmo e o interesse que deste jogo inspire estudantes a se interessar pelo xadrez", assinalou o diretor-executivo da USCF, Bill Hall.

Chamitoff, que realizará duas caminhadas espaciais durante a missão, é fã de xadrez. Durante os seis meses que passou no laboratório espacial em 2008, levou junto seu tabuleiro.

O lançamento do Endeavour está previsto para esta sexta-feira, às 16h47 (horário de Brasília), da base de Cabo Canaveral (Flórida), no Centro Espacial Kennedy. Será a última viagem deste ônibus espacial, após 19 anos a serviço da Nasa.

EFE
EFE - Agência EFE - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização escrita da Agência EFE S/A.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Endeavour leva equipamento para desvendar lado escuro do universo

O equipamento que será lançado pela Nasa está avaliado em US$ 2 bilhões. Foto: Getty Images

O equipamento que será lançado pela Nasa está avaliado em US$ 2 bilhões

Um equipamento que deve ser lançado a bordo do ônibus espacial Endeavour na sexta-feira, nos Estados Unidos, foi projetado para fornecer aos cientistas o primeiro estudo detalhado sobre as partículas com cargas elétricas que correm pelo cosmos.

As imagens proporcionadas pelo Espectrômetro Magnético Alfa (AMS, na sigla em inglês), que foi montado no centro de pesquisa Cern, perto de Genebra, na Suíça, poderão jogar luz sobre a chamada matéria escura do universo - a matéria que até agora não foi encontrada, mas é necessária para explicar o que é observável.

Assin, O AMS poderá reformular a compreensão moderna sobre o universo, de forma muito parecida como o Telescópio Espacial Hubble desbravou novas fronteiras da astronomia, sendo responsável inclusive pela surpreendente descoberta de que a taxa de expansão do universo está acelerando.

"Os raios cósmicos com carga são uma área da ciência praticamente inexplorada", disse o físico Samuel Ting, do Massachusetts Institute of Technology (MIT). Laureado com um Nobel, ele lidera a equipe de 600 pessoas que desenvolveram o AMS ao custo de US$ 2 bilhões.

Lado escuro
Estrelas, planetas, gás, poeira e outros fenômenos detectáveis são responsáveis por menos de 10% da matéria que se acredita existir. Sem a matéria escura ou algum outro fenômeno, as galáxias seriam incapazes de se manterem como são.

Embora por definição, a matéria escura não possa ser detectada diretamente, estudos mostram que a colisão de partículas escuras deve deixar pegadas reveladoras na forma de pósitrons, um tipo de partícula da matéria normal.

Reuters
Reuters - Reuters Limited - todos os direitos reservados. Clique aqui para limitações e restrições ao uso.

Nasa prepara grande evento para último voo do Endeavour na sexta

Curiosos acompanham os preparativos para o lançamento da última missão espacial do Endeavour. Foto: AFP

Curiosos acompanham os preparativos para o lançamento da última missão espacial do Endeavour

O último voo do Endeavour - o penúltimo de um ônibus espacial americano - coincide nesta sexta-feira com o casamento do príncipe William e Kate Middleton, e também terá uma grande celebração, organizada pela agência espacial americana (Nasa).

O presidente Barack Obama assistirá com sua família ao lançamento do Endeavour a partir do centro espacial Kennedy, em Cabo Canaveral, na Flórida. Será a primeira vez que um presidente americano irá a um lançamento desde Bill Clinton, que o fez em 1998.

Também haverá muito barulho com a presença da congressista Gabrielle Giffords. Em janeiro, ela foi atingida por um tiro na cabeça durante um ato político, e após meses de reabilitação poderá despedir-se de seu marido Mark Kelly, o astronauta que comandará o último voo da nave.

O voo trata-se do último realizado pelo Endeavour antes de se aposentar. Ainda neste ano será lançado o Atlantis e, com isso, o programa espacial americano, que já tem 30 anos, terá fim.

"É verdadeiramente incrível que ela possa assistir a este lançamento histórico", disse o porta-voz de Giffords, CJ Karamargin. "É algo que ela não queria perder".

O ônibus espacial mais jovem da frota original de seis aparelhos transportará à Estação Espacial Internacional (ISS) o espectômetro magnético Alpha 2 (AMS), um módulo experimental em física fundamental que será utilizado para investigar mistérios como a existência da antimatéria ou a natureza da matéria escura, invisível.

O Endeavour "nasceu da tragédia do Challenger", afirmou a Nasa, em um texto onde lembra que a explosão daquele ônibus espacial em 1986 levou o Congresso a autorizar um ano depois a construção de outra nave espacial.

O ônibus espacial foi lançado pela primeira vez ao espaço em 1991 e seu último voo, na sexta-feira às 19h47 GMT (16h47 de Brasília) para uma missão de 14 dias, será o número 25 de sua carreira. A tripulação de seis membros é formada por cinco americanos e um italiano, o astronauta Roberto Vittori, da Agência Espacial Europeia.

Quando o Endeavour regressar à Terra, se tornará o segundo ônibus espacial da frota a se aposentar. O protótipo Enterprise nunca voou ao espaço e o Columbia explodiu em 2004 quando voltava à Terra. O Discovery fez seu último lançamento em fevereiro e voltou em março, enquanto o Atlantis partirá para sua última missão em junho.

AFP
AFP - Todos os direitos de reprodução e representação reservados. Clique aqui para limitações e restrições ao uso.

Rússia lança nave espacial de carga à estação internacional

A nave espacial de carga russa Progress M-10M foi lançada nesta quarta-feira do cosmódromo de Baikonur, no Cazaquistão, em direção à Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês).

A nave Progress tem 2,6 t de carga, principalmente água, alimentos, combustível e equipamentos de experimentação científica. Sua chegada à ISS está prevista para o dia 29 de abril.

Uma cápsula espacial Soyuz dedicada ao 50º aniversário do primeiro voo de um homem ao espaço, o soviético Yuri Gagarin, acoplou com sucesso no dia 7 de abril à ISS levando a bordo os russos Alexandre Samokutiaev, Andrei Borisenko e o americano Ronald Garan.

Os três homens se somaram, a bordo da ISS, à tripulação composta pelo russo Dimitri Kondratiev, a americana Catherine Coleman e o italiano Paolo Nespoli.

AFP
AFP - Todos os direitos de reprodução e representação reservados. Clique aqui para limitações e restrições ao uso.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Simpósio da Nasa celebra momentos históricos da prospecção espacial

A Nasa, agência espacial americana, inaugurou nesta terça-feira um simpósio com o qual celebra os grandes momentos da prospecção espacial, como o primeiro voo espacial tripulado que o cosmonauta soviético Yuri Gagarin realizou 50 anos atrás e o início da era dos ônibus espaciais há três décadas.

O encontro foi aberto pelo professor da Universidade de Hartford (Connecticut), Michael Robinson, ganhador do prêmio do Fórum de História da Ciência em 2008 por seu livro "The Coldest Crucible: Arctic Exploration and American Culture" (O Mais Frio Cadinho: Exploração do Ártico e Cultura Americana, em tradução livre).

Robinson destacou o papel da Nasa ao longo da história como "ponto de apoio" nas pesquisas e herdeira do legado dos expedicionários dos Estados Unidos.

No entanto, a agência espacial também encontrou dificuldades no caminho para manter o equilíbrio e "algumas das missões do futuro surgiram de uma análise incompleta de outras do passado", assinalou Robinson, autor do blog científico "Time to Eat the Dog".

Ele ressaltou também a importância dos erros e das missões incompletas para se conseguir melhoras. "As primeiras expedições não são só ornamentos na história, mas evidências que provam um argumento específico: que as missões humanas no espaço merecem ser financiadas porque são parte de nossa personalidade", destacou.

O professor Alexander Geppet, da Universidade Freie de Berlim, fez uma análise do conceito de era espacial desde os anos 40, quando se desenvolveu a tecnologia que permitiria lançar os primeiros satélites na década seguinte, passando pela corrida espacial entre Estados Unidos e União Soviética, até a prospecção e a tecnologia atuais.

