terça-feira, 3 de junho de 2008

Nasa: Via Láctea possui apenas dois braços espirais

A Via Láctea, galáxia que abriga o planeta Terra, possui dois braços espirais e não quatro, como achavam até agora os astrônomos, segundo identificam as imagens captadas pelo telescópio espacial Spitzer, da Nasa, a agência espacial americana.

Até então, era impossível confirmar a teoria dos quatro braços espirais devido à posição da Terra. No entanto, o Spitzer proporcionou uma nova base para reconsiderar toda a estrutura da Via Láctea, segundo Robert Benjamin, astrônomo da Universidade de Wisconsin, durante uma entrevista à imprensa, em Saint Louis, Missouri.

"Agora prosseguiremos corrigindo nosso quadro (galático) da mesma forma como os primeiros exploradores que navegavam pelo mundo corrigiam seus mapas", afirmou em um relatório apresentado para a Sociedade Astronômica dos Estados Unidos.

Desde 1950, os astrônomos contavam com modelos baseados em observações dos gases cósmicos da galáxia, que sugeriam uma estrutura em espiral com quatro braços, formados pelas estrelas, chamadas Norma, Scutum-Centaurus, Sagitário e Perseu.

Graças ao Spitzer, os astrônomos conseguiram obter um quadro muito mais amplo da galáxia, com o registro de 110 milhões de estrelas. De acordo com Benjamin, um software desenvolvido por ele permitiu a contagem das estrelas e medição da densidade estelar.

Quando o grupo decidiu observar o Scutum-Centauro, constatou-se um aumento no número de estrelas, como já se esperava. Já entre Sagitario e Norma, não houve essa elevação. Perseo fica no extremo oposto da galáxia e não pôde ser visto nas imagens do Spitzer.

"Esse descobrimento confirmou que a Via Láctea não tem dois braços, Scutum-Centauro e Perseo, que têm enormes densidades com estrelas jovens e brilhantes, assim como estrelas velhas", destacou o astrônomo. Segundo ele, "agora poderemos unir estes braços, estabelecendo sua estrutura, posição e tamanho pela primeira vez.

Nova descoberta põe em cheque a teoria dos quatro braços espirais em que os astrônomos acreditavam
Nova descoberta põe em cheque a teoria dos quatro braços espirais em que os astrônomos acreditavam

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