quinta-feira, 5 de junho de 2008

Astronautas instalam câmeras em laboratório japonês

Os astronautas do ônibus espacial Discovery Mike Fossum e Ron Garan instalaram hoje duas câmeras de vídeo no laboratório japonês Kibo, que foi levado por eles para a Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês), em órbita a cerca de 350 quilômetros da Terra.

A jornada de trabalho extraveicular começou às 12h04 (de Brasília), quando a ISS e o Discovery se movimentavam acoplados a cerca de 27 mil km/h sobre Barcelona, na Espanha.

Segundo a Nasa (agência espacial americana), o tempo de duração desta caminhada, a segunda das três que foram programadas para a atual missão da nave americana - da qual participam sete astronautas -, deverá ser de sete horas.

Esta é a 111ª jornada de trabalhos fora da ISS, onde estão instalados outros três astronautas. Além disso, é a quinta caminhada de Fossum e a terceira de Garan.

Uma hora depois de terem saído do compartimento Quest, Fossum e Garan começaram a instalação de duas câmeras nas laterais do laboratório japonês.

"O módulo de trabalhos científico Kibo agora tem olhos", disse o comentarista da Nasa Rob Navias, quando a tarefa, que durou uma hora e 22 minutos, foi concluída.

A atividade seguinte na ordem do dia de Fossum e Garan era a remoção de uma série de coberturas térmicas que envolviam os dez metros de comprimento do braço robótico do Kibo.

O trabalho é delicado porque as coberturas não são muito flexíveis e, ao movimentá-las, é preciso ter cuidado com as articulações do braço do laboratório.

"É como lutar com uma nuvem", disse Fossum enquanto ele e Garan trabalhavam tirando, dobrando e guardando as seis coberturas sobre as juntas do Kibo e uma sétima localizada na extremidade do braço robótico.

Na terça-feira, em sua primeira caminhada espacial na atual missão, Fossum e Garan instalaram o laboratório "Kibo" ("Esperança") na estrutura da ISS.

O Kibo, com quase 12 m de comprimento, é maior que os laboratórios americano e europeu acoplados à plataforma. O módulo japonês também tem um par de braços robóticos, o maior dos que já chegaram à órbita no bagageiro do Discovery.

Depois de uma inspeção do mecanismo de ligação no lado esquerdo do módulo "Harmony" e da abertura da cobertura de uma janela, Fossum e Garan removeram as proteções das superfícies em que o "Kibo" foi acoplado.

Fossum, além disso, desligou os cabos de calefação e retirou os mecanismos de fechamento das cortinas na janela dianteira do laboratório japonês.

Os astronautas também limparam uma junta rotatória de uma das asas de painéis solares que tinha se danificado, e recolheram o braço robótico da nave que tinha ficado na ISS desde uma missão do "Endeavour", em março.

A Nasa deixou o braço robótico na ISS para que houvesse espaço suficiente no bagageiro do Discovery para o transporte do módulo pressurizado japonês Kibo.

Durante os trabalhos finais dessa jornada, os dois astronautas foram para o painel solar no lado direito da ISS, onde, desde o fim de 2007, uma junta rotatória vinha registrando vibrações e um aumento no consumo de energia.

Garan fez a substituição de algumas peças da junta, enquanto Fossum inspecionou uma área potencialmente danificada no mesmo local e testou diferentes técnicas de limpeza na superfície do mecanismo.

Os astronautas da ISS também tiveram ontem uma missão diferente, porém, igualmente importante: reparar o único vaso sanitário da ISS, que há semanas estava com problemas.

O mau funcionamento do vaso sanitário, que fica na parte russa da ISS, era uma dor de cabeça para os ocupantes da plataforma e para os técnicos da Nasa, que não conseguiam resolver o problema.

A peça necessária para o reparo foi levada pela tripulação do Discovery, que partiu no último domingo em uma missão de 14 dias. Segundo a Nasa, o dispositivo de resíduos sólidos funcionava bem, mas o coletor de urina dava problemas. Com isso, os astronautas precisavam utilizar água extra que era armazenada para o consumo dos astronautas.

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