Já o professor James Spiller, do College at Brockport, da Universidade de Nova York, lembrou a ascensão em 1961 e a posterior queda dos Estados Unidos na corrida espacial e o recrudescimento do país em 1981, com o início da era dos ônibus espaciais.

Segundo ele, após o envio do soviético Gagarin ao espaço, os EUA tiveram uma sucessão de êxitos, como a chegada do homem à Lua em 1969, mas a "fronteira do espaço" perderia interesse nos anos 70.

No entanto, como assinalou Steve Dick, ex-diretor da Nasa, com a era dos ônibus espaciais - iniciada em 1981 pelo Columbia -, abriu-se uma nova etapa tecnológica que permitiu ao homem voltar a ter como objetivo maior "a prospecção do desconhecido".

"Explorar o Universo além da órbita terrestre continua sendo uma nova fronteira 50 anos depois da era espacial", assinalou Dick, que considerou que, em breve, será possível ver humanos e robôs trabalhando juntos no espaço.

De fato, a primeira tentativa já esta em andamento. O ônibus espacial Discovery levou à Estação Espacial Internacional (ISS) o androide Robonaut (R2), que ajudará os astronautas nas tarefas do dia a dia do laboratório espacial.

Para Dick "conseguir um programa equitativo de missões espaciais que combinem prospecção humana e robótica, descobertas e ciência, com recursos limitados e no meio dos turbulentos eventos na Terra", são os desafios que enfrenta agora a Nasa.

EFE
EFE - Agência EFE - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização escrita da Agência EFE S/A.

Tripulação do Endeavour chega à Flórida para última missão

Tripulantes da última missão do Endeavour são fotografados na Flórida. Da esquerda para a direita estão Greg Chamitoff, Drew Feustel, Mark Kelly, Greg .... Foto: Reuters

Tripulantes da última missão do Endeavour são fotografados na Flórida. Da esquerda para a direita estão Greg Chamitoff, Drew Feustel, Mark Kelly, Greg H. Johnson, Mike Fincke e Roberto Vittori

A tripulação do Endeavour chegou nesta terça-feira na Flórida, nos Estados Unidos, para concluir os detalhes antes do lançamento da sexta-feira, confirmou o comandante Mark Kelly.

"É maravilhoso estar aqui, em um dia tão lindo. Minha tripulação e eu estamos preparados para fazer parte desta missão", disse Kelly pouco depois que seu jato T-38 aterrissasse na zona de lançamentos do Centro Espacial Kennedy.

"Tivemos a oportunidade de dar uma primeira olhada na nave enquanto sobrevoávamos a plataforma de lançamento e é maravilhoso ver que o Endeavour está pronto para sair outra vez", afirmou, antes de apresentar os membros da tripulação.

Kelly liderará a missão STS-134 ao lado do piloto Gregory Johnson e os especialistas Michael Fincke, Greg Chamitoff, Andrew Feustel e o astronauta da Agência Espacial Européia, Roberto Vittori.

O comandante anunciou que os médicos autorizaram o deslocamento de sua esposa, a congressista Gabrielle Giffords, para que presencie o lançamento. "Ela está pronta para estar aqui e está muito emocionada por esta viagem".

Giffords se recupera em uma clínica de reabilitação em Houston, no Texas, depois de ter sido atingida por um disparo em 8 de janeiro durante um ato público em Tucson, no Arizona.

EFE
EFE - Agência EFE - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização escrita da Agência EFE S/A.

EUA: sem verba, telescópio para busca por vida extraterrestre

Telescópio Allen é composto por 42 antenas e registra ondas de rádio. Foto: AP

Telescópio Allen é composto por 42 antenas e registra ondas de rádio

Em comunicado no seu site, o Instituto Seti (sigla em inglês para Busca por Inteligência Extraterrestre) anunciou a suspensão das atividades do telescópio Allen devido a corte de fundos. Segundo a organização, o corte de verbas públicas para o Observatório de Rádio Hat Creek, da Universidade da Califórnia-Berkeley, obrigou o instituto a tomar a decisão.

O corte de verbas levou à redução das atividades do observatório e à "hibernação" do telescópio Allen, que fazia parte do complexo. A decisão, segundo o instituto, foi comunicada aos doadores da instituição, no último dia 22.

A instituição diz estar trabalhando para que o telescópio volte a funcionar o quanto antes e busca possíveis parceiros - a princípio, os cientistas tentam um acerto com a Força Aérea americana. A organização diz ainda procurar mais parceiros privados para evitar os cortes de verba pública - empresas como a Sun e a HP já contribuem para as pesquisas da instituição.

O telescópio
O Allen registra ondas de rádio e é composto por 42 antenas. Foi construído após doação de US$ 23 milhões de Paul Allen, cofundador da Microsoft, em 2003, e começou as primeiras observações em 2007. O Seti estava prestes a usar o Allen para examinar pequenos sistemas planetários descobertos pelo telescópio espacial Kepler, da Nasa, que totalizariam 1.235 planetas.

Nasa convida seguidores do Twitter para lançamento do Endeavour

Nasa escolhe tuiteiros para narrar lançamento da Endeavour


A agência espacial americana (Nasa, na sigla em inglês) convidou 150 seguidores do twitter para assistir ao lançamento do ônibus espacial Endeavour, nesta sexta-feira, dia 29. Este será o último voo do Endeavour para o espaço.

Os participantes foram selecionados aleatoriamente de mais de 4 mil seguidores cadastrados, representando 43 Estados americanos, Austrália, Brasil, Canadá, Alemanha, Nova Zelândia, Porto Rico, Suíça, Venezuela e Reino Unido. Eles compartilharão a experiência com seus mais de 3,7 milhões de seguidores no Twitter.

Esta é a quarta vez que a Nasa convida seguidores do Twitter para assistir a um lançamento de um ônibus espacial.

Cientistas descobrem a mais pesada partícula de antimatéria

A antimatéria é criada na colisão de núcleos de ouro energético dentro do acelerador do partículas Nessa colisão, um simples núcleo de hélio-4 (fundo) .... Foto: Colaboração Star/Divulgação

Na colisão das partículas, um simples núcleo de hélio-4 (fundo) é acompanhado por um núcleo de anti-hélio (na frente)

Um grupo internacional de cientistas, com participação de brasileiros, detectou antipartículas de núcleos de hélio-4 num experimento realizado nos Estados Unidos. Segundo os estudiosos, trata-se da antimatéria mais pesada já produzida e medida em laboratório.

O experimento foi produzido no Colisor Relativístico de Íons Pesados (RHIC, na sigla em inglês) e os resultados foram publicados na edição de domingo da revista Nature. Para os cientistas, o estudo é fundamental para os avanços no conhecimento da física nuclear, da astrofísica e da cosmologia.

Segundo a Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo (Fapesp ), pelo menos 584 cientistas de 12 países participaram do estudo, entre eles os brasileiros Alexandre Suaide, Alejandro Szanto Toledo e Marcelo Munhoz - professores da Universidade de São Paulo (USP) -, Jun Takahashi, professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e seus orientandos de doutorado Rafael Derradi de Souza e Geraldo Vasconcelos.

Com a participação do mesmo grupo, o experimento já havia rendido, há um ano, a primeira evidência experimental de um anti-hipernúcleo, isto é, os cientistas haviam obtido um núcleo que não faz parte da tabela periódica.

No novo experimento, segundo o cientista Alexandre Suaide, foram realizadas colisões de núcleos de átomos de ouro em velocidade próxima à da luz, em temperatura altíssima, criando uma densidade de energia semelhante à que existiu alguns microssegundos após o Big Bang. Tanto no laboratório como no início do Universo, as colisões resultam na formação de uma quantidade equivalente de matéria e antimatéria.

"Teoricamente, acreditamos que o Big Bang surgiu de uma grande concentração de energia em uma singularidade e, a partir de modelos, concluímos que esse processo deve ter produzido muita antimatéria. No entanto, quando olhamos o Universo quase não encontramos a antimatéria. O experimento poderá ajudar a entender o que aconteceu nesses instantes iniciais", disse Suaide à agência de notícias da Fapesp.

