quarta-feira, 10 de junho de 2009

Terra passará 3 bilhões de anos sem colidir com planetas

A humanidade pode respirar um pouco mais aliviada: nem Mercúrio, nem Marte, nem Vênus devem se chocar com a Terra pelos próximos 3,5 bilhões de anos, segundo um estudo sobre a evolução do Sistema Solar publicado pela revista científica britânica Nature.

Com a ajuda de um computador, os astrônomos Jacques Laskar e Mickael Gastineau, do Observatório de Paris, simularam 2.501 cenários possíveis de evolução das trajetórias destes planetas, concluindo de que há 99% de chances de que a Terra e seus três vizinhos mais próximos continuem girando ao redor do Sol sem colidir durante os próximos 3,5 bilhões de anos.

Os astrônomos já sabem calcular o movimento dos planetas com bastante precisão há muito tempo, com centenas e até milhares de anos de antecedência - é assim que são calculadas as datas dos eclipses, por exemplo.

Mas olhar tão adiante no futuro da mecânica celestial com exatidão ainda está além de nosso alcance, afirmou Laskar. "As mais precisas soluções de longo prazo para o movimento orbital do Sistema Solar não valem para muito além de algumas dezenas de milhões de anos", estimou.

O Sol, que tem cerca de cinco bilhões de anos de idade, deve continuar brilhando com a mesma intensidade de hoje por pelo menos mais cinco bilhões de anos, antes de se transformar em um gigante vermelho que começará a crescer até "engolir" Mercúrio, Vênus, Terra e Marte.

Até este momento, as colisões entre planetas parecem bastante improváveis.

Baseando-se no estudo da Lua e na teoria geral da relatividade desenvolvidos por Albert Einstein, Jacques Laskar e sua equipe do Instituto de Mecânica Celeste (IMCCE) realizaram simulações que terminavam com uma colisão entre planetas ou entre um planeta e o Sol em apenas 1% dos casos, explicou o Centro Nacional de Pesquisas Científicas (CNRS).

"Em um destes cenários, Marte passa muito perto da Terra", a 794 km, mas apenas dentro de 3,34 bilhões de anos, indicou Laskar. "Quando um planeta passa tão perto, é quase o mesmo que uma colisão", acrescentou, destacando que um evento como este seria devastador para a Terra.

A equipe fez outras 200 simulações com várias outras trajetórias diferentes de Marte.

Com exceção de cinco casos, nos quais Marte sai para fora do sistema solar, o resto terminava em choques entre planetas ou entre um deles e o Sol, dentro de 3,34 bilhões de anos.

Em 29 casos, a Terra colidia com Marte, ennquanto em outros 18 se chocava com Vênus e em apenas um com Mercúrio.

Este pequeno planeta, o mais próximo do Sol, tem um papel determinante na desestabilização das órbitas do resto dos planetas do sistema solar.

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