terça-feira, 24 de julho de 2012

Satélites detectam derretimento recorde na superfície da Groenlândia

A imagem divulgada pela Nasa compara imagens dos satélites de 8 (E) e 12 de julho. Na área em branco, não houve derretimento; o rosa claro representa .... Foto: Nasa/Divulgação

A imagem divulgada pela Nasa compara imagens dos satélites de 8 (E) e 12 de julho. Na área em branco, não houve derretimento; o rosa claro representa locais em que pelo menos um satélite apontou derretimento; nas áreas em rosa escuro, foi detectado derretimento por pelo menos dois satélites; os locais em cinza claro não apresentam gelo ou neve; e os em cinza escuro não possuem informações
Foto: Nasa/Divulgação


A cobertura de gelo da superfície da Groenlândia derreteu este mês em uma área superior à detectada em mais de 30 anos de observações de satélite, informou a Nasa nesta terça-feira. Segundo medições de três satélites diferentes analisadas por cientistas acadêmicos e da agência espacial americana, calcula-se que 97% da cobertura de gelo derreteram em algum ponto em meados de julho, reportou a fonte em um comunicado.

"Isto foi tão extraordinário que a princípio questionei o resultado: seria real ou teria sido um erro nos dados?", disse Son Nghiem, da Nasa. O especialista lembrou ter notado que grande parte da superfície congelada da Groenlândia parecia ter derretido em 12 de julho, ao analisar dados do satélite Oceansat-2, da Organização de Pesquisas Espaciais Indiana.

Resultados de outros satélites confirmaram estas descobertas. Mapas do degelo demonstraram que em 8 de julho cerca de 40% da superfície congelada tinham derretido, uma área que aumentou para 97% quatro dias depois.

A notícia é divulgada dias depois de imagens de satélite da Nasa mostrarem que um enorme iceberg com o dobro do tamanho da ilha de Manhattan se soltou de uma geleira na Groenlândia.

Segundo a Nasa, no verão, cerca da metade da cobertura de gelo da Groenlândia derrete naturalmente. Normalmente, a maior parte desse gelo derretido volta a congelar rapidamente em altitudes mais elevadas, enquanto em áreas costeiras parte dele é retida pela cobertura de gelo, enquanto o resto vai para o oceano. "Mas este ano, a extensão do derretimento na/ou perto da superfície aumentou dramaticamente", acrescentou a agência.

Cientistas ainda precisam determinar se o degelo, que coincidiu com uma pouco habitual forte onda de ar quente sobre a Groenlândia, contribuirá com a elevação no nível do mar.

AFP
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