Cientistas testam missão tripulada para Marte no sul da Espanha

Rio Tinto, no sul da Espanha, é surpreendentemente similar a Marte. Foto: Getty Images

Rio Tinto, no sul da Espanha, é surpreendentemente similar a Marte

Uma região inóspita no sul da Espanha está servindo de área de testes para uma eventual missão a Marte por causa de sua semelhanças à superfície do Planeta Vermelho.

"Isso aqui é Marte na Europa", diz Gernot Groemer, do Fórum Espacial Austríaco. Olhando em volta é fácil dizer o porquê: o cenário é totalmente vermelho, exceto por algumas paisagens verdes que acabam entregando o jogo. Rio Tinto, no sul da Espanha, é uma antiga área de mineração que com sua formação geológica e química é surpreendentemente similar a Marte.

Gernot Groemer, pesquisador da Universidade de Innsbruck, da Áustria, explica: "Nós temos um mineral aqui chamado jarosita, que é exatamente idêntico ao que existe em Marte". O que faz do local um cenário ideal para se testar tecnologia que poderá um dia ser utilizada em Marte. Um dos artefatos que está sendo utilizados é um simulador de roupa espacial chamado Aouda.X.

A roupa espacial faz uso de sistemas de apoio à vida a bordo e se vale de computadores de última geração especialmente concebidos para proteger os astronautas das condições hostis de Marte. Temperaturas baixíssimas, um ambiente nocivo e um constante bombardeio de radiação mortal são apenas alguns dos horrores a que um ser humano estaria sujeito em Marte.

Amostras
Em Rio Tinto, a equipe está investigando se seria possível em uma futura missão a Marte coletar amostras sem contaminá-las de alguma forma.

"Este é um grande tema na astrobiologia. Quando nós procuramos traços de vida extinta ou de vida ainda existente em Marte, se nós encontrarmos algo, precisamos realmente nos assegurar de que essa substância é nativa e que ela não veio de 'carona' da Terra", afirma Groemer. Além dos potenciais astronautas, estão sendo testados também veículos ao longo do terreno rochoso vermelho, entres eles um protótipo chamado Eurobot.

Phillippe Schoonejans, chefe do escritório de robótica da Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês), conta que o modelo é um robô que conta com dois braços e visão estéreo e que ele é um "robô com características humanas, mas capaz de fazer coisas que são difíceis demais de serem feitas ou então muito perigosas ou muito chatas para serem realizadas por astronautas".

Futuro
A possibilidade de realizar uma missão tripulada a Marte ainda é cercada de dúvidas e ceticismo. Ainda que algumas agências especiais tenham expressado interesse em realizar expedições com humanos, ainda não foram feitos planos definitivos.

Cientistas dizem que é preciso começar a planejar desde já, caso tenhamos planos de ir a Marte. Scott Hovland, um cientista da ESA, afirma acreditar que "diante da tecnologia que temos hoje em dia, nós somos capazes". "Mas ainda há a necessidade de desenvolver novas tecnologias. Precisamos de métodos melhores para levar as pessoas para lá, com sistemas de propulsão mais poderosos, para encurtar a duração da viagem. Esse tipo de coisa. Mas estou certo de que ainda durante nosso tempo de vida, haverá uma boa chance de ver algo assim acontecer", afirmou Hovland.

Germet Groemer afirma que é impossível prever como vai ser a tecnologia daqui a 20 ou 30 anos. "Mas seja lá como forem os microchips, seja qual for a camada de proteção da roupa roupa espacial, estou certo de que grandes ideias e procedimentos podem ser definidos agora, e é isso que estamos fazendo neste lindo lugar. Isto é um ensaio para a maior jornada já feita por nossa civiliação".

BBC Brasil
BBC Brasil - BBC BRASIL.com - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização escrita da BBC BRASIL.com.

China prevê construção de estação espacial até 2020

O programa espacial chinês prevê construir até 2020 uma estação espacial de 60 t e três módulos, uma principal e duas nas quais serão realizadas experiências, informou nesta terça-feira o diário oficial China Daily. O módulo principal será o primeiro a ser posto em órbita, com 18,1 m de comprimento, diâmetro máximo de 4,2 m e peso de 20 a 22 t, enquanto os outros terão 14,4 m de comprimento e o mesmo peso e diâmetro que o primeiro.

O programa espacial também inclui a fabricação de uma nave de carga de cerca de 13 t de peso para transportar provisões e material de laboratório. Segundo os responsáveis do programa espacial, a população poderá sugerir nomes para a nave e a estação, assim como símbolos para adornar esta última.

Wang Wenbao, diretor do departamento encarregado do programa espacial, assinalou que a participação do público na escolha do nome "reforçará a sensação nacional de coesão e orgulho".

Segundo o porta-voz do programa, Wang Zhaoyao, o desenvolvimento da tecnologia necessária para garantir missões de pelo menos 20 dias no espaço e para o transporte de provisões é um dos objetivos principais para os próximos cinco anos, dentro do Plano Quinquenal 2011-2015 do gigante asiático.

EFE
EFE - Agência EFE - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização escrita da Agência EFE S/A.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Nasa: tecnologia espacial ajudará países em desenvolvimento

A Nasa - a agência espacial americana - e a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (Usaid) assinaram um acordo nesta segunda-feira para ampliar a aliança bilateral e ajudar os países em desenvolvimento a enfrentar desafios como segurança alimentar, fontes de energia e mudança climática.

O memorando, que terá cinco anos de duração, formaliza a colaboração em curso para utilizar os dados fornecidos pela agência espacial americana, com o objetivo de minimizar os riscos de catástrofes naturais e facilitar a resposta humanitária nos países em desenvolvimento.

O acordo também prevê a aplicação conjunta de tecnologias geoespaciais para resolver os problemas que dificultam o desenvolvimento desses países. "As tecnologias utilizadas nas missões da Nasa melhoraram muito a vida na Terra", afirma em comunicado o diretor da agência espacial, Charles Bolden.

"Quando exploramos o espaço, também exploramos soluções para os problemas de saúde, nutrição e segurança, que são desafios nos países em desenvolvimento", assinala a nota. "Junto com a USAID, conseguiremos um desenvolvimento inclusive mais sustentável para os problemas aqui na Terra, resolvendo problemas para toda a comunidade internacional", acrescenta.

Já segundo o diretor da Usaid, Rajiv Shah, o uso de dados sobre as ciências da Terra e as novas tecnologias serão um avanço para a agência de desenvolvimento. "Mediante nossa associação com a Nasa, podemos aplicar a última tecnologia para oferecer dados importantes às populações dos países em desenvolvimento em áreas como saúde, segurança alimentar e água", destacou.

Shah ressaltou que este é "um excelente exemplo de nossos esforços para utilizar o poder da ciência e da tecnologia com o objetivo de abordar o desenvolvimento dos desafios atuais". Desde 2003, a Nasa e a USAID trabalham conjuntamente por meio do programa Servir, que permite aos países em desenvolvimento utilizar os dados que a Nasa obtém da Terra para enfrentar problemas agrícolas, melhorar a resposta a desastres naturais e as previsões climáticas.

EFE
EFE - Agência EFE - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização escrita da Agência EFE S/A.

domingo, 24 de abril de 2011

Congressista baleada pode assistir ao lançamento do Endeavour

A congressista Gabrielle Giffords, que foi gravemente ferida em um tiroteio em janeiro, tem permissão médica para assistir ao último lançamento da nave Endeavour que seu marido, Mark Kelly, comanda, informou a rede de televisão "ABC".

Gabrielle está internada no Hospital Hermann Memorial em Houston (Texas), após ser atingida por disparos na cabeça durante um tiroteio em Tucson (Arizona), no qual morreram seis pessoas e 13 ficaram feridas, incluindo a democrata.

Dong Kim, o neurocirurgião que supervisiona a reabilitação da política americana, reiterou em artigo que publicou neste domingo no jornal "The Arizona Republic" que se sente à vontade com a ideia de Gabrielle viajar à Flórida para assistir ao lançamento do Endeavour, mas até agora não anunciou a autorização formal.

A "ABC" assegura ter confirmado que a congressista recebeu permissão dos médicos para assistir ao vivo na sexta-feira ao lançamento da nave, que também contará com a presença do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.

