segunda-feira, 2 de março de 2009

Atmosfera de Plutão é mais quente que solo, diz ESO

Novos dados da superfície terrestre de Plutão coletados por astrônomos do Observatório Europeu do Sul (ESO) possibilitaram aos cientistas um melhor entendimentos sobre o atual estado da sua atmosfera. Os pesquisadores detectaram inesperadamente grandes quantidades de metano na esfera gasosa que envolve o planeta anão e descobriram que a região é cerca de 40°C mais quente que a superfície terrestre, ainda que a temperatura fique em torno de -180°C.

De acordo com os astrônomos, estas propriedades se devem à presença de manchas de metano puro ou de uma rica camada desse gás cobrindo a superfície terrestre. Em comparação com a Terra, a atmosfera de Plutão é submetida a uma inversão de temperatura, sendo mais quente no alto, com variação de 3 a 15°C/km. Na Terra, em circunstâncias normais, a temperatura diminui na atmosfera cerca de 6°C/km.

Em sua página eletrônica, o ESO divulgou uma concepção artística de como seria a superfície do planeta, com o Sol ao fundo, brilhando cerca de mil vezes mais fraco do que na Terra. "Com a grande quantidade de metano na atmosfera, fica claro porque ela é tão quente", disse Emmanuel Lellouch, responsável pelo estudo.

Apesar da maior temperatura nos céus, Plutão está longe de ser um planeta ameno. Distante do Sol 40 vezes mais do que a Terra, o frio no solo chega a -220°C. O planeta é composto principalmente por rocha e gelo e tem cerca de um quinto do tamanho da Terra (em torno de 510 milhões de km²).

Os especialistas sabem desde a década de 1980 que a sua superfície tênue é composta por uma fina camada de nitrogênio em grande parte da extensão, mas também contém pequenos traços de metano e, provavelmente, dióxido de carbono. A medida que Plutão se afasta do Sol - movimento de translação que dura 248 anos -, a atmosfera congela gradualmente e o gelo se espalha pelo solo. Nos períodos de maior distância do Sol - como o atual-, a temperatura aumenta e transforma o gelo em gás.

As observações foram possíveis graças ao espectógrafo em infravermelho conhecido como Cryogenic InfraRed Echelle Spectrograph (CRIRES), que está acoplado ao Very Large Telescope, telescópio utilizado pelo ESO.

Redação Terra

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