sexta-feira, 22 de maio de 2009

Mau tempo adia aterrissagem do Atlantis para sábado

O comandante do ônibus espacial, Scott Altman, aguarda orientação da Nasa para retornar à Terra
O comandante do ônibus espacial, Scott Altman, aguarda orientação da Nasa para retornar à Terra


As más condições meteorológicas no estado americano da Flórida provocaram o adiamento em um dia do retorno do ônibus espacial Atlantis, cuja missão de 11 dias para reparos no telescópio espacial Hubble terminaria hoje. O diretor da missão no Centro Espacial Kennedy, Greg Johnson, explicou ao seu comandante, Scott Altman, que as tempestades elétricas na Flórida, somadas às nuvens baixas sobre a pista de pouso e às chuvas, tornaram "impossível" o pouso da nave.

Altman recebeu a notícia com bom humor e assegurou que, uma vez cumprida a missão, a tripulação "aproveitaria a vista". O Atlantis tentará aterrissar novamente na Flórida amanhã às 9h16 locais, (10h16 de Brasília), mas há a possibilidade de que a nave desça na base aérea de Edwards, na Califórnia.

A Nasa (agência espacial americana) prefere evitar esta última opção, já que o transporte da nave da Califórnia, na costa oeste, para a Flórida, do outro lado dos Estados Unidos, custaria US$ 1,8 milhão. Caso as más condições do tempo persistam, há opções para pousar nos estados da Flórida, Califórnia e Novo México.

Desta foram, os sete astronautas passarão um dia a mais do que o previsto nesta viagem que começou no último dia 11 com a missão de consertar o telescópio espacial Hubble, que durante anos proporcionou as imagens mais incríveis do espaço. A Nasa tinha previsto duas tentativas de aterrissagem para hoje, a primeira às 11h e a segunda, às 12h39 (horários de Brasília).

Em sua missão, a tripulação do Atlantis realizou cinco caminhadas espaciais, durante as quais reparou e acrescentou peças novas para melhorar o funcionamento do telescópio, posto em órbita pela nave Discovery há 19 anos. O Hubble conta agora com um espectrógrafo para observar a luz emitida por quasares extremamente afastados da Terra, para ver como a iluminação muda na medida em que atravessa os gases entre galáxias distantes.

Isto permitirá que os cientistas saibam qual a composição desses gases, como mudaram ao longo dos tempos e de que forma afetam as galáxias. Já uma nova câmera instalada no Hubble permitirá o registro de imagens de grande escala, extremamente claras e detalhadas dentro de uma gama muito ampla de cores. O novo equipamento permitirá que o telescópio continue explorando as profundezas do espaço durante mais cinco anos e que acrescente mais voltas em torno da Terra além das mais de 97 mil que já completou.

Esta foi a última missão deste tipo do Hubble, já que a Nasa suspenderá no ano que vem as atividades de sua frota de naves lançada em 1981, em cuja história, além de sucessos, também há o registro de duas naves destruídas e 14 astronautas mortos. Embora o conserto do telescópio tenha chegado ao fim com sucesso, a viagem do Atlantis não ficou livre de contratempos.

A nave sofreu danos aparentemente leves em sua cobertura térmica durante a decolagem, o que fez lembrar o acidente sofrido pelo ônibus espacial Columbia em 1º de fevereiro de 2003, que se desintegrou ao entrar na atmosfera, matando seus sete tripulantes. No entanto, no caso do Atlantis, os diretores da missão aprovaram o estado do sistema de proteção térmica após uma inspeção de dez horas realizada pela tripulação, ao considerar que o arranhão detectado na cobertura "não representa uma preocupação".

A Nasa considerou este quinto e último conserto do Hubble como uma missão de alto risco. Os astronautas também tiveram que fazer uma caminhada espacial a mais do que as quatro previstas inicialmente, ao encontrar mais problemas do que os esperados para reparar um espectrógrafo. A missão foi seguida com atenção pelo presidente americano, Barack Obama, que transmitiu suas felicitações ao comandante Scott Altman em uma teleconferência.

"Estou orgulhoso do que alcançaram. Esta missão de reparação no espaço proporcionou um exemplo maravilhoso da dedicação e do compromisso" dos EUA com a exploração espacial, disse Obama.

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