quarta-feira, 29 de julho de 2009

Dia de Saturno está cinco minutos mais curto, diz estudo

Um dia em Saturno é bastante curto, mas agora ficou ainda mais curto: o tempo que o planeta leva para completar uma volta sobre o próprio eixo foi calculado por astrofísicos em 10 horas, 34 minutos e 13 segundos, mais de cinco minutos a menos do que havia sido registrado antes.

Formado por nuvens de gás movimentadas por poderosos ventos, Saturno não apresenta marcos geográficos duradouros como planetas rochosos e isto dificulta a vida dos cientistas na hora de medir sua rotação. Como consequência disto, os astrônomos se acostumaram a basear seus cálculos no campo magnético de Saturno. Mas mesmo esta marcação pode variar e não mede com precisão a velocidade de rotação da parte mais interna do planeta.

Uma equipe internacional coordenada por cientistas da Universidade de Oxford e da Universidade de Louisville, no Kentucky, utilizaram uma técnica diferente, que parte de imagens infravermelhas feitas pela sonda americana Cassini, que circula pela órbita de Saturno. O estudo foi publicado nesta quarta-feira pela revista britânica Nature.

"Percebemos que era possível combinar informações sobre o que era visível na superfície de Saturno com os dados infravermelhos da Cassini sobre o interior profundo do planeta, construindo assim um mapa tridimensional dos ventos de Saturno", explicou Peter Read, professor de Oxford. "Com este mapa, conseguimos descobrir como ondas longas e redemoinhos se desenvolvem na atmosfera, e a partir daí calcular uma nova estimativa para a rotação fundamental do planeta", acrescentou.

Segundo Read, um "dia" cinco minutos mais curto é mais alarmante do que se pode imaginar. "Isso implica que algumas de nossas estimativas anteriores da velocidade dos ventos podem estar erradas por mais de 160 milhas (250 quilômetros) por hora", afirmou.

"Também significa que os padrões do clima em Saturno são muito mais semelhantes aos que observamos em Júpiter, sugerindo que, apesar das diferenças entre eles, estes dois planetas gigantes têm mais em comum do que pensávamos", concluiu o astrônomo.

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