segunda-feira, 20 de julho de 2009

Chegada do homem à Lua foi "modelo de excelência", diz Obama


O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, elogiou nesta segunda-feira o "modelo de excelência" que foi a missão Apolo 11, em comemoração aos 40 anos da chegada do homem à Lua, embora não tenha dito se apoia novas operações de exploração. "Seu extraordinário trabalho inspirou uma geração inteira", afirmou o presidente americano em uma recepção na Casa Branca a Neil Armstrong, Edwin "Buzz" Aldrin e Michael Collins, assim como o atual administrador da Nasa (agência espacial americana), Charles Bolden.

A Nasa "fará tudo o que puder nas próximas décadas para continuar essa missão inspiradora", afirmou Obama, que se lembrou de quando era menino, no Havaí, sentado nos ombros de seu avô e como fica impressionado "diante da maravilha que era o trabalho dos astronautas", naquele dia 20 de julho de 1969.

Obama disse ainda que "o modelo de excelência será sempre representado pelos homens da missão Apollo 11" e reiterou seu compromisso com voltar a fazer da ciência "algo interessante", que poderá ser escolhida como carreira profissional para os universitários de amanhã. No entanto, o presidente americano não quis detalhar seus planos para a Nasa para os próximos anos ou se apoia uma missão tripulada a Marte, como pediram Aldrin e Collins.

Seu antecessor, George W. Bush, anunciou, em 2004, planos para voltar a enviar o homem à Lua em 2020, depois que essas viagens foram suspendidas por motivos orçamentários em 1972, e mencionou a ambição de chegar a Marte, embora nenhum projeto tenha sido aprovado. Após sua chegada à Casa Branca, Obama ordenou uma revisão desses projetos, a cargo de uma comissão presidida pelo ex-diretor da empresa de tecnologia Lockheed Martin Norman Augustine e que deve apresentar suas conclusões no final de agosto.

Uma das preocupações é o custo do programa. A Nasa já deve pôr fim no final do próximo ano aos voos de suas naves espaciais e desenhar um novo veículo, capaz de levar o homem à Lua, ao longo dos próximos dez anos, em um programa com um orçamento de US$ 35 bilhões. Uma operação para levar o homem a Marte foi calculada em torno de US$ 150 bilhões, um custo muito alto no melhor dos casos, levando em consideração a atual crise econômica enfrentada pelos EUA.

Mesmo assim, os astronautas que viajaram nas diferentes missões Apollo à Lua acreditam que esse objetivo, hoje em dia considerado ficção científica, deve se tornar realidade. Em entrevista coletiva hoje na sede da Nasa em Washington, em comemoração ao aniversário, os astronautas se mostraram unânimes na necessidade de viajar a Marte.

Aldrin, que nos últimos dias repetiu essa mensagem em numerosas aparições públicas, assegurou hoje que "talvez haja vida em Marte e se houver, certamente temos que ir lá e dar uma olhada". "Quando chegarmos lá, se não havia vida antes, haverá a partir de então, porque a levaremos, seja em forma de germes, o que seja", afirmou.

Por sua parte, Walter Cunningham, da missão Apollo 7, disse que os EUA não podem se transformar em uma sociedade que fuja do risco e renuncie a enviar expedições espaciais, porque não há uma "rede de segurança" para caso algo dê errado. "Há coisas pelas quais vale a pena arriscar a vida", afirmou o astronauta.

Seu colega James Lovell, da missão Apollo 13 que retornou à Terra em condições arriscadas, após um grave problema técnico, e que se tornou um célebre filme, considerou que ir para Marte pode devolver ao público a ilusão da exploração espacial.

As comemorações pelos 40 anos da chegada do homem à Lua se estenderão nos EUA ao longo da semana, para lembrarem o momento em que cerca de 500 milhões de pessoas no mundo todo viram Armstrong e Aldrin pisarem na Lua e darem um "pequeno passo para o homem, mas um grande passo para a humanidade".

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