quinta-feira, 4 de junho de 2009

Novo reciclador pode garantir longas viagens espaciais

Tripulação formada por 40 ratos de laboratório irá conviver em ecossistema artificial por mais de dois anos
Tripulação formada por 40 ratos de laboratório irá conviver em ecossistema artificial por mais de dois anos


Um novo sistema de reciclagem de dejetos que pode garantir a presença prolongada de seres humanos no espaço está sendo desenvolvido na Universidade Autônoma de Barcelona, na Espanha. Uma tripulação de 40 ratos de laboratório foi instalada nesta quinta-feira em uma planta-piloto capaz de converter os dejetos e resíduos dos animais em oxigênio e alimentos. As informações são do jornal espanhol El Mundo.

O objetivo do ecossistema artificial - que integra o projeto Melissa, da ESA, agência espacial européia - é simular a auto-sobrevivência de astronautas no espaço e a independência da nave em uma viagem de longa duração. Os 40 roedores equivalem ao consumo de oxigênio de uma pessoa e irão conviver no local por mais de dois anos.

O novo sistema é formado por quatro reatores que convertem os resíduos e dejetos em dióxido de carbono e nitrato. De acordo com o jornal espanhol, as substâncias alimentam um viveiro artificial de algas e plantas que, por sua vez, produz a quantidade necessária de oxigênio para a respiração autônoma dos animais.

Segundo os pesquisadores, o ciclo de reciclagem artificial possibilitaria uma viagem de longa duração pelo espaço. Para que a tripulação sobreviva a uma viagem a Marte de mil dias, seriam necessárias 30 t de alimentos e oxigênio. Para o diretor do projeto, Enrique Peiro, citado pelo El Mundo, esta carga é incapaz de ser transportada.

Mesmo estando em fase inicial, Peiro está otimista com o novo processo de reciclagem. "Em um futuro próximo, poderá se incorporar às naves espaciais que irão a Marte", concluiu.

Redação Terra

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