quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Nasa: perda de cargueiro russo não afetará Estação Espacial

A Nasa (agência espacial americana) nega que a perda de Progress, nave de carga russa que caiu logo após seu lançamento nesta quarta-feira com 2,9 t de comida, afete a tripulação da Estação Espacial Internacional (ISS).

A nave não tripulada partiu da base de Baikonur, mas não alcançou a órbita correta, caindo assim na região russa de Áltai. Mike Suffredini, diretor do projeto da Estação, disse em entrevista coletiva que estão avaliando os possíveis cenários para os próximos lançamentos mas que não estão preocupados, já que a estação está em boa condição logística.

Em julho, a ISS recebeu a visita da nave americana Atlantis que, em sua última missão antes ser desativada, levou mais de 4 t de provisões e equipamentos, sendo mais de 1 t de alimentos.

"Infelizmente, 325 segundos depois (cerca de 5 minutos), o motor parou por um avaria e o centro de controle russo deixou de receber sinal", explicou Suffredini. O americano ressaltou que esta é a primeira vez que se registra uma falha nos motores do foguete Soyuz-U.

A Rússia extraviou na semana passada o satélite de telecomunicações Express-AM4, de quase 6 t, e anteriormente um satélite militar geodésico depois que o aparelho entrou em órbita elíptica e não circular, como previsto.

A ISS é um projeto internacional no qual participam 16 países e, após o acidente, as agências espaciais terão que reestruturar a logística do laboratório orbital, no qual atualmente vivem seis tripulantes, assim como as próximas viagens agendadas.

O lançamento de uma Soyuz com três astronautas, incluindo um americano a bordo está previsto para 21 de setembro, mas a investigação aberta depois do acidente "poderia ter implicações para o lançamento da nave", disse Suffredini.

A Nasa está estudando diferentes cenários e o especialista apontou inclusive a possibilidade de reduzir as quantidades de comida dos astronautas caso tivessem dificuldade para transportar as provisões. No entanto, insistiu que isso é pouco provável depois da carga levada por Atlantis em julho.

Além disso, se espera que a rotação da tripulação continue com seu ritmo habitual com as próximas Soyuz, embora pudessem estender temporariamente o período de estada dos seis astronautas, caso que tenham que ajustar as próximas missões.

Após a retirada das naves, de 30 anos de serviço, os Estados Unidos ficaram sem um veículo próprio para viajar à ISS e dependendo das naves russas, que realizam várias viagens por ano para levar oxigênio, combustível, alimentos e diversos equipamentos.

Enquanto isso, nos EUA começou a corrida espacial privada e 10 empresas disputam para ser a primeira a desenvolver um veículo alternativo privado. Uma delas é SpaceX, cuja cápsula Dragon, deve fazer um voo de demonstração em novembro, com uma carga de 800 quilos, segundo lembrou Suffredini. "Nosso desejo é ter um veículo de carga americano o mais rápido possível, após a retirada das naves".

EFE
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