sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Jornal é criticado por estudo sobre previsão do futuro

Um dos mais renomados jornais especializados em psicologia recebeu críticas após aceitar publicar um estudo que afirma ter evidências da capacidade de ver eventos que ainda não aconteceram. As informações são do site da revista New Scientist.

Psicólogos que tiveram acesso a uma versão do Journal of Personality and Social Psychology antes da publicação oficial dizem não ter visto nenhuma grande mudança de visão proporcionada pelo estudo. "Minha visão pessoal é que isso (a previsão do futuro) é ridículo e não pode ser verdade", diz o pesquisador Joachim Krueger, da Universidade Brown, nos Estados Unidos.

O estudo
Segundo o site, o psicólogo Daryl Bem, da Universidade de Cornell, também nos Estados Unidos, levou oito anos para concluir a pesquisa. O artigo descreve uma série de experimentos que envolveram mais de mil estudantes voluntários.

Em um deles, foi mostrada aos estudantes uma lista de palavras e depois foi pedido para que eles as recordassem. Em um segundo momento, foi pedido para que eles escrevessem palavras que eram selecionadas aleatoriamente da mesma lista. Estranhamente, as que foram mais lembradas eram também as últimas a serem digitadas.

Em outro experimento, os participantes foram avisados de que uma foto erótica seria exibida em uma tela e eles deveriam prever qual era a posição em que a foto apareceria. Segundo o estudo, os participantes acertaram em 53,1% das tentativas.

Defensores da pesquisa, como a psicóloga Melissa Burkley, da Universidade do Estado de Oklahoma, dizem que o pequeno índice de acertos deve ser levado em conta, já que outros estudos mais aceitos, como o que diz que moderadas doses de aspirina previnem ataques do coração, são baseados também em índices de acerto pouco acima dos 50 pontos percentuais.

O professor Charles Judd, da Universidade do Colorado, responsável pela seção onde será publicado o artigo, defende o estudo e diz que ele passou por uma série de revisões de alguns dos principais pesquisadores do jornal, e todos recomendaram a publicação - com alterações no texto.

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