"The Arizona Republic" relatou hoje em seu artigo a dura batalha de Gabrielle para voltar a realizar tarefas normais como falar e caminhar.

A congressista fala quase sempre com monossílabos e frases curtas como "te amo", "ótimo" e "Saia", relata a publicação.

O jornal afirma que a política anseia sair do centro de reabilitação e repete frequentemente que sente falta de Tucson, a cidade do Arizona na qual se criou e onde desenvolveu a maior parte de sua carreira política.

"Sinto saudades de Tucson", diz com frequência a congressista, que fica frustrada quando não consegue elaborar frases longas, embora quando encontra as palavras que procura fala de forma clara e em um ritmo normal.

Os médicos que supervisionam sua reabilitação a situam entre os 5 % dos pacientes que melhor evoluem após sofrer esse tipo de traumatismo, informou "The Arizona Republic".

EFE
EFE - Agência EFE - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização escrita da Agência EFE S/A.

Detectam núcleo de antimatéria mais pesado observado até agora

O núcleo da antimatéria mais pesado observado até o momento, uma partícula antialfa, foi detectada pelo Colisor Relativístico de Íons Pesados (RHIC, na sigla em inglês) do Laboratório Nacional de Brookhaven, nos Estados Unidos.

Cientistas do acelerador descrevem no último número da revista "Nature" na internet a detecção de partículas antialfa, ou seja, núcleos de hélio-4 de antimatéria.

A descoberta servirá como ponto de referência para eventuais observações futuras de partículas antialfa no cosmos.

As partículas alfa, descritas pela primeira vez em 1900 pelo físico Ernest Rutherford, são núcleos de hélio-4 (4He), formados por dois prótons e dois nêutrons, sem uma envoltura de elétrons, por isso que sua carga elétrica é positiva.

Como a cada uma das partículas da natureza, corresponde uma antipartícula que possui a mesma massa, mas de diferente carga elétrica.

A antipartícula alfa detectada no acelerador de Brookhaven, formada por dois antiprótons e dois antinêutrons, não foi observada até agora no cosmos.

O grupo de cientistas liderados o professor da universidade de Yale (EUA) Aihong Tang trabalha no acelerador de núcleos pesados a altas energias para produzir e estudar a antimatéria.

Os pesquisadores que participaram da experiência "STAR" detectaram partículas alfa em rendimentos que são consistentes com os prognósticos da termodinâmica e os modelos de produção coalescente de novos núcleos atômicos.

A partir dessas observações, os cientistas determinaram a velocidade da reação nuclear em partículas antialfa, o que poderia dar pistas sobre o ritmo de produção de outros núcleos de antimatéria ainda mais pesados.

EFE
EFE - Agência EFE - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização escrita da Agência EFE S/A.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Estudo: buraco na camada de ozônio agrava seca na Austrália

O buraco na camada de ozônio da Antártida é parcialmente responsável pelas secas que vêm ocorrendo na Austrália, de acordo com um estudo divulgado na publicação científica Science.

Os cientistas liderados por uma equipe da universidade de Columbia, nos Estados Unidos, concluíram que o buraco causou mudanças nos padrões de vento e chuvas em todo o hemisfério sul. "Em termos de média, o buraco na camada de ozônio causa cerca de 10% de mudança climática, mas na Austrália, é de cerca de 35%", disse Sarah Kang, uma das responsáveis pelo estudo.

Os cientistas concluíram que outros fatores também têm influência, como a emissão dos gases que causam o efeito estufa e os ciclos naturais do clima, como os que causaram secas no passado.

Mecanismos
"O estudo ilustra o papel importante que mecanismos diferentes das mudanças climáticas têm para o impacto que vemos o clima ter", diz uma das maiores autoridades britânicas em clima, Myles Allen. "É importante diferenciá-los em vez de assumir que qualquer impacto que vemos é causado por gases do efeito estufa."

As secas australianas levaram ao fechamento de várias fazendas e a um maior investimento em outras tecnologias como as de dessalinização da água do mar.

O buraco na camada de ozônio é causado por reações químicas na estratosfera, a camada superior da atmosfera, provocadas por substâncias como os clorofluorcarbonos (CFC), cujo uso em produtos industrializados foi restringido pelo Protocolo de Montreal, que entrou em vigor em 1989. Apesar do tratado, o efeito dessas substâncias ainda deve se fazer sentir na atmosfera por décadas. Acredita-se que o buraco sobre a Antártida esteja recuperado até 2060. O ozônio bloqueia raios ultravioletas do Sol, que podem causar câncer de pele e outras doenças.

BBC Brasil
BBC Brasil - BBC BRASIL.com - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização escrita da BBC BRASIL.com.

Especialista: cosmonautas russos nunca fizeram sexo no espaço

Os cosmonautas russos e soviéticos jamais fizeram sexo no espaço, declarou nesta sexta-feira um especialista russo, citado pela agência Interfax, poucos dias depois das comemorações do 50º aniversário do primeiro voo habitado ao cosmos.

"Não há informação oficial nem oficiosa acerca de relações sexuais ou experimentos sexuais no espaço", declarou Valeri Bogomolov, diretor adjunto do Instituto de Pesquisas médico-biológicas no espaço. "Com toda a segurança, ao menos na exploração espacial russa ou soviética, isso jamais ocorreu", declarou.

Há vários anos circulam rumores sobre a existência de experimentos secretos russos e americanos em torno das relações sexuais na ausência de gravidade, mas Moscou e Washington sempre negaram esses trabalhos. "No que diz respeito à exploração espacial americana, não tenho informações para desmenti-lo categoricamente. Em todo caso, não há nenhuma informação oficial. Há rumores anedóticos que não devemos acreditar", declarou Bogomolov.

AFP
AFP - Todos os direitos de reprodução e representação reservados. Clique aqui para limitações e restrições ao uso.

Cargueiro russo desacopla da Estação Espacial Internacional

O cargueiro russo Progress M-09M desintegrou-se nesta sexta-feira da Estação Espacial Internacional (ISS) para retirar seus resíduos e participar de uma experiência antes de afundar no Pacífico, informou o Centro de Controle de Voos Espaciais da Rússia (CCVE).

"A nave desintegrou-se do módulo russo Pirs. Nos próximos quatro dias, participará, a pedido dos cientistas, do experimento geofísico 'Radar-Progress'", disse um porta-voz do CCVE. Segundo as agências russas, o cargueiro servirá como objeto de estudo para o radar situado na cidade siberiana de Irkutsk, que utilizará pela terceira vez um Progress para um experimento.

Com ajuda do radar, os cientistas poderão estudar as características, o tamanho e a densidade do plasma que surge como consequência do funcionamento dos propulsores do aparelho. Em 26 de abril, os propulsores do Progress M-09M serão desligados e começarão a descer. Depois disso, o cargueiro será introduzido em águas do oceano Pacífico, a cerca de 3 mil km da Nova Zelândia.

Essa é uma área livre de navegação marítima, onde habitualmente os cargueiros russos são submersos. O Progress M-09M foi lançado em 27 de janeiro a partir da base de Baikonur com 3 toneladas de oxigênio, águas, alimentos, combustível e presentes para os tripulantes da ISS.

EFE
EFE - Agência EFE - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização escrita da Agência EFE S/A.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Atmosfera de Marte teria sido mais densa e contido água, revela estudo

Cientistas americanos descobriram que a atmosfera de Marte pode ter sido mais densa do que é atualmente e contido água em estado líquido, segundo um estudo publicado nesta quinta-feira na revista "Science".

O estudo revela que a atmosfera do planeta vermelho já foi muito mais densa no passado.

Os fragmentos de gelo seco (dióxido de carbono congelado) encontrados na região do polo sul de Marte evidenciaram esse fato.

Os pesquisadores, liderados pelo professor Roger J. Phillips, analisaram as medições do radar do orbitador de reconhecimento da Nasa (Mars Reconnaissance Orbiter) para calcular a profundidade e a densidade dos depósitos de gelo seco.

Estudos prévios tinham sugerido que o polo sul de Marte estava quase completamente formado por água e que o gelo seco só cobria a camada superior.

No entanto, suas medições revelam que poderia haver grandes quantidades de dióxido de carbono atmosférico em pedaços de gelo seco.

