O casal, que está casado há cerca de quatro semanas - e ainda não planejou uma lua de mel -, sabia do experimento antes da cerimônia, mas o noivo decidiu seguir em frente com a troca de alianças como sinal de "comprometimento". O astronauta de 38 anos será trancado na semana que vem em uma cápsula de aço com cerca de 300 m², sem janelas, com os companheiros que foram escolhidos para desempenhar uma série de tarefas necessárias a uma missão real.
O experimento da Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês) é chamado de Mars500 e é dividido em três fases: 250 dias que simulam a viagem de ida ao planeta vermelho; 30 dias em sua superfície; 240 dias para o retorno.
A porta será aberta apenas após os 520 dias de experimento, ou seja, tudo que eles precisarão para sobreviver dentro da cápsula será colocado antes de a porta fechar. Durante o tempo de isolamento, os membros da tripulação - três russos, um chinês, um francês e um italiano - experimentarão praticamente todas as condições da viagem, com exceção da radiação e da baixa gravidade.
A separação
O astronauta diz que será difícil viver o início da vida de casado longe da mulher, ainda mais por um período tão longo. Ele destaca entre as dificuldades a falta de comunicação com a mulher e a falta de sexo. Contudo, o russo diz que a maior dificuldade do trabalho vai ser a monotonia.
A mulher de Sitev é uma médica de 35 anos e diz que ficou surpresa quando o então noivo lhe contou que faria parte do experimento. Além disso, ele foi voluntário. Contudo, ela afirma que o mais importante é que o marido siga suas ambições.
A vida na "espaçonave"
Os membros da equipe poderão levar objetos pessoais, como livros, computadores e filmes, além de praticarem exercícios físicos ou estudarem para passar o tempo. A dieta será idêntica à de uma missão espacial, assim como a comunicação se a viagem fosse real - com um atraso (delay) de até 20 minutos entre a "Terra" e a "espaçonave".
Os cientistas utilizarão o estudo para medir os níveis de estresse, níveis hormonais, qualidade de sono, os benefícios da dieta, entre outros aspectos. Os organizadores afirmam que, se um participante chegar à conclusão de que não aguenta mais ficar preso dentro da cápsula, ele será retirado, mas antes eles tentarão convencê-lo a ficar.
Uma simulação já foi conduzida no ano passado no mesmo local - no Insituto de Problemas Biomédicos da Rússia, em Moscou - mas durou "apenas" 105 dias. A ESA afirma que o grupo que entrará na cápsula na semana que vem será pioneiro. Pelo visto, a lua de mel de Ekaterina também.
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