quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Missão inédita para reparar Hubble tem nave reserva

O ônibus espacial Endeavour estará preparado para uma possível substituição caso o Atlantis sofra danos irreparáveis durante a missão que fará em outubro para reparar e modernizar o telescópio espacial Hubble, informa a Nasa, a agência espacial americana. O Endeavour já chegou à plataforma de lançamento, no Centro Espacial Kennedy, em Cabo Canaveral, na Flórida, onde ficará de sobreaviso.

No caso de necessidade durante a missão, o Endeavour estará pronto para ser enviado ao espaço e socorrer os sete tripulantes da Atlantis. Depois do desastre da Columbia, todas as missões espaciais tripuladas norte-americanas contam com planos de resgate espacial.

Segundo a Nasa, a missão marcará a primeira vez que um ônibus espacial irá atuar como nave de salvamento. O objetivo é transportar novos componentes e conduzir extensos reparos espaciais de alguns instrumentos quebrados que estão integrados ao Hubble, estendendo a vida útil entre cinco e dez anos. O lançamento da Atlantis está marcado para o dia 10 de outubro, mas poderá ser adiado devido a problemas de carga.

"Caso consigamos de fato reparar os dois instrumentos quebrados (uma câmera e um espectrógrafo), estaremos na posição de dispor de cinco instrumentos plenamente funcionais pela primeira vez desde que o Hubble foi lançado", 18 anos atrás, disse Edward Weiller, diretor da divisão de ciência da Nasa. "Teremos o melhor Hubble de todos os tempos, não resta dúvida a respeito", disse Weiler a repórteres durante uma conversa em 8 de setembro no Centro de Vôo Espacial Goddard, da Nasa, em Greenbelt, Maryland.

Reparos no Hubble
Lançado em 1990, o Hubble não recebe manutenção desde 2002 e hoje orbita a cerca de 560 km acima da Terra. Ele foi construído com alças de apoio para mãos e barras de retenção para os pés, o que permite que astronautas trabalhem nele, no espaço.

Mesmo assim, as missões anteriores de reparos e de modernização envolveram apenas a instalação de novos componentes e a remoção de outros. O plano irá reparar a câmera defeituosa e o espectrógrafo, que deixou de funcionar em 2004.

Os espectrógrafos medem os comprimentos de onda e a cor da luz proveniente de objetos, revelando informações essenciais tais como a composição química de corpos celestes e dos gases que os cercam.

O elaborado trabalho de reparo do aparelho vai exigir que o astronauta Mike Massimino remova 111 parafusos, usando uma ferramenta especialmente criada para a atividade. Entre os instrumentos adicionais que ao astronautas instalarão no Hubble estão:

- Um novo espectrógrafo, mais sensível às faixas de onda do extremo ultavioleta, o que permitiria que o Hubble vasculhe de maneira mais profunda a estrutura em larga escala do universo.
- Novos giroscópios e baterias que manterão o satélite abastecido de energia e posicionado de maneira correta.
- Um mecanismo para que um foguete se acople ao Hubble e o conduza em segurança na direção da Terra, quando o telescópio enfim vier a ser desativado.

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