Estas novas descobertas apontam para a evidência de que o polo sul abriga 30 vezes mais gelo seco do que se pensava anteriormente.

Os resultados se somam a uma série de estudos realizados recentemente que sugerem que no passado Marte teve uma atmosfera mais densa, cheia de dióxido de carbono e água.

Estes depósitos de gelo seco podem ser cruciais para ajudar os cientistas a entenderem a evolução da atmosfera de Marte.

Os autores do estudo revelam que durante os períodos de alta inclinação polar, a maioria do dióxido de carbono congelado poderia ter derretido e ter sido liberada para a atmosfera.

Quando o eixo de Marte se inclina, seus pólos recebem luz solar suficiente para descongelar qualquer gelo.

O dióxido de carbono liberado teria tornado a atmosfera mais densa, devido à formação de frequentes e intensas tempestades de pó, e teria permitido que a água líquida permanecesse sem ferver em mais regiões da superfície marciana, apontam os pesquisadores.

O Mars Reconnaissance Orbiter gira em torno do planeta vermelho como complemento do trabalho realizado pelos robôs Spirit e Opportunity.

Ele foi lançado em 12 de agosto de 2005 com o objetivo de estudar a distribuição de água e minerais em Marte, assim como suas características geológicas.

EFE
EFE - Agência EFE - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização escrita da Agência EFE S/A.

Papa vai se conectar com a Estação Espacial Internacional

Recentemente, a Nasa emitiu alerta para a possibilidade de um lixo espacial se chocar com a Estação Espacial Internacional. Foto: Getty Images

A Estação Espacial Internacional vai receber dois astronautas italianos na última missão do ônibus espacial Endeavour

O Papa Bento XVI vai se conectar via satélite, no próximo dia 4 de maio, com tripulantes, entre eles dois astronautas italianos, da Estação Espacial Internacional (ISS). A informação foi confirmada nesta quinta-feira pelo jornal do Vaticano, L''Osservatore Romano.

Pela primeira vez a estação espacial contará com austronautas italianos: o coronel Roberto Vittori, que recebeu uma medalha de prata concedida pelo Papa, e o engenheiro Paolo Nespoli.

Eles estarão a bordo do último do Endeavour e penúltimo de um ônibus espacial. O último será o do Atlantis, programado para o final de junho.

O Endeavour será lançado na sexta-feira, 29 de abril, às 16h47 do horário de Brasília, do Centro Espacial Kennedy, em Cabo Canaveral, na Flórida. A missão na ISS terá duração de 14 dias .

A ligação do Papa está prevista para as 12h30, hora de Brasília.

AFP
AFP - Todos os direitos de reprodução e representação reservados. Clique aqui para limitações e restrições ao uso.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Hubble celebra 21 anos com foto de galáxia em forma de rosas

Para celebrar os 21 anos do telescópio espacial Hubble, astrônomos da agência espacial americana (Nasa, na sigla em inglês) resolveram apontar o próprio telescópio para um grupo fotogênico de galáxias interativas chamado Arp 273, localizado na constelação de Andrômeda.

A maior das galáxias em espiral, conhecida com UGC 1810, tem um disco que se parece com o formato de uma rosa, formado pela atração gravitacional da galáxia logo abaixo, a UGC 1813. A imagem divulgada hoje foi tirada em 17 de dezembro de 2010, com três filtros separados que permitem um alcance maior de comprimentos de onda que cobrem o ultravioleta, o azul e porções de vermelho.

O Hubble foi lançado ao espaço em 24 de abril de 1990, a bordo da missão STS-31 da Discovery. "Por 21 anos, o Hublle tem mudado profundamente nossa visão acerca do universo, permitindo-nos olhar profundamente o passado para abrimos nossos olhos e percebermos tudo de majestoso e maravilhoso que nos rodeia", disse Charles Bolden, administrador da Nasa.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Nasa seleciona empresas para desenvolver naves comerciais

A agência espacial americana (Nasa, na sigla em inglês) concedeu mais de US$ 269 milhões a quatro empresas que competem para construir espaçonaves comerciais para levar astronautas à Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês). As informações são da agência Reuters.

O programa visa o desenvolvimento de uma alternativa comercial para o voo de astronautas para a ISS, após a Nasa anunciar o cancelamento das missões espaciais neste ano.

Além de receber fundos do governo, a agência espacial americana espera que as companhias invistam seus próprios recursos no programa. O acordo abrange 14 meses de trabalho.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Nasa seleciona 4 empresas para desenvolver transporte espacial

A Nasa, agência espacial americana, anunciou nesta segunda-feira acordos com quatro empresas que receberão entre US$ 22 milhões e US$ 92 milhões para desenvolver o transporte espacial e elaborar os veículos de lançamento e as naves espaciais do futuro.

As empresas selecionadas foram: Blue Origin (que receberá US$ 22 milhões); Sierra Nevada Corporation (US$ 80 milhões); Space Exploration Technologies Corp. (SpaceX - US$ 75 milhões); e Boeing (US$ 92,3 milhões).

O objetivo é acelerar a disponibilidade dos veículos comerciais de transporte de tripulação e reduzir a lacuna existente na capacidade americana dos voos espaciais tripulados, indicou a agência espacial.

A Nasa pretende aposentar neste ano os dois últimos ônibus espaciais da frota de cinco que durante 30 anos enviou cargas e tripulantes à Estação Espacial Internacional (ISS) - financiada por 16 países.

O problema é que ainda não há um meio de transporte espacial substituto aos ônibus espaciais. Até que as futuras naves sejam elaboradas, a ISS será abastecida pelas naves russas Soyuz e Progress.

"Nos comprometemos a transportar com segurança os astronautas americanos em uma nave de fabricação americana e pôr fim à atribuição deste trabalho a Governos estrangeiros", disse o diretor da Nasa, Charles Bolden.

Ele afirmou em comunicado, divulgado após o anúncio, que esses acordos permitirão à agência espacial concentrar seus recursos na exploração do espaço.

A nova política espacial do Governo americano assumiu a meta de enviar a primeira nave tripulada a um asteroide em 2015 e a Marte em 2030.

"Estamos muito contentes com este anúncio hoje e esperamos ver em breve uma missão de voo comercial ao espaço", assinalou em entrevista coletiva Phil McAlister, diretor interino do departamento de desenvolvimento de voos espaciais comerciais do escritório da Nasa em Washington.

Ed Mango, diretor do programa de tripulação comercial da Nasa no Centro Espacial Kennedy na Flórida, destacou que este "é um grande passo para o avanço do programa espacial americano".

"O próximo veículo de bandeira americana que levar nossos astronautas ao espaço será um fornecedor comercial dos Estados Unidos", ressaltou Mango.

EFE
EFE - Agência EFE - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização escrita da Agência EFE S/A.

Analgésicos perdem potência no espaço, diz pesquisa

Estudo aponta que analgésicos perdem eficiência no espaço. Foto: Getty Images

Perda de eficiência dos analgésicos no espaço é um problema para as missões dos astronautas

Um estudo patrocinado pela agência espacial americana (Nasa) aponta que os analgésicos não tem o efeito esperado para aliviar a dor no espaço. Os resultados da pesquisa representam um problema para os astronautas em voos mais longos ao espaço, como uma viagem à Marte, por exemplo. As informações são do site NewScientist.

Para investigar como a viagem espacial pode afetar a potência dos analgésicos, cientistas do Wyle Engineering Group enviaram quatro kits médicos contendo 35 medicamentos comumente usados pelos astronautas ao espaço e armazenaram quatro kits idênticos em um ambiente controlado na Terra. Os remédios enviados ao espaço retornaram um por vez num intervalo de 28 meses.

No final do estudo, menos de um terço dos medicamentos mantidos no espaço atenderam aos níveis mínimos de ingredientes ativos. Quando mais tempo permaneceram no espaço, pior foi a eficácia dos remédios.

