quinta-feira, 12 de junho de 2008

Sonda solar Ulysses concluirá operações após 17 anos

A missão de prospecção solar da sonda Ulysses, uma operação conjunta da Agência Espacial Americana (Nasa) e da Agência Espacial Européia (ESA), concluirá suas operações no mês que vem, após 17 anos de atividades, informou hoje o Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) da Nasa.

A sonda, cujo objetivo era analisar a heliosfera, já cumpriu atividades quase quatro vezes superiores às previstas inicialmente, assinalou a agência espacial americana.

No entanto, os cientistas indicaram que porão fim a suas operações no início do mês que vem, devido a uma redução da energia produzida por seus geradores.

"A Ulysses mudou para sempre a forma como os cientistas estudam o sol e seus efeitos sobre o espaço que lhe rodeia", disse.

"O propósito central foi estudar, de todos os ângulos, a heliosfera, que é a enorme bolha criada pelos ventos solares", indicou Ed Smith, diretor do projeto da JPL.

"Durante sua longa vida, a Ulysses redefiniu nossos conhecimentos sobre a heliosfera e respondeu perguntas sobre nossa vizinhança solar", acrescentou.

Uma das principais descobertas da sonda foi a revelação de que o campo magnético que surge dos pólos solares é muito mais frágil do que se achava.

Para levar a cabo essa tarefa, os 10 instrumentos da Ulysses foram fabricados com materiais resistentes ao intenso calor e à radiação.

"Durante quase duas décadas de observações científicas, aprendemos muito mais do que esperávamos sobre nossa estrela e sobre a forma como interage com o espaço circundante", disse Richard Marsen, cientista do projeto e diretor da missão para a Agência Espacial Européia.

Nos últimos anos, e à medida que a sonda concluía sua viagem de 8,6 bilhões de quilômetros, a provisão de energia começou a decair, apesar dos esforços dos engenheiros para conservá-la mediante ordens transmitidas da Terra.

"A provisão de energia se reduziu agora a tal ponto que o combustível muito em breve se congelará nos dutos da nave", indicou a JPL.

"A tristeza que eu posso estar sentindo é pequena em comparação com o orgulho de ter trabalhado em uma missão tão magnífica. Embora suas operações terminem, as descobertas científicas da Ulysses persistirão durante muitos anos", acrescentou Nigel Angol, um dos diretores da missão.

A Ulysses partiu rumo à heliosfera a bordo do ônibus espacial Discovery, em 6 de outubro de 1990.

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