sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Comitê nos EUA mostra ceticismo com missões à Lua e Marte

O plano dos Estados Unidos de retomar as missões tripuladas à Lua até 2020 não vai dar certo sem um grande reforço no orçamento da Nasa, agência espacial americana, o que torna a Estação Espacial Internacional o único objetivo viável do programa espacial do país, afirmou um grupo de discussões ligado à Presidência.

O comitê sobre voos tripulados ao espaço, que apresentou as primeiras conclusões à Casa Branca nesta sexta-feira, concluiu que uma missão à Marte seria muito arriscada no momento. O desenvolvimento de novas espaçonaves em substituição à frota de ônibus espaciais e a criação de foguetes maiores para alcançar a Lua exigiriam um orçamento US$ 3 bilhões maior por ano, de acordo com o comitê, chefiado por Norm Augustine, ex-diretor da Lockheed Martin.

O único programa espacial tripulado que pode ser bancado pelo orçamento atual da Nasa, é a estação espacial, que tem o benefício paralelo de fomentar o mercado de viagens ao espaço, defendeu o comitê. O grupo completou nesta semana uma série de audiências públicas. A Nasa gasta aproximadamente metade de seu orçamento anual de US$ 18 bilhões para voos tripulados ao espaço com a operação dos ônibus espaciais, a construção e a operação da estação espacial e com o desenvolvimento de novos veículos pelo programa Constellation.

O comitê afirmou que as novas iniciativas norte-americanas de exploração espacial - que visam o desembarque na Lua até 2020 - estão fadadas ao fracasso porque o orçamento de US$ 108 bilhões para 10 anos foi cortado em 30 bilhões. "Não podemos cumprir o programa com esse orçamento", disse Sally Ride, membro do comitê e ex-astronauta. "O orçamento simplesmente não é favorável à exploração".

Mesmo com os recursos adicionais, o retorno à Lua pode não ser a melhor escolha para as missões humanas, concluiu o painel. Segundo o comitê, seria mais interessante para o público e para a economia fazer voos para asteroides ou outros destinos.

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