De acordo com os pesquisadores, a causa da perda de eficiência dos medicamentos no espaço pode ser a substituição de sua embalagem original, pois nas missões as drogas são colocadas em pacotes compactados. Aliado a isso, os estudiosos apontam como fator responsável pela degradação dos medicamentos, o alto nível de radiação ionizante no espaço.

domingo, 17 de abril de 2011

Apesar de 'buraco' no Ártico, camada de ozônio está sob controle

Dados divulgados recentemente apontam a diminuição na camada de ozônio no Ártico. Foto: Getty Images

Dados divulgados recentemente apontam a diminuição na camada de ozônio no Ártico

A recente notícia de que a camada de ozônio na região do Ártico chegou a seu nível histórico mais baixo deixou cientistas surpresos, já que normalmente é a Antártida que sofre mais com o chamado "buraco" da ozonosfera. Apesar do alerta mundial com a notícia, o diretor associado do Centro de Pesquisas Meteorológicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Hilton Silveira Pinto, afirma que a variabilidade da camada de ozônio é muito baixa no seu total e, por estar presente no mundo inteiro, não há motivo para alarde.

"O medo do povo é que esse buraco vá abrindo cada vez mais, porque a camada de ozônio estaria sendo destruída, o que não é verdade. E não é porque o buraco é maior ou menor em uma região que isso vai interferir na incidência de radiação em outras partes", explica Pinto.

Um estudo lançado no início deste mês pelo Centro Nacional de Pesquisas Científicas francês (CNRS) mostrou que, no final de março, a redução da camada que protege a Terra dos raios ultravioleta foi de 40% no Polo Norte. O motivo desta degradação seria "um inverno estratosférico muito frio e persistente", que conduziu a uma grande e prolongada destruição de ozônio até a primavera do hemisfério norte.

"A camada de ozônio não é estável. Ela é instável, ou seja, quando aparece o sol, que tem radiação ultravioleta, ela se forma para barrar isso. Então, à noite, o ozônio praticamente inexiste, porque não há sol", explica Pinto. "Normalmente, no Polo Sul, na Antártida, é que você vê a formação do que as pessoas chamam de 'buraco'. Mas isso sempre existiu e sempre vai existir. E também o tamanho da superfície total desse 'buraco' varia de acordo com o tempo, quando você tem mais ou menos sol", diz o especialista.

"O interessante é que, como a Terra gira, ela forma um vórtex. Quando a gente abre um ralo de pia, a gente vê a água girando. Imagine isso na atmosfera, só que em escala muito maior. Esse tipo de vórtex que ela faz também contribui com o buraco de ozônio", afirma o professor da Unicamp.

Silveira Pinto explica que, na década de 1980, a presença de clorofluorcarbonos (CFC) em sprays e refrigeradores foi apontada como uma das grandes causadoras do "buraco" na camada de ozônio. Conforme ele, o CFC substituía um átomo de carbono na atmosfera. "Desta forma, ele fazia com que o oxigênio se transformasse não mais em ozônio, mas num composto com cloro. E supostamente isso iria consumir o ozônio, haveria uma diminuição pela formação de um derivado. Mas isso foi suspenso e CFCs não são mais fabricados, de forma que não existe esse perigo de diminuição da camada de ozônio. Hoje em dia ela é considerada totalmente estável", afirma o especialista.

A assinatura do Protocolo de Montréal, que entrou em vigor em 1º de janeiro de 1989, firmou o compromisso de diversos países na substituição das substâncias que estariam reagindo com o ozônio na parte superior da estratosfera. Devido à grande adesão mundial, o secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, chegou a comentar que o termo seria possivelmente o mais bem sucedido acordo internacional de todos os tempos.

"Por todas estas razões, não existe, comprovadamente, perigo de que um 'buraco' na camada de ozônio venha a causar problemas sérios, pelo menos nos próximos anos", completou o professor da Unicamp.

Importância da camada de ozônio
A ozonosfera é uma camada de gases atmosféricos que fica concentrada entre 16 e 30 km de altitude, formada principalmente por ozônio e que possui 20 km de espessura. Conforme explicação do professor, as moléculas ozônio se formam quando três átomos de oxigênio se agrupam, formando uma camada fundamental para a vida na Terra, à medida que controla a incidência de radiação ultravioleta na superfície do planeta.

"Basicamente, na atmosfera, ela é o filtro que deixa passar um certo tipo de ultravioleta. Temos 3 tipos: A, B e C. E ela permite a entrada daqueles que não são prejudiciais. O ultravioleta A, por exemplo, é importante para o ser vivo. Já o C, ela bloqueia totalmente. O tipo B é bloqueado parcialmente pela camada de ozônio, e é ele que causa câncer de pele e problemas nas vistas das pessoas. Por isso, é fundamental que o ultravioleta B seja bloqueado", diz o professor.

Ele lembra, no entanto, que enquanto alguns locais têm pouco ozônio, outros tem quantidades em excesso. Em 12 de abril, o Departamento de Monitoramento de Qualidade Ambiental de Tulsa, nos Estados Unidos, lançou um alerta avisando que os níveis de concentração de ozônio na região poderiam ser prejudiciais a grupos sensíveis, como idosos, bebês e pessoas que sofrem de asma.

"O ozônio pode ser benéfico, e inclusive é utilizado naqueles filtros para purificar água. Até certo nível, ele é anti-bactericida. Mas passou de um certo nível, ele passa a ser danoso. No entanto, isso é circunstancial e temporário. Na superfície da Terra, o ozônio é formado e destruído em sequência. Por exemplo, se você tiver uma tempestade, cada raio que cai forma ozônio, então isso aumenta os níveis. Veículos andando em locais urbanos também fazem aumentar o teor de ozônio. Mas como ele é instável, ele se transforma em oxigênio logo em seguida", diz o professor da Unicamp.

sábado, 16 de abril de 2011

Lixo espacial ameaça satélites e não tem solução imediata

Recentemente, a Nasa emitiu alerta para a possibilidade de um lixo espacial se chocar com a Estação Espacial Internacional. Foto: Getty Images

Recentemente, a Nasa emitiu alerta para a possibilidade de um lixo espacial se chocar com a Estação Espacial Internacional

Recentemente, a agência espacial americana (Nasa) anunciou um código "vermelho" de segurança pelo risco de fragmentos de lixo espacial chocarem-se com a Estação Espacial Internacional (ISS) - pediu que os três tripulantes da estação estivessem prontos para se refugiar na nave Soyuz. O choque acabou não acontecendo, mas reacendeu uma questão complicada e, aparentemente, sem solução.

O número de objetos soltos no espaço e considerados "lixo" cresce sem parar a cada ano e preocupa as agências espaciais pelos problemas que pode causar às missões e ao funcionamento dos sistemas de telecomunicações. Enquanto hoje existem cerca de 900 satélites ativos orbitando a Terra, outros 19 mil objetos maiores do que 10 cm são considerados lixo espacial.

Estes materiais são suficientemente grandes para serem catalogados pelas agências espaciais e monitorados, permitindo que satélites possam desviar suas rotas em caso de perigo de colisão. Mas o que preocupa mesmo os cientistas são os objetos menores, que não podem ser evitados.

"A situação não é nada confortável. Existe uma listagem de objetos visíveis, fora os milhões de objetos maiores que 1 mm de diâmetro. É uma quantidade significativa de material abandonado pelo homem orbitando o nosso planeta sem utilidade alguma", diz o físico do Laboratório de Astronomia da Pontífica Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), Marcelo Emilio Bruckmann.

"Existe toda sorte de objetos: satélites desativados, estágios de foguetes lançadores, ferramentas utilizadas em missões ou até mesmo objetos pertencentes aos próprios astronautas", diz Bruckmann. "Depois do lançamento do Sputink, em 1957, o espaço não foi mais o mesmo. O detrito mais antigo que se tem registro é um satélite lançado em 1958 e desativado 6 anos depois, ou seja, temos lixo espacial com idade de 53 anos", completa.

Segundo o físico, a possibilidade de uma pessoa ser atingida por um pedaço de satélite existe, mas é insignificante. "A probabilidade da queda de um detrito no solo é de um terço em relação à superfície total do planeta Terra. Temos que levar em consideração a chance de a queda ocorrer numa área remota e não podemos esquecer a proteção de nossa atmosfera: o detrito provavelmente irá se fragmentar na reentrada, podendo, inclusive, 'evaporar'".

