quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Revista escolhe "máquina quântica" como maior descoberta de 2010

A criação do primeiro ponto entre o universo quântico do infinitamente pequeno e o mundo visível, por uma equipe de físicos americanos, foi considerada a descoberta científica mais significativa de 2010 pela revista americana Science.

O assunto foi revelado, em março, pela revista britânica Nature. Foi a primeira vez que cientistas demonstraram que os efeitos da mecânica quântica poderiam ser aplicados a um objeto visível, escreveu a Science.

Ao contrário do mundo visível, o universo quântico vê os átomos responderem a regras imprevisíveis. Assim, segundo as leis de Newton, no mundo visível, uma maçã cairá sempre da árvore no chão. Mas, os físicos Andrew Cleland e John Martinis, da Universidade da Califórnia, conseguiram, com sua máquina, demonstrar que o mundo visível poderia também sujeitar-se à mecânica quântica, abrindo caminho a aplicações potencialmente revolucionárias.

Os cientistas puderam obter um efeito quântico num pedaço de metal grosso o bastante para ser observado a olho nu formado de uma camada de nitreto de alumínio entre duas camadas de alumínio puro.

Na sua experiência, os pesquisadores americanos puderam, com a ajuda de um microcircuito elétrico supercondutor, que não oferece nenhuma resistência a temperatura muito baixa, fazer que sua máquina oscilasse e não ao mesmo tempo, num "estado superposto" do universo quântico no mundo do visível.

Esta "primeira máquina quântica" de 30 mícrons de comprimento (um mícron equivale a um milionèsimo de milímetro) é formada por materiais semicondutores que permitem tentar criar estados ditos "superpostos" comuns no universo quântico, sem recorrer a temperaturas tão baixas que são quase impossíveis de se obter, na prática.

Este estado aparentemente contraditório se produz simultaneamente. No universo quântico, o eixo de rotação de uma molécula pode também ser orientado em duas direções diferentes ao mesmo tempo.

AFP
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