quarta-feira, 14 de abril de 2010

EUA pretendem investir US$ 6 bi em 5 anos para renovar a Nasa

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, deve anunciar nesta quinta-feira um investimento de US$ 6 bilhões em um período de cinco anos para modernizar a Nasa, adiantou a rede de televisão CNN. O líder americano deve fazer o anúncio amanhã nos quartéis-gerais da Agência Espacial na Flórida, o Centro Espacial Kennedy.

"O governo quer dar um novo enfoque aos voos espaciais tripulados, por isso aumentará o orçamento da Nasa em US$ 6 bilhões nos próximos cinco anos", afirma o documento a que a CNN teve acesso. O plano incluirá um investimento multimilionário para modernizar o Centro Espacial Kennedy e expandir as indústrias espaciais do setor privado, além de criar milhares de postos de trabalho e um projeto para viajar para Marte.

Além disso, alguns fundos do programa de voos espaciais tripulados foram transferidos para programas científicos como as missões robóticas para outros planetas. O anúncio do presidente será feito em um momento difícil para a agência, que tem programado para este ano o final das missões das naves.

Soma-se a isto que o cancelamento do programa Constellation, anunciado em 2004 pelo presidente George W. Bush, e com o qual os EUA planejavam voltar a levar o homem à Lua e no qual a agência tinha investido mais de US$ 100 bilhões. Allard Beutel, chefe de imprensa do Centro Espacial Kennedy, afirmou que o fim desses dois projetos significa a demissão de sete mil pessoas.

No entanto, segundo o documento, esta nova estratégia se traduzirá em "mais dinheiro para a Nasa, mais postos de trabalho para o país, mais pesquisa espacial e mais investimentos em inovação". O orçamento do presidente também inclui o financiamento para que empresas privadas desenvolvam naves espaciais para transportar astronautas.

Esta semana três astronautas que viajaram à Lua criticaram os planos de Obama de cancelar o Constellation. Em carta dirigida a Obama, Neil Armstrong, comandante do Apolo 11; Eugene Cernan, comandante do Apolo 17, e Jim Lovell, comandante do Apolo 13, advertiram das consequências "devastadoras" que esta decisão terá para a liderança espacial dos EUA.

As naves Orion do programa Constellation deviam substituir as atuais naves com os quais se realizam as tarefas de elevação e provisão de víveres da Estação Espacial Internacional (ISS), que agora terão que ser realizadas pelas naves russas Soyuz. "Sem transporte para viagens orbitais e sem capacidade de prospecção humana para ir á frente da Terra a nossa nação está condenada a se transformar em (uma potência espacial) de segunda e até de terceira categoria", indica a carta.

Os astronautas também puseram em xeque a ideia de dar a empresas privadas a responsabilidade de desenhar, desenvolver e operar os foguetes que colocarão às naves e os astronautas da Nasa em órbita.

EFE
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