Telecomunicações
Para Bruckmann, o maior problema encontra-se num possível dano gerado por um detrito espacial num satélite em funcionamento. "Apesar dos reduzidos tamanhos, não podemos esquecer que esses fragmentos orbitam em altíssimas velocidades. Imagine as consequências ocasionadas com a falha de um satélite de comunicação? Como ficaria nossa internet, ou até mesmo o celular?", questiona o físico.

Ele lembra que problemas em missões espaciais já foram evitados a partir do desvio de trajetória como decorrência da presença de detritos, "mas com o acúmulo de lixo espacial, essas manobras seriam cada vez mais necessárias, dificultando a operacionalidade das missões", diz.

Mas então, o que fazer? Muitas organizações já sugeriram formas de minimizar os detritos, como reduzir o número de objetos que são deliberadamente deixados no espaço, como tampas de lentes, ou até mesmo retirando satélites que não estão mais em uso, colocando-os nas chamadas "órbitas-cemitério". Esta última solução não seria eficaz, segundo o físico do Laboratório de Astronomia da PUCRS .

"Nesse tipo de solução, recaímos no critério custo/benefício. A mesma missão que seria responsável pela colocação do detrito numa órbita não comercial poderia proporcionar uma solução mais definitiva", opina o especialista.

Ele diz que uma ampla discussão sobre os objetivos dos programas espaciais e sobre a responsabilidade direta dos objetos colocados em órbita ajudariam a reduzir os resíduos.

"Podemos pensar da seguinte forma: se o objeto foi colocado ele pode ser retirado. Entretanto, esbarramos no custo operacional de tal manobra. Algumas propostas já foram colocadas em prática, mas há muito que limpar", diz.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Estudo da ESA liga formação de estrelas a explosões sônicas

O comprimento de cada filamento indica que eles poderiam ser resultado de explosões sônicas interestelares. Foto: ESA/Divulgação

O comprimento de cada filamento indica que eles poderiam ser resultado de explosões sônicas interestelares

Um estudo divulgado nesta sexta-feira pela Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês) revelou que nuvens interestelares contêm emaranhados de filamentos de gás. Os pesquisadores também sugerem que estes filamentos podem ser causados pelo rompimento da barreira do som quando as estrelas explodem. Ou seja, o estudo propõe que a formação de novas estrelas está ligada a explosões sônicas.

Foi observado que cada filamento é aproximadamente da mesma largura, indicando que eles poderiam ser resultado de explosões sônicas interestelares ao longo de nossa galáxia. "Esta é uma grande surpresa", disse Doris Arzoumanian, uma das autoras do estudo.

Comparando as observações com modelos de computador, os astrônomos concluíram que os filamentos são provavelmente formados quando uma onda de choque se dissipa nas nuvens interestelares. Tais ondas de choque são supersônicas e resultantes da grande quantidade de energia injetada no espaço interestelar pela explosão de estrelas.

A explosão de estrelas forma nebulosas, e, a partir das nebulosas - que são formadas por gases e poeira -, são formadas novas estrelas e novos planetas.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Observatório divulga imagem "ardente" de nebulosa

A nebulosa NGC 3582 faz parte uma região formadora de estrelas da Via Láctea, chamada RCW 57. Foto: ESO/Divulgação

A nebulosa NGC 3582 faz parte uma região formadora de estrelas da Via Láctea, chamada RCW 57

O Observatório Europeu do Sul (ESO, na sigla em inglês) divulgou nesta quarta-feira uma imagem que mostra a nebulosa NGC 3582 com laços de gás semelhantes a proeminências solares. Acredita-se que os laços de gás tenham sido lançados por estrelas moribundas. Porém, novas estrelas estão nascendo neste berçário estelar. Estas, por sua vez, emitem intensa radiação ultravioleta que faz o gás brilhar na nebulosa, produzindo a vista ¿ardente¿ mostra na imagem.

A nebulosa NGC 3582 faz parte uma região formadora de estrelas da Via Láctea, chamada RCW 57. Ela situa-se perto do centro da Via Láctea, na Constelação de Carina, conhecida como "a Quilha". Algumas estrelas formadas nesta região são muito mais pesadas que o Sol. Estas grandes estrelas emitem energia a taxas prodigiosas e têm uma vida muito curta, que findam em explosões de supernovas.

A imagem divulgada foi feita com múltiplos filtros. Dados obtidos com filtro vermelho são mostrado em verde e vermelho e dados obtidos com um filtro que isola o brilho vermelho característico do hidrogênio são mostrados também em vermelho.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Cápsula espacial da época de Gagarin é leiloada por US$ 2,8 mi

A última nave soviética lançada ao espaço pouco antes do cosmonauta Yuri Gagarin se transformar no primeiro homem a realizar uma viagem espacial foi vendida nesta terça-feira por US$ 2.882.500 em um leilão organizado pela casa Sotheby''s em Nova York.

A cápsula Vostok 3KA-2, idêntica à utilizada por Gagarin há exatos 50 anos, foi enviada ao espaço três semanas antes do cosmonauta entrar para a História. O objeto estava avaliado entre US$ 2 milhões e US$ 10 milhões.

A nave esférica partiu no dia 25 de março de 1961, com um boneco de formato humano e um cachorro chamado Zvezdochka (Estrelinha) a bordo. Ficou em órbita por 115 minutos antes de voltar à Terra.

Gagarin se tornou o primeiro ser humano no espaço no dia 12 de abril de 1961, quando deu uma volta pela Terra a bordo da Vostok 3KA-3, batizada depois como Vostok 1.

EFE
EFE - Agência EFE - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização escrita da Agência EFE S/A.

ONU celebra cinquentenário da expedição de Yuri Gagarin ao espaço

A ONU homenageou nesta terça-feira a façanha do cosmonauta soviético Yuri Gagarin, que há exatos 50 anos se transformou no primeiro homem a viajar ao espaço, com a celebração do Dia Internacional dos Voos Espaciais Tripulados.

"O voo de Yuri Gagarin é uma inspiração que encarna a busca da excelência, uma inspiração que motiva as chamas da paixão em perseguir um sonho, especialmente entre os mais jovens", disse nesta terça-feira a astrofísica Mazlan Othman, diretora-geral do Escritório das Nações Unidas sobre Espaço Exterior (Unoosa).

Othman destacou assim o valor da proeza de Gagarin em sua mensagem por ocasião da celebração do 50º aniversário da primeira viagem tripulada ao espaço e da primeira edição do Dia Internacional dos Voos Espaciais Tripulados, criado na semana passada pelas Nações Unidas.

Os membros da Assembleia Geral aprovaram no último 7 uma resolução apresentada pela Rússia que adota o dia 12 de abril para comemorar a data em que um ser humano foi ao espaço pela primeira vez.

A ONU uniu-se assim às celebrações em diversas partes do mundo para comemorar o dia 12 de abril de 1961, quando Yuri Gagarin realizou o primeiro voo espacial tripulado, a bordo da nave Vostok 1, que deu uma volta completa à Terra a 315 quilômetros de altura, em 108 minutos.

EFE
EFE - Agência EFE - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização escrita da Agência EFE S/A.

Cápsula espacial da época de Gagarin é leiloada por US$ 2,8 mi

A cápsula Vostok levou Yuri Gagarin ao espaço em abril de 1961. Foto: AFP

A cápsula Vostok levou Yuri Gagarin ao espaço em abril de 1961

Uma cápsula espacial soviética da época da primeira viagem realizada por um ser humano, Yuri Gagarin há 50 anos, foi leiloada nesta terça-feira por US$ 2,8 milhões pela Casa Sotheby's em Nova York, nos Estados Unidos.

A nave esférica Vostok 3KA-2 é semelhante à que foi usada por Gagarin e seu valor foi estimado entre US$ 2 e US$ 10 milhões. De pequenas dimensões, saiu ao espaço no dia 25 de março de 1961 com um boneco de forma humana e um cachorro chamado Zvezdochka (Estrelinha).

A cápsula completou uma órbita e regressou sem problemas à Terra, de paraquedas. O voo foi o último teste, antes da façanha histórica de Gagarin.

