quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Estranha luz que astrônomo viu em 1572 era supernova

Mais de 400 anos depois que o astrônomo dinamarquês Tycho Brahe observou uma nova e estranha luz no céu, um grupo de cientistas disse finalmente ter determinado o que ele havia visto por volta de 1572, informa a agência AP. A possível "nova estrela" descrita por Brahe era na realidade uma supernova, explosão estelar descomunal.

O novo estudo, realizado por pesquisadores da Alemanha, Japão e Holanda, confirmou que, tal como se esperava, a supernova vista na época era do tipo comum. Ou seja, envolve a explosão termonuclear de uma estrela anã branca acompanhada de um corpo celeste. A investigação, que analisou um "eco luminoso" do antigo fenômeno, será apresentada na edição desta quinta-feira da revista científica Nature.

O episódio, conhecido como a supernova de Tycho, teve início em 11 de novembro de 1572. No período, o dinamarquês se surpreendeu ao ver o que supostamente seria uma nova estrela brilhante na constelação Cassiopeia. O fenômeno chegou a ser tão brilhante quanto Vênus e pôde ser vista durante semanas em plena luz do dia. No entanto, 16 meses depois desapareceu.

Observando a supernova antes da invenção do telescópio, Brahe documentou com precisão que, ao contrário da Lua e dos planetas, a posição da luz não se movia em relação às estrelas. Isso significava que estava muito mais distante que a Lua. A descrição causou comoção geral, pois naquela época se acreditava que o céu era perfeito e imutável.

Segundo Michael Shank, professor de História da Ciência na Universidade de Wisconsin, o feito inspirou o pesquisador a estudar mais as estrelas, começando uma série de observações minuciosas que contribuíram para fundar a astronomia moderna.

A luz direta da supernova passou pela Terra há séculos, mas em parte, as nuvens de poeira cósmica originadas no impacto - "eco luminoso" - alcançaram as profundezas do espaço. O estudo se baseou nas análises de comprimento dessa onda de luz.

Imagem captada em 1990 pelo satélite alemão Rosat mostra os
Imagem captada em 1990 pelo satélite alemão Rosat mostra os "ecos de luz" que restaram da supernova observada há quatro séculos

Nenhum comentário: