Segundo as informações verificadas, as zonas mais enriquecidas de potássio, tório e ferro ficam abaixo das linhas que identificam antigos oceanos, indicando que a água da superfície dissolveu, transportou e concentrou estes elementos no passado.
"Comparamos as informações e identificamos duas linhas costeiras: uma mais antiga, que delimita um grande oceano e uma segunda, mais jovem, que marca a existência de um oceano interior de menor extensão", explicou James M. Dohm, da Universidade do Arizona e responsável pelo estudo.
A linha mais extensa e antiga aponta a existência de um oceano vinte vezes maior que o Mediterrâneo, que cobria um terço da superfície marciana. Já a segunda, interior e mais jovem, corresponde a um oceano menor, somente dez vezes maior que o Mediterrâneo.
Na Terra, os alinhamentos se formam por causa das ondas e da maré provocadas pela atração da Lua. No entanto, o pequeno tamanho dos satélites marcianos, Fobos e Deimos, não oferecem influência relevante sobre o planeta. Além disso, os mares e lagos do planeta vermelho provavelmente estiveram cobertos de gelo, impedindo a ação das ondas.
Apesar das informações incrementarem a discussão sobre a existência de oceanos em Marte, o tema divide opiniões de muitos pesquisadores. "Em qualquer caso, a existência de antigos oceanos não indica um Marte primitivo semelhante à Terra, mas que, pelo menos, durante certos períodos, houve condições de acumular grandes quantidades de água nas zonas mais baixas do planeta", completou o geólogo Javier Ruiz Pérez, do Centro de Biología Molecular do CSIC.
Redação Terra
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