Celebrações dos 50 anos do homem no espaço
Vários cosmonautas legendários, entre eles um veterano da missão americana Apolo e a primeira mulher a viajar ao espaço, foram recebidos nesta terça-feira pelo presidente russo no Kremlin, junto com a viúva de Gagarin, para celebrar o 50º aniversário do primeiro voo espacial.

Em 12 de abril de 1961 Yuri Gagarin decolou do cosmódromo de Baikonur (Cazaquistão) a bordo de um foguete Vostok depois de pronunciar um "Vamos!" que entrou para a história. Seu voo ao redor da Terra durou 108 minutos.

Este primeiro voo espacial de um ser humano "foi um acontecimento absolutamente revolucionário, extremamente simbólico. Foi um imenso êxito do setor espacial soviético, e uma passagem entre o 'antes' e o 'depois'", disse o presidente russo Dmitri Medvedev em uma entrevista ao canal chinês CCTV.

Durante a cerimônia transmitida ao vivo pelo canal de informação russo Vesti, o presidente russo confessou que, quando menino, "imaginava-se mais como astronauta do que como presidente" da Rússia. A viúva de Yuri Gagarin, Valentina, estava na primeira fila. As duas filhas do casal, Galina e Elena, também estavam presentes. Elena foi nomeada há alguns anos por Vladimir Putin diretora dos museus do Kremlin.

Cerca de 500 atos foram organizados em 72 países do mundo para celebrar este aniversário, segundo o portal http://yurisnight.net. O grupo americano Google elegeu o voo de Gagarin como logotipo do dia.

AFP
AFP - Todos os direitos de reprodução e representação reservados. Clique aqui para limitações e restrições ao uso.

Nasa anuncia museus que exibirão ônibus espaciais

Trinta anos após o primeiro voo do programa de ônibus espaciais americano, a Nasa anunciou nesta terça-feira o local onde as naves aposentadas ficarão expostas ao público.

O Discovery, o mais antigo ônibus espacial da frota, será exibido no Steven F. Udvar Hazy Center, uma ala do Museu Aeroespacial do Smithsonian Institution, na Virgínia, informou o chefe da NASA, Charles Bolden.

O Atlantis, que tem seu voo final marcado para junho, antes do programa espacial americano encerrar esse capítulo de sua história, ficará no Centro Espacial Kennedy.

O Endeavour, que realiza seu último voo em abril, terá como lar o California Science Center, em Los Angeles.

Já o protótipo Enterprise, que nunca chegou a voar, ficará em Nova York, onde será exibido no porta-aviões ancorado em Manhattan, no Museu Espacial do USS Intrepid.

"Cada ônibus tem histórias para serem contadas, histórias para serem compartilhadas", afirmou Bolden.

A questão sobre onde o ônibus seriam exibidos provocou uma série de especulações, enquanto especialistas antecipavam um aumento no tráfego de turistas ávidos para olhar de perto as naves.

O Enterprise, que nunca levou astronautas em órbita, está atualmente em exibição no Centro Udvar Hazy.

A Nasa também planeja uma cerimônia para homenagear o Columbia, que se tornou o primeiro ônibus espacial a voar no espaço, em 12 de abril de 1981. O voo de dois dias foi realizado para testar a capacidade do ônibus de levar astronautas - neste caso, dois americanos - em órbita e voltar com segurança.

O ônibus espacial Columbia se desintegrou em seu retorno à Terra em 2003, matando os sete astronautas a bordo.

O outro membro original da frota de cinco naves, o ônibus espacial Challenger, explodiu 73 segundos após a decolagem, em 1986. Todos os sete astronautas morreram, incluindo Christa McAuliffe, que seria a primeira professora a viajar ao espaço.

AFP
AFP - Todos os direitos de reprodução e representação reservados. Clique aqui para limitações e restrições ao uso.

Estudo: galáxias teriam se formado "pouco depois" do Big Bang

Galáxias no centro da imagem deram embasamento ao estudo. As galáxias ao redor funcionam como uma espécie de lupa. Foto: Nasa/ESA/Hubble/AFP

Galáxias no centro da imagem deram embasamento ao estudo. As galáxias ao redor funcionam como uma espécie de "lupa"

Uma equipe de astrônomos anunciou nesta terça-feira que o resultado de um novo estudo os leva a acreditar que as primeiras galáxias foram formadas apenas 200 milhões de anos depois do Big Bang, o que desafia o conhecimento atual sobre como o Universo evoluiu em seus primeiros tempos.

As evidências coletadas para este estudo vieram de uma galáxia remota, cujo brilho enfraquecido revelou a presença de estrelas muito antigas. "Descobrimos uma galáxia distante que começou a formar estrelas apenas 200 milhões de anos depois do Big Bang", indicou Johan Richar, principal autor do trabalho, astrofísico do Observatório de Lyon, no sul da França.

"Isso desafia as teorias sobre quão cedo as galáxias se formaram e evoluíram nos primeiros anos do Universo. Pode até ajudar a resolver o mistério de como a névoa de hidrogênio que se espalhava por todo o Universo no começo foi dissipada", explicou.

A mais antiga galáxia detectada e confirmada até hoje pelos cientistas foi criada há cerca de 480 milhões de anos após o Big Bang. Sob todos os aspectos, esta nova descoberta parece representar um recorde.

Entretanto, ainda não se pode afirmar isto, porque a descoberta foi feita indiretamente, e não por observação direta, disse Richar. A equipe do astrofísico utilizou uma técnica chamada de lente gravitacional, o que significa que a luz da galáxia foi observada pelos telescópios orbitais Hubble e Spitzer depois de ter sido amplificada pelo empuxo gravitacional de uma segunda galáxia - que, por arte do acaso, está situada em uma linha reta em relação à Terra.

Sem esta amplificação gravitacional, a luz desta galáxia distante, extremamente fraca, seria indetectável. Utilizando o telescópio de espectroscopia nuclear Keck II, situado no Havaí, para analisar a luz, os astrônomos descobriram que o espectro vermelho da galáxia - característica que denuncia sua idade - indicava 6.027.

Traduzindo para termos leigos, isto significa que a luz observada hoje pelos cientistas na Terra foi emitida quando o Universo tinha 950 milhões de anos. A título de comparação, a mais antiga galáxia descoberta até hoje, em janeiro deste ano, apresentava um espectro vermelho de 10.3.

Entretanto, escondidos na montanha de dados infravermelhos coletados pelo Spitzer estavam sinais de que muitas estrelas da galáxia eram surpreendentemente antigas, e seu brilho, relativamente fraco.

"Isso nos mostrou que a galáxia era composta de estrelas com quase 750 milhões de anos de idade - indicando a época de sua formação em aproximadamente 200 milhões de anos depois do Big Bang, muito mais cedo do que imaginávamos", ressaltou Eiichi Egami, da Universidade do Arizona.

De acordo com a teoria do Big Bang, o Universo se originou de uma explosão há cerca de 13,7 bilhões de anos, e então começou a se expandir.

Depois que o recém-nascido cosmos esfriou um pouco, elétrons e prótons se uniram para formar o hidrogênio, o mais primitivo dos elementos químicos, e, durante centenas de milhões de anos, este gás preencheu o Universo.

Como esta névoa de hidrogênio finalmente se dissipou é um dos maiores mistérios da Astronomia. Uma das hipóteses é que a radiação emitida pelas galáxias tenha ionizado o gás. Mas isto seria impossível, já que certamente não havia galáxias suficientes para que isto acontecesse.

A resposta, na verdade, pode ser simples, segundo Jean-Paul Kneib, astrofísico do Centro Nacional Francês para a Pesquisa Científica (CNRS), em Marselha.

"Parece provável ter havido, de fato, mais galáxias nos primórdios do Universo do que estimávamos - o problema é que muitas galáxias estão velhas e fracas, como esta que acabamos de descobrir", explicou o cientista em uma nota à imprensa.

"Se este exército invisível de galáxias velhas e de luz fraca realmente existe, elas podem ter providenciado a radiação necessária que tornou o Universo penetrável à luz ultravioleta", concluiu.

AFP
AFP - Todos os direitos de reprodução e representação reservados. Clique aqui para limitações e restrições ao uso.