quarta-feira, 13 de maio de 2009

Lixo espacial ameaça missão da Atlantis de reparo do Hubble

Detritos espaciais combinados com um arranhão de 21 polegadas (aproximadamente 53 centímetros) no delicado revestimento térmico deixam os membros da tripulação do ônibus espacial Atlantis em perigo. O objetivo da missão é reparar e atualizar o Telescópio Espacial Hubble. As informações são da agência AP e foram publicadas pelo site da ABC News.

"Algo do tamanho de uma ervilha poderia fazer um buraco na nave espacial", afirmou o ex-astronauta Jeffrey Hoffman no programa Good Morning America. "Eles geralmente podem monitorar pedaços de detritos menores que duas polegadas. Mas alguns objetos são demasiado pequenos para monitorar, mas suficientemente grandes para causar danos".

Perigos desta missão
Em uma região com milhares de pedaços de lixo espacial viajando ao redor da Terra em quase 20 mil mph (milha por hora), os membros da tripulação têm cerca de uma semana para munir o telescópio com as novas baterias, giroscópios e câmaras, e sair com segurança.

Em um espaço com mais peças de satélites e de foguetes do que nunca, o Atlantis poderia colidir com um dos pedaços de lixo voadores.

O Hubble está a cerca de 350 milhas (cerca de 563 km) acima da Terra e sua órbita está cheia de obstáculos, em uma espécie de depósito de lixo espacial. O lugar é mais sujo do que a maioria dos locais onde as naves costumam voar, com objetos acelerando a cinco milhas por segundo.

"Detritos espaciais são uma ameaça a qualquer operação. Partículas tão pequenas quanto uma fração de uma polegada podem desativar ou perturbar a exploração espacial", disse o cientista especializado em detritos orbitais, Nicholas Johnson.

"Temos um ambiente arriscado quando voamos a esta altitude", afirmou o chefe de segurança da Nasa, Bryan O'Connor, para a agência AP. No entanto, ele afirma que este é um risco com o qual a Nasa pode lidar.

Mas não são apenas os detritos que representam perigo para a Atlantis e sua tripulação. Outro é o arranhão de 21 polegadas que atravessa quatro das delicadas chapas da camada térmica da nave, que ocorreu exatamente 106 segundos após o lançamento na segunda-feira.

O arranhão causa preocupação porque as telhas protegem a nave e tripulação de temperaturas superiores a 3 mil graus Fahreinheit (cerca de 1648 graus Celsius) na reentrada. Felizmente, o arranhão não é profundo.

"O dano parece ser muito raso e não é uma área muito grande", disse o gerente de integração de lançamentos da Nasa, LeRoy Cain. "As informações são preliminares, mas acreditamos que provavelmente não haverá uma inspeção com esse foco, o que é uma boa notícia para nós."

Mesmo antes de dano ser descoberto, a Nasa preparou a nave Endeavour para socorrer os astronautas, caso seja necessário. Nada do que foi apurado até agora exigiria um resgate.

E, pelo menos para um dos astronautas, o risco envolvido vale a pena. "Penso nas grandes fotos da Hubble é algo pelo qual eu acho que vale a pena arriscar a minha vida. É algo muito maior do que todos nós", afirmou o comandante Scott Altman em uma entrevista no ano de 2008.

Plano da missão para a Hubble
Hoje, a tripulação vai chegar ao telescópio e a nave vai agarrar-se a ela. Os astronautas farão caminhadas espaciais para realizar os reparos e upgrades ao longo da próxima semana. O trabalho começa nesta quinta-feira.

Na terça-feira a tripulação verificou o exterior da nave para avaliar os danos causados pelos destroços durante o lançamento, encontrando quatro cortes que inicialmente pareciam menores.

A prática se tornou norma desde que a nave Columbia foi atingida por um objeto durante o lançamento, em 2003 e mais tarde desintegrou-se durante a reentrada. Mas o maior perigo em qualquer vôo está em colidir com lixo espacial ou com as minúsculas rochas espaciais em alta velocidade durante a órbita, e não durante o lançamento.

"Muitas pessoas têm tentado bolar sistemas de limpeza do espaço", disse Hoffman. "A melhor coisa que podemos fazer é evitar a criação de detritos."

Redação Terra

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