terça-feira, 18 de agosto de 2009

Agência Espacial israelense é prejudicada pela crise

O setor espacial de Israel enfrenta uma crise financeira que pode levar à demissão de metade de sua força de trabalho no próximo ano. A mensagem veio de acadêmicos e industrialistas durante uma audiência do Comitê de Ciência e Tecnologia do Knesset, o parlamento israelense, em 28 de julho.

Isaac Ben-Israel, presidente do conselho da Agência Espacial israelense, afirma que a crise começou com uma série de cortes nos orçamentos de defesa e educação superior combinada com a manutenção e substituição de uma infraestrutura envelhecida, criada nas décadas de 1980 e 1990, os anos iniciais do programa espacial do país.

Ben-Israel disse ao comitê que o governo israelense precisa mais que dobrar seus investimentos em pesquisa e desenvolvimento espacial, passando dos atuais US$ 60 milhões anuais para US$ 150 milhões por ano, para salvar o setor e manter a posição do país como um ator pequeno, mas crucial, do cenário mundial.

De acordo com Yossi Weiss, gerente geral da divisão espacial da Israel Aerospace Industries, todo o setor já dispensou de 15% a 20% de sua mão-de-obra científica e de engenharia nos últimos três meses.

Outros 30% serão demitidos no próximo ano na ausência de um apoio financeiro adicional do governo. A perda desses trabalhadores capacitados e experientes tornaria o declínio da indústria irreversível, afirma Weiss. Ben-Israel argumenta que um aumento no financiamento seria um investimento lucrativo.

A receita mundial da indústria de satélites é de quase US$ 150 bilhões, disse, sustentando que com o apoio devido Israel pode conseguir 1% desse mercado.

Conexão europeia
O início da indústria espacial do país começou em 1983, quando o governo criou a Agência Espacial de Israel. O país lançou seu primeiro satélite, o Ofek-1, em 1988 e teve sucesso no lançamento de 10 outros satélites civis e militares.

No ano passado, um satélite de reconhecimento construído pela IAI, chamado TecSAR, foi lançado pela Organização de Pesquisa Espacial Indiana. A cooperação entre Israel e Índia continua, particularmente com os planos do telescópio espacial Tauvex.

Israel também está envolvido no fornecimento de componentes de satélite para o projeto Galileo, da União Europeia, que pretende desenvolver um sistema civil de navegação global por satélite. Mas a parceria com o Galileo é uma exceção - Israel não tem acordo formal com a Agência Espacial Europeia, o que impede o país de participar de outros projetos da agência. Ben-Israel e outros defenderam no comitê que investir na associação com a agência europeia é de vital importância para o crescimento da indústria e pesquisa espacial israelense.

Dan Blumberg, chefe do departamento de geografia e desenvolvimento ambiental da Universidade Ben-Gurion do Negev, em Beersheba, Israel, acrescenta que a falta de investimentos governamentais em pesquisa e desenvolvimento espacial torna os pesquisadores da universidade mais dependentes dos programas militares. O problema é que o sigilo militar impede a publicação de muitas pesquisas realizadas através da cooperação militar-acadêmica.

"Nós não podemos publicar nem apresentar nossos resultados em conferências científicas", diz ele. "Como resultado, Israel está se tornando menos presente nessa área."

O satélite israelense TecSAR foi lançado no ano passado

O satélite israelense TecSAR foi lançado no ano passado

Tradução: Amy Traduções

Nature

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