quarta-feira, 27 de maio de 2009

Cratera de Marte foi moldada por vento e água

As sondas espaciais em Marte, Spirit e Opportunity, proveram muitas informações sobre o planeta durante os cinco anos em que têm percorrido sua superfície. A maior parte dos dados colhidos se relaciona com uma questão central, sobre o papel que a água pode ter desempenhado no planeta em tempos passados, e um artigo publicado na revista especializada Science, descrevendo a exploração que a Opportunity fez da cratera Victoria no Meridiani Planum, uma planície próxima ao Equador, não é nenhuma exceção.

O artigo, por Steven W. Squyres, um astrônomo de Cornell, e mais de 30 colegas, resume informações que foram publicadas sobre o planeta nos últimos anos, e pode ele mesmo resumir o planeta Marte em duas palavras: molhado e ventoso. Segundo o artigo, a água e o vento alteraram o terreno ao redor da cratera, assim como fizeram em outros lugares, sugerindo que esses processos têm escopo regional.

O impacto que formou a cratera (que tinha originalmente cerca de 610 m de diâmetro) deslocou rochas sedimentares e expôs camadas de sedimentos ao redor da borda. Contudo, há fortes indícios de erosão eólica - a largura da cratera se expandiu para cerca de 760 m, sumindo com as margens e provocando fissuras ao longo das bordas. As rochas deslocadas também sofreram aplainamento, deixando o terreno liso.

A sonda Opportunity examinou diversas rochas expostas próximas à coroa da cratera e uma seção de 9 m de profundidade chamada de Duck Bay. Assim como na exploração de outra duas crateras, esférulas de hematite, uma forma do óxido de ferro, foram encontradas entre as rochas e na superfície. Em geral, as esférulas, que são formadas em condições de alta umidade, aumentam de tamanho de acordo com sua profundidade, o que sugere que a existência de água no solo (que seria mais abundante em locais profundos) afetou os sedimentos.

Como um velho rio, a Opportunity mantém seu curso e agora segue em direção a outra cratera. No total, a sonda já viajou cerca de 16 km. A Spirit percorreu aproximadamente metade dessa distância, e está agora atolada em areia no outro lado de Marte.

The New York Times

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