quinta-feira, 21 de maio de 2009

Cientistas observam 1ª atividade de "reciclagem cósmica"

Cientistas observaram pela primeira vez uma atividade de "reciclagem cósmica", com a transformação de um pulsar comum, condenado a se apagar, em um pulsar de rotação rápida, com expectativa de vida praticamente infinita, segundo estudo divulgado pela revista Science. Este fenômeno foi constatado graças ao radiotelescópio Robert C. Byrd de Green Bank, na Virgínia Ocidental (leste dos Estados Unidos).

A descoberta é o trabalho de uma candidata a doutorado em astrofísica, Anne Archibald e de sua supervisora, Victoria Kaspi, do Grupo de pesquisa sobre os pulsares da Universidade McGill, segundo o estudo publicado nesta quinta=feira.

Nascidos da explosão de uma estrela maciça no fim de sua vida, uma super nova, os pulsares são pequenas estrelas de nêutrons muito densas e que giram em torno de seu próprio eixo. A maioria gira relativamente de forma lenta, dez vezes por segundo ou menos, e desaceleram com os passar dos milênios, antes de se apagarem.

"No entanto, alguns destes velhos pulsares se reciclam em pulsares milisegundos", explicou Kaspi. "Eles acabam girando em torno de si mesmos de modo extremamente rápido e podem passar a emitir um brilho eterno", mas o processo não tinha sido observado diretamente até agora, continuou.

"O estudo permitiu descobrir um grande número de novos pulsares, mas este aqui é verdadeiramente especial. É um pulsar que acabou de ser 'reciclado', que acabou de sair da usina de reciclagem", acrescentou Archibald. Com esta descoberta, os cientistas poderão verificar uma teoria segundo a qual os pulsares milisegundos são criados em sistemas binários (de duas estrelas) autorizando um pulsar a obter a velocidade de rotação de um outro pela proximidade entre eles.

"Imagine uma bola de pingue-pongue em uma banheira quando você tira a tampa do ralo", disse Archibald. "Toda água gira em torno da bola e a faz virar muito mais rápido do que quando ela simplesmente boiava na superfície", continuou.

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